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Ação da Ambev cai 6% após balanço do 4º trimestre e previsão de custos

No dia da publicação do resultado financeiro do 4º trimestre de 2023, ação teve queda de mais de 6%

A divulgação do balanço da Ambev no quarto trimestre de 2023, juntamente com a projeção de custo por produto vendido (CPV) em 2024, provocou impacto negativo sobre o preço da ação da empresa na B3, a bolsa de valores do Brasil. Apesar dessa reação do mercado, a companhia expressa otimismo para o ano em curso e fundamenta suas expectativas em dois pilares: o sólido desempenho nos primeiros meses de 2024, puxado pelo carnaval, e a crença na expansão das vendas de cervejas premium.

No último dia de fevereiro, a ação da Ambev sofreu queda significativa de 6,47%, de R$ 13,45 para R$ 12,58, na sequência da publicação do balanço do período de outubro a dezembro. Essa reversão de tendência resultou em queda mensal de 3,82%, ampliando o declínio acumulado no ano para 8,38%, em contraste com o Ibovespa, que registrou alta de 0,99% no segundo mês de 2024 ao atingir 129.020 pontos.

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O balanço do quarto trimestre de 2023 da Ambev revelou redução de 10,9% no lucro líquido em relação ao mesmo período de 2022, totalizando R$ 4,528 bilhões. O Ebitda ajustado, por outro lado, apresentou aumento de 0,6%, atingindo R$ 7,151 bilhões, enquanto a receita líquida sofreu queda de 11,9% ao alcançar R$ 19,989 bilhões.

Analistas destacam o desempenho desfavorável na região LAS (América Latina, excluindo o Brasil), atribuindo a queda a fatores como hiperinflação na Argentina. “A divisão LAS foi o destaque negativo do quarto trimestre de 2023, com Ebitda 34% abaixo do esperado, impactado principalmente pelas operações na Argentina”, diz a equipe de analistas do Bradesco BBI. Além disso, outro resultado negativo envolveu o declínio nos volumes comercializados no Canadá.

O freio no consumo no Brasil (recuo de 1,1%) também foi citado como um desafio. “Os volumes fracos foram confirmados e, na nossa visão, implicam em perdas de market share e em uma decepção, dada as temperaturas recordes no Brasil”, afirma o JP Morgan.

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No mesmo dia em que divulgou o balanço, a Ambev projetou diminuição de 0,5% a 3% no custo sobre produto vendido para 2024. Contudo, essa perspectiva não foi bem recebida pelo mercado, que esperava redução ainda mais expressiva devido à queda nos preços das commodities. Essa situação levou o JP Morgan a modificar a recomendação para a ação da Ambev, passando de compra para neutro, além de reduzir o preço-alvo de R$ 15,50 para R$ 14.

“A peça que falta no quebra-cabeça da recuperação da margem, que seria uma forte redução de custos baseada na queda dos preços das commodities, deve ser mais fraca do que o esperado, de acordo com o guidance da empresa, levantando dúvidas sobre a sustentabilidade das margens para as operações futuras”, diz o JP Morgan, em relatório.

Perspectivas para 2024
Após encerrar o quarto trimestre de 2023 com diminuição de 1,1% no volume de cerveja no Brasil, a Ambev mantém a confiança em suas possibilidades de crescimento, especialmente no segmento de cervejas premium, que continua em expansão.

“Embora o Brasil apresente um dos maiores consumo per capita de cerveja do mundo, vemos oportunidades de continuar crescendo, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde as marcas premium estão crescendo, mas ainda estão sub posicionadas”, afirma o CEO da Ambev, Jean Jereissati.

Para alcançar esses objetivos, a empresa planeja realizar investimentos substanciais em marketing ao longo do ano. Um dos focos será a marca Corona Cero, um rótulo sem álcool que será a cerveja oficial dos Jogos Olímpicos de Paris. “Depois de anos investindo em tecnologia, é o momento de investir mais em marcas e distribuição”, acrescenta Jereissati, também assegurando que a companhia teve um bom desempenho no carnaval, com destaque para a Brahma.

Mercado financeiro fora do Brasil
A queda na ação da Ambev após a divulgação do balanço e das perspectivas de CPV também se repetiu em Nova York. Por lá, a desvalorização após a publicação do resultado financeiro foi de 7,49%, de US$ 2,69 para US$ 2,49. Com isso, o recuo no mês ficou em 4,96%.

Movimento parecido se deu com a AB InBev, que divulgou seu balanço financeiro com lucro líquido de US$ 1,89 bilhão 33% menor do que o ganho em igual período de 2022, com queda de 2,74% nos volumes gerais de vendas, para 144,706 milhões de hectolitros. Em um dia, a ação caiu 3,21%, para 55,72 euros, tendo recuado 3,51% no mês na Europa.

E fevereiro também foi mês de queda para a ação do Grupo Heineken. O recuo mensal foi de 8,45%, para 85,42 euros.


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