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Ainda atuando na Rússia, Heineken admite ter feito lançamentos e contratações

Companhia de origem holandesa opera sete cervejarias e duas fábricas de malte no território russo

Cerca de um ano após o início da guerra na Ucrânia e do anúncio de que iria sair da Rússia, o Grupo Heineken continua operando no país, além de ter realizado lançamentos em 2022, a maior parte envolvendo a marca Amstel e refrigerantes, assim como reforçou a sua equipe de funcionários.

A revelação de detalhes sobre a atuação da Heineken na Rússia foi realizada pelo site Follow the Money. A companhia, então, reconheceu que segue operando no país em uma longa explicação, com perguntas e respostas, publicadas em seu site oficial, além de garantir que continua com o compromisso de sair de Moscou.

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“Deveríamos ter deixado claro desde o início que o negócio na Rússia precisaria introduzir novos produtos locais para evitar a falência depois que a marca Heineken e duas outras grandes marcas internacionais (Guinness e Miller) foram retiradas do mercado no início da guerra”, explica a empresa em trecho da publicação. “Percebemos que isso criou ambiguidade e dúvidas sobre nossa promessa de deixar a Rússia. Por isso, pedimos desculpas”, acrescenta.

De acordo com informações publicadas pelo site Follow the Money, a Heineken lançou 61 produtos na Rússia em 2022 e teve um acréscimo de 72 milhões de litros de cervejas e refrigerantes vendidos. Isso incluiu três versões da Amstel – Amstel Fresh, Amstel Extra e Amstel Natur Wild Berries –, além da Black Sheep, marca de cerveja Stout desenvolvida para substituir a Guinness.

Uma das citações obtidas pelo site afirma que a empresa decidiu entrar no mercado de refrigerantes da Rússia após as saídas de Pepsi e Coca-Cola. O Follow the Money afirma ter obtido as informações através do site https://www.heinekenrussia.ru/, que nesse momento está fora do ar.

A divisão russa do Grupo Heineken é denominada Heineken Breweries LLC. A companhia reconheceu que a empresa em operação na Rússia realizou 243 contratações em 2022, o que diz ter gerado um saldo positivo de 20 vagas no país. “Novas contratações foram necessárias para manter o negócio operacional devido à saída de funcionários e para realizar tarefas que antes eram feitas na sede global, mas agora devem ser feitas localmente em preparação para a transferência para um novo proprietário”, afirma.

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No comunicado, o Grupo Heineken ainda afirma que a fase atual representa um período de transição para viabilizar a sua saída da Rússia. “As operações russas, lideradas pela equipe de gestão local, estão focadas na continuidade do negócio e solvência (capacidade de continuar a cuidar dos funcionários, pagar salários, pagar fornecedores, etc.) fazendo a ponte até ao momento da transferência de propriedade”, diz.

Assim, a companhia reconhece que ainda não foi realizada a desvinculação da operação russa. “Agora estamos passando para a próxima fase em que estamos desvinculando os negócios da Rússia para permitir que eles operem independentemente da Heineken em preparação para a transferência para um novo proprietário”, explica.

O Grupo Heineken ainda garante que não está obtendo lucro ou royalties advindos da operação na Rússia. “Deixamos claro desde o início que não lucramos com as operações em andamento e não lucraremos com a transferência de propriedade”, afirma. “Não há royalties recebidos por nenhuma marca desde março de 2022 e não haverá royalties no futuro. Não haverá suporte do Grupo Heineken a novos proprietários para quaisquer marcas remanescentes após a transferência”.

A empresa ainda reforça a intenção de deixar a Rússia e espera que esse processo seja concluído até a metade de 2023. “Apesar de tudo isso, e embora seja frustrante que esteja demorando tanto, continuamos totalmente comprometidos em deixar a Rússia”, diz. “Continuamos confiantes de que chegaremos a um acordo no primeiro semestre de 2023, seguido das aprovações necessárias das autoridades russas”, conclui.

Em sua publicação, o Grupo Heineken também destaca não ser a única empresa que tem encarado desafios para encerrar as operações na Rússia, do mesmo modo como anunciaram dezenas de empresas de origem ocidental assim que foi iniciado o conflito com a Ucrânia.

“A situação na Rússia é sem precedentes e a realidade para empresas com grandes operações de produção e manufatura no país é desafiadora e complexa. Todas as transferências de negócios precisam de várias aprovações pelas autoridades locais. Não somos a única empresa lutando para sair; pesquisas acadêmicas recentes mostram que apenas 9% das empresas deixaram a Rússia”, argumenta.

A Heineken Breweries LLC iniciou a sua atividade na Rússia em 2002, operando sete cervejarias e duas fábricas de malte. Ela é considerada a terceira maior cervejaria do país.

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