fbpx
breaking news New

Brexit ameaça cadeia de produção da Guinness e preço pode subir

brexit guinnes irlanda cerveja
23 mil caminhões de Guinness cruzam a fronteira anualmente, Brexit vai dificultar esse tráfego

Desde 1778, a Guinness é produzida na cervejaria St. James Gate, de Dublin. De lá saem caminhões-tanque brilhantes, que os irlandeses carinhosamente chamam de “balas de prata”, cheios da bebida com destino a Belfast, na Irlanda do Norte, onde é engarrafada e embalada antes de voltar a Dublin e ser exportada para o mundo todo. Com a aprovação do Brexit, a fronteira cruzada 23 mil vezes por ano pelas balas de prata deixará de ser invisível no dia 29 de março e passará a separar o Reino Unido, do qual a Irlanda do Norte faz parte, da União Europeia.

“O mercado irlandês de bebidas envolve toda a ilha”, explica Patricia Callan, diretora da Federação de Bebidas Alcoólicas da Irlanda. “Tudo acontece dos dois lados da fronteira.”

Nas negociações sobre o Brexit, o Reino Unido e a União Europeia se comprometeram a não instalar nenhuma estrutura física que afete o cruzamento da fronteira – honrando acordos centenários entre as duas Irlandas. Mas ela se tornará o limite da união aduaneira europeia, e inevitavelmente causará transtornos que ainda não têm solução prevista.

“Qualquer atraso na cadeia logística, mesmo que seja de apenas uma hora, causará um custo extra de € 100 por caminhão”, diz Callan.

É bem verdade que a Guinness, propriedade da gigante Diageo, que em 2017 teve 12 bilhões de libras (US$ 15 bilhões) de volume de negócios, parece sólida o suficiente para absorver o impacto. Mas o que preocupa é a solidez da cadeia de suprimentos que envolve centenas de pequenas empresas na Irlanda.

“Ter uma fronteira que pessoas e bens possam atravessar sem dificuldade é incrivelmente importante para nós”, reconheceu John Kennedy, presidente da Diageo Europe. Se os controles forem estabelecidos, “vamos encontrar uma solução, somos um grande grupo”, disse ele, mas isso pode representar “um fardo pesado” para os fornecedores.

A consequência mais temida, no entanto, é de que o peso recaia no bolso do consumidor. No The Gap O’the North, rústico pub na fronteiriça Jonesborough, poucos metros ao norte da divisa, rios de Guinness são consumidos todas as semanas. Para John Fearon, proprietário da casa, as  consequências de um pequeno aumento no preço pode ser nefasta. “Como se não fosse difícil o bastante atrair clientes”, lamenta.

com informações da AFP

0 Comentário

    Deixe um comentário

    Login

    Welcome! Login in to your account

    Remember me Lost your password?

    Lost Password