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Petrópolis propõe desconto de até 70% nas dívidas e venda de ativos energéticos

Pedido de recuperação judicial pelo grupo cervejeiro foi realizado no final de março em função dos seus débitos

O Grupo Petrópolis protocolou a sua primeira proposta de recuperação judicial, com o intuito de pagar suas dívidas com credores. Para reestruturar os seus débitos, a companhia pede descontos de até 70% sobre algumas das suas dívidas, além de indicar a intenção de vender ativos da sua operação no setor energético para gerar caixa.

O documento foi protocolado pelo Grupo Petrópolis na 5ª Vara Empresarial da Justiça do Rio de Janeiro, que aceitou o pedido de recuperação judicial e precisa ser aprovado pela assembleia de credores. Porém, até a realização dessa votação, a proposta pode passar por ajustes.

Leia também – Qual é o futuro do Grupo Petrópolis e do mercado após recuperação judicial?

No plano de recuperação judicial, o Grupo Petrópolis não incluiu a Maltería Oriental, responsável pela produção e comercialização de malte de cevada, que apresentou um documento em separado para reestruturação das suas dívidas com os credores.

A proposta
O Grupo Petrópolis propõe deságio de 70% das dívidas com credores quirográficos e para as microempresas e empresas de pequeno porte, com pagamento se iniciando apenas em 2035. A outra opção para quem pertence a esses grupos é o recebimento de R$ 10 mil ou R$ 3,5 mil, respectivamente, 30 dias após a homologação do acordo.

Por outro lado, a proposta de reestruturação das dívidas do Grupo Petrópolis não prevê deságio dos valores a serem pagos a credores trabalhistas, que deverão começar a ser pagos até 30 dias após a data de homologação do acordo.

O mesmo procedimento será adotado com os debenturistas, com a diferença de que a carência para o início do pagamento será de seis meses. Além disso, o Grupo Petrópolis destaca, em sua proposta, que pretende reservar o valor da venda de ativos no segmento energético para o pagamento dessas dívidas.

Desde 2010, o Grupo Petrópolis atua no setor de energia, incluindo uma participação de 100% na empresa Electra Power. Deve, assim, vir desse portfólio as vendas para garantir recursos visando o pagamento de parte dos seus débitos.

O Grupo Petrópolis também garante, em sua proposta, condições melhores para credores colaboradores, incluindo nesse grupo aqueles que continuem ou passem a fornecer bens, insumos, materiais ou serviços não financeiros em condições de mercado; mantenham as fianças bancárias já emitidas e se obriguem a renová-las. Embora haja diferenças na carência para o pagamento, que varia entre 24 e 36 meses, não haverá deságio para qualquer tipo de colaborador.

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O pedido de recuperação judicial
O Grupo Petrópolis entrou com pedido de recuperação judicial nos últimos dias de março, quando estava para vencer uma parcela de R$ 107 milhões de sua dívida com o Banco Santander.

No total, o Grupo Petrópolis afirma que a sua dívida é de R$ 4,2 bilhões, sendo R$ 2,2 bilhões com fornecedores e outros R$ 2 bilhões derivados de operações financeiras e de mercados de capitais.

O seu maior credor é o Siena Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, no valor de R$ 661,635 milhões. Sem levar em consideração a incidência de correções, caso aceite a proposta aos credores quirográficos que não optem pela colaboração, o Siena renunciaria a mais de R$ 460 milhões.

Em seu processo de recuperação judicial, o Grupo Petrópolis é assessorado pelos escritórios Galdino, Coelho, Pimenta, Takemi, Ayoub Advogados e Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo e Cotta Advogados. Já a administração judicial do caso cabe à Preserva-Ação Administração Judicial e ao escritório de advocacia Zveiter.

Dívida e perda de mercado
Para justificar o elevado endividamento, o Grupo Petrópolis relatou queda na venda de bebidas, que caiu de 31,2 milhões de hectolitros no fim de 2020 para 24,1 milhões de hectolitros no término de 2022. Isso foi provocado pela perda de participação no mercado de cerveja: de 15,3% em 2020 para 10,6% em agosto de 2022.

Assim, a companhia ficou com capacidade produtiva ociosa em suas fábricas, além de ter sofrido com a alta de insumos e da inflação, com esses custos não sendo repassados em sua totalidade aos preços. Além disso, citou, no pedido de recuperação judicial, ter sofrido forte impacto da alta da Selic, a taxa básica de juros, que provocaria um impacto anual de R$ 395 milhões no fluxo de caixa da companhia.

Controlado por Walter Faria, o 13º brasileiro na lista de bilionários da Forbes, com R$ 3,3 bilhões, o Grupo Petrópolis é o terceiro maior grupo cervejeiro do Brasil. A companhia possui capacidade total de fabricação de 52,4 milhões de hectolitros de bebidas, embora afirme estar produzindo apenas 21 milhões de hectolitros.

Atualmente, o Grupo Petrópolis fabrica as marcas de cerveja Itaipava, Crystal, Lokal, Black Princess, Petra, Cabaré, Weltenburger e Brassaria Ampolis (com os rótulos Cacildis, Biritis, Ditriguis e Forévis); as vodcas Blue Spirit Ice e Nordka; a Cabaré Ice; os energéticos TNT Energy Drink e Magneto; o refrigerante It!; o isotônico TNT Sports Drink; a água Petra e água tônica Petra. Com oito fábricas em operação, o grupo estima ser responsável pela geração de aproximadamente 24 mil empregos diretos.

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