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União e educação: O que o mercado brasileiro pode aprender com o externo

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Setor deve ficar de olho no mercado norte-americano, especialmente no trabalho desenvolvido pela Brewers Association (Crédito da Imagem: BA)

A ainda recente indústria brasileira de cervejas artesanais deve ficar atenta ao trabalho desenvolvido em outros mercados para potencializar seu crescimento nos próximos anos. Embora seja difícil definir referências em um país tão dinâmico como o Brasil, a proximidade e a própria dimensão territorial nos conectam com outras realidades, especialmente com um importante centro cervejeiro mundial: os Estados Unidos.

Amanda Felipe Reitenbach

É o que garante Amanda Felipe Reitenbach, fundadora e CEO do Science of Beer Institute, escola focada na educação cervejeira e responsável pela organização do Concurso Brasileiro de Cervejas, além de disponibilizar cursos nos Estados Unidos e na Europa.

“É difícil achar um comparativo porque aí esbarramos na cultura. Todas as culturas são muito diferentes, até mesmo dentro do Brasil. Se você pegar Rio Grande do Sul e Recife [Pernambuco], você verá uma diferença enorme na questão de estilo, produção e tudo o mais. É difícil achar essa relação”, afirma Amanda ao Guia da Cerveja, antes de completar.

“Mas temos um mercado inspirador, que é os Estados Unidos”, garante a especialista, que fez doutorado na Versuchs- und Lehranstalt für Brauerei, em Berlim. “Temos que olhar, tirar aprendizados, pois acho que funciona como um modelo de inspiração para a gente. Não desvalorizando os outros, claro, as escolas tradicionais, europeias, com seus estilos e suas formas concretas de lidar com o mercado. Mas acho que, até pela proximidade, os Estados Unidos acabam sendo a maior referência.”

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Tanto questões mais técnicas quanto aspectos ligados ao estilo, que despontam em imensa quantidade nos Estados Unidos, permitindo uma ampla variedade de inovações ao consumidor, devem servir como referência ao mercado nacional.

“Eles inspiram muito o brasileiro, nós estamos muito de olho no que eles estão produzindo em questão de estilo, tecnologia, insumos. Esse é o mercado para qual o brasileiro olha, se inspira e tem como modelo”, acrescenta.

União e educação
O crescimento do mercado norte-americano, contudo, é recente. Teve início há cerca de 12 anos, em um projeto coordenado pela Brewers Association (BA) – a associação de artesanais dos EUA – para mudar a cultura cervejeira local.

Apostando fortemente na união do setor e em um trabalho de educação do consumidor, ao demonstrar a amplitude que a cultura cervejeira poderia alcançar, a Brewers Association obteve um grande feito: fez mesmo um país essencialmente associado a grandes marcas, como Budweiser e Miller, virar uma referência tão grande em qualidade quanto os principais centros europeus, como Bélgica, Alemanha e Reino Unido.

“Temos muito o que aprender, principalmente com todo o trabalho feito pela Brewers Association para mudar esse mercado, para fazer esse mercado crescer”, aponta Amanda, reiterando que o mercado brasileiro deve se inspirar no trabalho da BA.

“As palavras-chave usadas pelo presidente da Brewers Association é união e educação. Em 12 anos, eles fizeram com que o mercado de artesanais crescesse em praticamente 30% do total. Foi um trabalho muito árduo de uma associação muito consciente que fez esse mercado mudar”, complementa.

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