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Conexão Brasil-África: O que levou a mineira Küd ao mercado angolano

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Quiosque de artesanais da Puro Malte, cervejaria de Luanda que estabeleceu uma interessante parceria com a Küd

Uma das marcas mais conhecidas de Nova Lima, cidade mineira que é referência cervejeira do país, a Küd deu um importante passo rumo à internacionalização, em uma iniciativa que pode abrir mercados à artesanal brasileira: atravessou o Oceano Atlântico e chegou a Angola, em um acordo que também envolve o fornecimento de know-how para a construção e a consolidação de uma marca no país africano.

A parceira no interessante projeto é a Cervejaria Puro Malte, que possui um restaurante e se prepara para ter o próprio rótulo. Em um acordo apontado como “fundamental” para que voltasse parte do seu foco à exportação, antes vista como um “serviço extra”, a marca da região metropolitana de Belo Horizonte tem ajudado a empresa de Luanda na divulgação da cultura das artesanais em Angola.

Nesse processo, segundo explicam os sócios ao Guia, a Küd contribui com seu conhecimento para a construção de uma cervejaria, além de fornecer os seus produtos ao mercado angolano.

“A nossa exportação aconteceu por que tivemos a grata oportunidade de concluí-la em função de uma necessidade e desejo de uma empresa em Luanda de levar a cultura da cerveja especial para aquele mercado”, conta Bruno Parreiras, diretor da Küd.

“Como estamos ajudando-os no desenvolvimento do projeto de uma cervejaria por lá, e enquanto isso eles precisam de produtos especiais para desenvolver o mercado, a gente conseguiu negociar essa exportação, o que foi excelente”, acrescenta Bruno.

Expansões
A internacionalização da Küd foi possível devido à expansão da fábrica em Nova Lima, a partir da inauguração de uma nova unidade de brassagem, que dobrou o volume da produção de bebidas especiais para 30 mil litros mensais.

Rótulos da Küd servidos na Puro Malte

A cervejaria mineira tem exportado os rótulos Yellow Ledbetter (German Pilsner), Tangerine (Witbier), God Save the Queen (English Pale Ale), Kashmir (IPA) e Cretin Hop (Session IPA) para Angola.

Se precisou se expandir para exportar, a Küd aposta que a parceria pode trazer uma importante expansão de mercado. Bruno cita algumas conquistas da exportação, a começar pelo aspecto cultural da entrada em um mercado que possui relação histórica com o país, onde moram muitos brasileiros e se fala a mesma língua.

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“É muito bom ser a primeira cerveja brasileira por lá, especialmente por ser um local onde tem muitos brasileiros morando ou trabalhando”, explica o diretor, apontando que esse pioneirismo também despertou maior atenção para a marca no cenário nacional.

Outra importante conquista pode vir com a própria Puro Malte. Para Bruno, essa primeira integração pode ser o passo inicial de uma longa parceria. “Nosso objetivo é continuar atendendo bem o mercado angolano e ajudar com ainda mais empenho no projeto da Cervejaria Puro Malte em criar a própria estrutura e, quem sabe, estabelecer com eles uma relação comercial diferente do que somente a de compra e venda.”

O projeto com a Puro Malte, por fim, segundo complementa Bruno, pode abrir as portas de outros mercados para a Küd. “A gente fez essa primeira exportação em um modelo que precisamos aprimorar e ainda estamos apurando os resultados, mas, com certeza, este foi só o primeiro. Teremos muito trabalho e estamos nos preparando para as próximas.”

Novos consumidores
Em um momento fundamental para o mercado brasileiro de artesanais, em que o aumento da oferta de rótulos é aparentemente mais acelerado do que o da conquista de novos consumidores, a iniciativa da Küd sinaliza uma alternativa interessante, como aponta o próprio diretor.

Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o Brasil não exportou cerveja ao continente africano em janeiro de 2018. E, mesmo que essa situação tenha se alterado no primeiro mês de 2019, o valor ainda é irrisório: US$ 9,4 mil, o que indica uma clara oportunidade de novos negócios.

“A gente acredita que o sucesso para todo o mercado cervejeiro só se dará verdadeiramente no momento que todas as cervejarias entenderem que o objetivo deve ser sempre conseguir buscar novos mercados e novos públicos interessados em consumir produtos de cervejarias artesanais”, garante Bruno, antes de complementar.

“Uma cervejaria recém-criada não pode ficar indo nos mesmos clientes de outras pequenas cervejarias, fatiando, assim, um mercado que no meu entendimento ainda é mínimo”, finaliza o diretor da Küd.


Restaurante da Puro Malte

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