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Dutra Beer apoia reforma agrária, mira inclusão e celebra ícones da resistência

Surgida em 2017, cervejaria homenageia em seus mais de 20 rótulos grandes figuras históricas da política e da sociedade

O conceito “beba local” é um dos mais associados e valorizados pelas cervejarias artesanais, mas o grande desafio está em transformar um slogan em realidade. É pensando no seu resultado mais prático, o fomento de uma economia mais sustentável, que a Dutra Beer tem atuado desde 2017. Criada em Santo André, é lá onde a marca busca realizar parcerias com produtores, além de oferecer cursos sobre temas relacionados ao segmento na região do ABC paulista.

A proximidade dos produtores locais está, inclusive, na origem e nos fatores que motivaram a criação da Dutra Beer. André Dutra, fundador da cervejaria, explica que atuava vendendo e divulgando produtos orgânicos oriundos da reforma agrária, de assentamentos e cooperativas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), quando adicionou os rótulos da Cervejaria Nosotros entre os produtos ofertados. Disso, veio a ideia de ter a sua própria marca.

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“Pensamos: ‘por que não produzir nossa própria breja e homenagear homens e mulheres da luta?’. Fizemos a Weizenbier com o rótulo do Carlos Marighella e a Smoked Porter com o Lenin. Não paramos mais, e hoje temos em torno de 22 rótulos/estilos disponíveis”, explica André.

Até por esse início, com o apoio aos produtores de assentamentos e de terras oriundas da reforma agrária, André destaca que levou para a Dutra Beer a valorização do local. Fomentar os pequenos produtores é algo que está no cerne da sua marca, como mostra um exemplo prático: a cervejaria possui parceria com uma horta urbana de Santo André, para a qual doa o bagaço do malte para utilização como adubo. E ainda planta lúpulos no local para estudos e testes em suas cervejas.

“Um produto de qualidade e puro deve ser consumido por todos e todas, seja uma fruta ou hortaliça sem agrotóxico, um alimento produzido sem crueldade animal ou uma cerveja artesanal sem agentes químicos. Somos contra a hegemonia do consumo de massa. Apoiamos e valorizamos os pequenos produtores e fornecedores locais aqui da região”, aponta André.

Inclusão cervejeira
A Dutra Beer também tem ofertado experiências coletivas para a sociedade, com cursos, seminários e workhops. No momento, são quatro opções disponibilizadas pela cervejaria de Santo André: Introdução ao Universo das Cervejas Artesanais, indicada para iniciantes e apreciadores de cerveja artesanal; Harmonização com Cervejas Especiais, para apreciadores, cervejeiros e interessados em harmonizar diferentes pratos com a bebida; Produção de Cerveja Artesanal, para aqueles que querem produzir sua própria cerveja; e Das Panelas à Fabricação Profissional, para os cervejeiros caseiros que desejam se profissionalizar e/ou aumentar sua produção.

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André também destaca que os cursos oferecem oportunidades a partir de bolsas, uma preocupação da Dutra Beer em contribuir para que pessoas em situação de vulnerabilidade possam ter acesso ao conhecimento e à cultura das cervejas artesanais, seja para atuar profissionalmente ou não.

Nosso objetivo com esses cursos/workshops é propagar a cultura cervejeira e transmitir informações relevantes para compreender as escolas, estilos de cervejas, formação de uma boa harmonização gastronômica, processo de produção da cerveja artesanal e compartilhar ideias e vivências para ajudar a projetar um negócio cervejeiro

– André Dutra, fundador da Dutra Beer

Com produção inicial de 1.000 litros de cerveja por mês, a Dutra quadriplicou essa fabricação desde então. Ela é destinada ao consumo dos próprios responsáveis pela cervejaria, aos amigos e aos cursos. Mas já há planos para que, em breve, se inicie a comercialização dos rótulos.

Referências históricas
Em seus rótulos, a Dutra Beer busca homenagear grandes figuras emblemáticas da história mundial com atuação social e política, muitos deles ícones da resistência. Assim, além de Marighella e Lenin, também há cervejas que levam nomes como os de Che Guevara, Carolina de Jesus, Malcon X, Nina Simone e Rosa Luxemburgo.

“No curso de Relações Internacionais na faculdade, conheci a luta anti-imperialista dos povos oprimidos ao redor do mundo. Naturalmente a empatia e a solidariedade vieram à tona quando pensei na criação dos rótulos. Também colaboro com o Coletivo de Relações Internacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) onde esses personagens estão presentes e são referências na luta e resistência por uma sociedade mais justa e humana”, conta André.

Uma conexão que a Dutra Beer assegura também trazer para a sua atuação local, seja em parcerias ou mesmo a partir do modelo de autogestão da cervejaria.

“Os homens e mulheres que homenageamos são exemplos concretos da luta coletiva e, cada um desses, dentro de seus propósitos e anseios, nos ligam àqueles que hoje lutam por uma sociedade melhor, sejam eles movimentos de negros e negras, movimentos feministas, movimentos que lutam por moradia urbana ou movimentos anti-imperialistas. Estamos conectados na luta diária”, conclui o fundador da Dutra Beer.

3 Comentários

  • Leonardo Reply

    24 de fevereiro de 2021 at 17:15

    Muito bom! Dutra representando muito! Precisamos acabar com essa cultura de fascistas no meio cervejeiro!

  • Flavio Reply

    24 de fevereiro de 2021 at 22:58

    Lamentável misturar cultura cervejeira e ideologia política. Pergunta: tem registro no Mapa? Paga imposto?

  • Cau Bastos Reply

    25 de fevereiro de 2021 at 05:08

    Que belíssimo trabalho! Nosso mundo precisa de mais pessoas como Dutra! Gratidão!

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