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Balcão da Copa: França x Croácia no mundo das cervejas

Bar da cervejaria Gallia, em Paris, uma das protagonistas da retomada da cena cervejeira na França (Foto: divulgação)

A Copa do Mundo está chegando com uma final inesperada nos campos. E, também, quando se trata de cerveja, escolas mais tradicionais e fortes ficaram no meio do caminho. Nada de Alemanha, com sua tradição secular, nem de ingleses com suas ales correndo pelas veias, nem da “ótima geração belga” ou da potência brasileira. De um lado, a consistente seleção francesa, com três finais, um título e fama ligada mais a seus vinhos do que a suas cervejas. Do outro, a supressa Croácia, cujo melhor resultado fora as semifinais de 1998 – e com pouca expressividade no mundo das cervejas.

A seleção de Modrić: domínio das lagers leves
A croácia é o sexto país onde mais se consome cerveja no mundo. São, em média, 81,9 litros por habitante por ano, de acordo com o portal Stata – consumo maior do que o dos anfitriões da Copa (leia aqui). Os dados, no entanto, são inflados por conta do volume consumido por turistas em busca do belo litoral croata. Segundo relatório do site local especializado em economia Poslovini Dinevnik, descontados os viajantes, o consumo cai para 64 litros por habitante por ano. Mesmo assim, é comum que a bebida, assim como o vinho, acompanhe refeições.

Ožujsko e a lata oficial da seleção croata

Apesar de ser um país novo – tem 27 anos como nação -, suas principais cervejarias datam do século XIX. A Zagrebačka Pivovara, por exemplo, foi fundada em 1822, em resposta à crescente demanda da que viria ser a capital do país (Zagreb). Hoje ela pertence ao grupo canadense Molson Coors, e seu principal rótulo é a lager Ozujsko.

Seu estilo, aliás, se assemelha ao de Luka Modrić, craque da Croácia e do Real Madrid: é palatável, leve e clara. Trata-se da cerveja mais antiga do país e líder em vendas, com aproximadamente 40% do mercado doméstico – e uma das principais patrocinadoras da seleção croata.

Em segundo lugar, a Karlovačko, outra lager leve, da Karlovačka Pivovara, desde 2003 sob controle da Heineken, é bem vendida e apreciada também na Bulgária. A menor das gigantes croatas é a Pan, pertencente ao Grupo Carlsberg.

Cervejarias artesanais, no entanto, estão conquistando seu espaço. Em seu primeiro ano de vida, a Zmajska Pivovara, de Zagreb, ganhou destaque no site Rate Beer como a nona melhor cervejaria artesanal do mundo – até hoje diversos de seus rótulos são muito bem classificados no site.

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O time de Giroud: tradição e pouco volume
Já a França, conhecida por sua tradição vinícola, tem na cerveja uma história mais expressiva do que a Croácia. Pelo território francês passa o “cinturão europeu do lúpulo”, área propícia para seu cultivo, que vai do sul da Inglaterra à República Tcheca, passando pelo norte e nordeste franceses, Alemanha e Bélgica. Isso garantiu boa cerveja francesa por séculos a fio: sua marca mais famosa, Kronenbourg, foi fundada em 1664 e é a quinta cerveja mais antiga ainda em produção no mundo – hoje também pertence ao Grupo Carlsberg.

Kronenbourg, a quinta mais antiga do mundo

Se tem tradição, a França peca no volume. Como seu centroavante Olivier Giroud: tem sua fama, mas é pouco efetivo (e pode terminar a Copa sem nenhum gol). O envolvimento com a cerveja, afinal, está longe dos rivais: o francês bebe em média 32 litros de cerveja por ano. Parece pouco, mas isso representa dois litros a mais do que a média de quatro anos atrás. O ano de 2017 foi o primeiro de crescimento após 36 anos de queda.

Em entrevista recente ao jornal Le Figaro, o presidente da Carlsberg no país, Joao Abecasis, aponta para uma mudança significativa nas tendências de consumo de cerveja na França: o aumento da participação das mulheres, a popularização das cervejas não alcoólicas e o crescimento do mercado de artesanais. Segundo a Associação dos Cervejeiros da França, o número de cervejarias no país dobrou, de 550 em 2015 para 1.100 em 2017, produzindo nada menos do que 4 mil rótulos.

Dentre as mais prestigiadas protagonistas da revolução francesa, estão a Brasserie Thiriez, de Esquelbecq, quase na fronteira com a Bélgica, e a Gallia, uma cervejaria parisiense do século XIX, fechada em 1968 e reaberta em 2009.

Croácia x França
Fôssemos, então, reproduzir no copo o duelo que movimentará o mundo neste domingo, coincidentemente teríamos um cenário similar ao dos gramados: a França, já campeã mundial, chega como favorita em função de sua qualidade e tradição, mas pode tranquilamente ser surpreendida por uma Croácia que, embalada pela leveza retratada por Modrić, o jogador que mais correu na Copa da Rússia, desponta forte no mercado e sonha em ser grande.

Boa pivo. Ou, se preferir, boa bière.

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