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Ação da Ambev dispara após balanço do 3º trimestre; veja 7 análises

Impacto do resultado financeiro foi grande na última terça-feira, com alta de mais de 4% da ação em um dia

O balanço da Ambev referente ao terceiro trimestre de 2023 foi bem recebido pelo mercado financeiro, como indicam análises e, principalmente, o desempenho da companhia na B3, a bolsa de valores brasileira. Após a divulgação dos resultados do período de julho a setembro na última terça-feira, a ação teve um aumento significativo de preço nos 3 pregões realizados desde então, subindo de R$ 12,36 para R$ 13,29.

Isso representa uma alta de 7,52%. E o destaque foi o dia da divulgação do balanço, quando a valorização ficou em 4,05%. Esse desempenho reflete a satisfação do mercado financeiro com a rentabilidade da Ambev no terceiro trimestre, assim como pela resiliência exibida na venda de cerveja, que caiu, mas pouco no período, principalmente no Brasil.

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O balanço da Ambev revelou um lucro líquido de R$ 4,015 bilhões no terceiro trimestre, um aumento anual de 24,9%, e um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 6,584 bilhões, representando um crescimento de 17,6%. No entanto, houve queda de 1,3% na receita líquida, que ficou em R$ 20,318 bilhões, e de 2% no volume de bebidas, para 45,334 milhões de hectolitros.

As equipes de análises consideram esse desempenho sólido, destacando o crescimento de 21,7% na receita líquida por hectolitro e uma redução de 4% nas despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) durante o período, reportados no balanço, como resultados que indicam o aumento da rentabilidade da Ambev.

Em relatório, o Bank of America destaca a capacidade da Ambev de combinar preços resilientes, graças ao seu portfólio, com eficiência nos seus gastos, além de ter sido favorecida pelo recuo nos custos de matérias-primas. E isso mais do que compensa a queda nos volumes. “Apesar da desaceleração, vemos a resiliência do preço/mix como positiva após cinco trimestres com aumento de dois dígitos na comparação anual”, afirma.

Esse desempenho, inclusive, levou a equipe de análise do BB Investimentos a mudar a sua recomendação sobre o papel da cervejaria, passando a indicar compra. E mesmo com a queda no volume de cerveja no Brasil, de 1,1%, o relatório do Bradesco BBI indicou um efeito positivo para os acionistas. “A Ambev parece ter conseguido transmitir com sucesso a inflação aos preços”, diz.

Menos otimista, a equipe de análise do BTG Pactual, embora tenha indicado uma surpresa positiva com o resultado financeiro da Ambev no terceiro trimestre, apontou quatro fatores que considera fundamentais para o futuro da companhia.

São eles: a sustentabilidade e intensidade na redução dos custos e despesas; o estado do portfólio central, que está consistentemente com desempenho inferior, semelhante ao que ocorreu com o portfólio central alguns anos atrás; se o segmento premium já é grande o suficiente para impulsionar o crescimento futuro da Ambev; e o que esperar dos preços agora que há ventos favoráveis de custos e a concorrência parece estar se preparando para recuperar sua escala.

Assim, embora com elogios ao balanço do terceiro trimestre em suas análises, a equipe do BTG aponta um cenário de dificuldades a serem encaradas pela Ambev, com riscos relacionados aos temas fiscais no Brasil e macroeconômicos na Argentina, bem como dúvidas sobre a capacidade do portfólio da marca em sustentar um equilíbrio saudável entre volume e preço. “Embora os resultados tenham sido bem recebidos pelo mercado, o caminho futuro da Ambev ainda está sujeito a desafios”, afirma.

Desempenho mensal
O balanço fez, assim, com que a ação da Ambev tivesse um dia final de outubro e um começo de novembro positivos, com análises indicando tendência de alta, ainda que tenha completado, na última terça-feira, o quarto mês consecutivo de queda na B3. O recuo, que foi amenizado pelo bom desempenho no dia 31, foi de 1,91%, caindo de R$ 13,11 para R$ 12,86. Já nos 10 primeiros meses de 2023, há perda de 11,43% em relação aos R$ 14,52 do final em 2022.

A queda acabou sendo menor que a do Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira, que recuou 2,94% no período, para 113.143,67 pontos, embora ainda tenha alta de 3,11% em 2023. E nas pontas das ações que compõem o índice ficaram, em outubro, o Magazine Luiza, com queda de 37,26%, e a Gol, com valorização de 29,35% no período.

Fora do Brasil
No exterior, a ação da Ambev repetiu o desempenho que teve no Brasil em outubro: caiu 1,94% na Bolsa de Nova York, para US$ 2,53, ampliando sua queda em 2023, agora de 6,99% em relação ao preço de US$ 2,72 do final de 2022.

Foi, assim, um comportamento diferente aos dos dois principais grupos cervejeiros do mundo na Europa em outubro, com ambos tendo alta mensal, de 2,13% para a AB InBev, para 53,63 euros, e de apenas 0,83% para o Grupo Heineken, chegando aos 84,74 euros. Mas ambas ainda apresentam desvalorização em 2023.

Confira 7 análises do balanço da Ambev, recomendações e perspectivas para o futuro:

Bank of America – Compra, com preço-alvo de R$ 17,50
Esperamos que o bom momento operacional da Ambev continue pelos próximos 12 a 18 meses, com queda significativa nos custos com materiais e performance resiliente de receita

BB Investimentos – Compra, com preço-alvo de R$ 16,00
Diante de um resultado melhor do que estimávamos e de um desconto relevante do preço-atual da ação em relação ao nosso preço-alvo, e também pela assimetria de múltiplo Preço por Lucro (P/L) em relação ao histórico da companhia, alteramos nossa recomendação de neutro para compra

Bradesco BBI – Compra, com preço-alvo de R$ 21,00
O Ebitda do Brasil superou as expectativas em 12%, enquanto o CAC também superou, batendo as previsões em 4%. Por outro lado, a fraqueza geral da indústria cervejeira canadense e a pressão inflacionária na Argentina levaram a resultados abaixo do esperado no Canadá e na LAS (América Latina Sul)

BTG – Neutra, com preço-alvo de US$ 3,17
O Ebitda de R$ 3,2 bilhões ficou 11% acima das projeções e praticamente explicou todo o desempenho positivo da empresa a nível consolidado. A margem expandiu impressionantes 730 bps ano a ano, alcançando 33,5%, graças a uma redução de 4% ano a ano nos custos de SG&A. Apesar das preocupações, os volumes não foram tão ruins quanto se temia, registrando uma queda de apenas 1% ano a ano, ainda abaixo da média do setor, mas compensado por comparações anuais fortes. No entanto, a receita por hectolitro desacelerou para 6,8% ano a ano, indicando que a temporada de precificação da Ambev para o ano ainda não começou

Mirae Asset – Compra, com preço-alvo de R$ 17,20
Mais um trimestre positivo demonstrando a capacidade de precificação com um mix de marcas mais premium, menor pressão de custos e bom controle em SG&A, compensando um momento de volumes ainda desfavorável. Mantemos nossa recomendação de BUY vislumbrando um quadro favorável de preços das principais commodities que compõem seu CPV, como trigo, milho e alumínio, o que pode contribuir para a manutenção dos bons níveis de margens. Perspectiva positiva também com relação à saúde das marcas, especialmente acima do core, mas com retomada de volumes ainda seguindo incerta.

Genial Investimentos – Neutra, com preço-alvo de R$ 15,00
Esperávamos que este fosse um trimestre que demonstrasse uma recuperação  gradual de margens da companhia, e isto de fato ocorreu, com a companhia tendo ainda superado as nossas expectativas de margens, nos surpreendendo positivamente. Ademais, em nossa visão, a tendência de queda nas principais commodities que representam o COGS da companhia (trigo, milho e alumínio) deve viabilizar margens ainda melhores para a Ambev nos próximos trimestres.

Porém, não enxergamos melhoras na Argentina, que representa parte relevante do EBITDA do LAS (~60%), e na indústria de cerveja no Canadá, no curto prazo. Além disso, os eventuais impactos da possível reforma tributária trazem um risco adicional e nos deixa mais cautelosos com a tese. E mesmo com os ventos favoráveis mencionados, vemos pouco potencial de crescimento na companhia e um baixo upside em relação ao preço atual de tela.

XP Investimentos – Compra, com preço-alvo de R$ 18,70
A AmBev reportou um trimestre sólido em sua trajetória de recuperação de margem, com receita líquida de R$ 20,3 bi (-1% A/A e -4% vs. XPe) e EBITDA aj. de 32,4% (vs. 27,9% no 3T22 e 29,7% XPe). As margens recuperaram em todas as unidades, exceto Brasil NAB principalmente devido à pressão de custos (ex. açúcar), embora com volumes mistos. O destaque continua sendo o mercado de cervejas do Brasil, liderado pelas marcas premium/super premium da AmBev, com sólida expansão de BEES e Zé, menor CPV/hl e aumento da ROL/hl acima da inflação. A principal surpresa vs. nossas estimativas foi o lucro líquido de R$ 3,893 bi (+355bps A/A e +397bps vs. XPe), com despesas financeiras menores e uma alíquota efetiva de imposto de 1,1%, assunto que deve continuar chamando a atenção do governo.

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