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Com 9 meses, La Caminera se divide entre orgulho local e ações de expansão

La Caminera Sutra
Depois de se consolidar na Zona Norte de São Paulo, cervejaria paulistana mira outros mercados, como o baiano e o pernambucano

Uma cervejaria com apenas nove meses de fundação e que se orgulha de ser da Zona Norte de São Paulo, mas já busca a expansão para outros Estados brasileiros. Essa é a La Caminera, marca que está no mercado desde 29 de junho de 2018,  sendo produzida em Jaboticabal (SP). E que já contabiliza 14 mil litros envasados em seus cinco rótulos.

Como se demarcasse um território, a La Caminera tem se caracterizado por exaltar sua origem na Zona Norte de São Paulo, uma região que não possui o mesmo status no setor das artesanais como a Oeste, por exemplo, onde se concentra a maior parte da boemia. Um cenário que a cervejaria acredita ser possível modificar.

“Chegamos querendo ser mais um negócio para dizer que aqui tem coisa boa! Assim como ótimos bares, restaurantes, docerias, padarias e afins que surgem cada dia. Uma hora o pessoal vai acabar atravessando a ponte de lá para cá e ver o movimento que vamos fazer”, conta Márcio Moreira, sócio da La Caminera.

Expansão e desafios
Esse “bairrismo” poderia significar uma estratégia de concentração em um nicho. Mas esse orgulho de sua origem não impede a cerveja de, mesmo sendo quase uma novata no mercado, mirar mais longe. E com passos planejados.

O primeiro foi ampliar a sua presença na cidade de São Paulo e, depois, no Estado. “Quando alcançamos o nosso objetivo de estarmos nos melhores PDVs da cidade foi que começamos a trabalhar uma maior capilaridade. Ainda estamos trabalhando nisso, inclusive dentro do Estado de São Paulo”, explica Márcio.

A partir dessa consolidação no mercado paulista, foi a vez da La Caminera buscar seu espaço fora de São Paulo. “Quando alcançamos o nosso objetivo de estarmos nos melhores PDVs da cidade foi que começamos a trabalhar uma maior capilaridade. Ainda estamos trabalhando nisso, inclusive dentro do estado de SP”, comenta.

Mas essa busca pela capilaridade demanda desafios, especialmente quando se tenta entrar em mercados distantes do paulista, como no Nordeste, onde a La Caminera tem buscado cravar seu nome em estados como o baiano e o pernambucano. Para isso, é preciso lidar com questões complicadas, como os custos envolvidos, a logística, o tempo de viagem e a refrigeração do produto.

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“Nossas cervejas não são pasteurizadas, o que exige que permaneçam refrigeradas constantemente. Sendo assim, a logística precisa ser refrigerada para que as cervejas cheguem a locais com um longo tempo de viagem, acarretando altos custos nesse transporte”, diz Márcio.

Rótulos históricos
Os desafios da expansão parecem ter sido antecipados pela escolha dos rótulos da La Caminera: em geral, eles indicam a busca por novos destinos, como a Atlantis, uma referência à mítica ilha, ou a Peabiru, que lembra o caminho percorrido pelos indígenas sul-americanos até o interior do continente bem antes da “descoberta” pelos europeus.

E essa escolha por rotas, como aponta Márcio, não é à toa. “Contar essas histórias faz parte do que somos e do conceito da cervejaria. La Caminera é uma expressão em espanhol usada para uma bebida que você leva para o seu caminho, meio que para viagem. Meu sócio e eu, o Kauê, sempre tivemos esse hábito de sair tomando uma cerveja por aí”, explica. “Decidimos contar histórias de locais, caminhos e afins para juntar nesse conceito cerveja, cultura e diversão.”

Nessa fase de expansão, a La Caminera lançou seu quinto rótulo na última semana: a Sutra, uma New England Double IPA. “A Sutra conta a história das esculturas do templo de Khajuraho, todas elas com referências ao Kama Sutra. Então a ideia é entrar um pouco em um assunto tabu apresentando uma cerveja que pensamos para ser fora do comum dentro do estilo dela. Fora da linha extremamente frutada e mais doce, recorremos à junção de lúpulos que trazem outras características, mantivemos um corpo médio alto e com leve aveludado característico das Juicys, um amargor mais presente e 8% de álcool bem inseridos”, detalha Márcio.

É mais uma opção da La Caminera em seu desafio de se tornar uma marca nacional sem desfazer a sua força local. E a próxima ação nessa busca por equilíbrio poderá ser a abertura de um brewpub. “Temos um sonho, mas não enxergamos como conflitante com nossa busca por expansão. Acreditamos que o brewpub entrega outro tipo de entretenimento, com uma cerveja feita ali para ser cerveja conseguida ali. Mas ainda não temos um plano nesse momento, é mais um sonho mesmo”, conclui.

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