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Pedido à Justiça expõe perda de mercado pelo Grupo Petrópolis

Volume de bebidas vendidas pela companhia recuou mais de 7 milhões de hectolitros em dois anos

O Grupo Petrópolis expôs a sua perda de participação no mercado cervejeiro do Brasil ao apresentar um pedido de recuperação judicial, concedido pela Justiça do Rio de Janeiro através de medida cautelar. Em um período de pouco mais de dois anos e meio, a companhia viu cerca de 30% da sua parcela no setor se esvair.

De acordo com os dados apresentados pelo Grupo Petrópolis, contabilizados pela Nielsen, o market share da empresa caiu de 15,3% em janeiro de 2020 para apenas 10,6% em agosto de 2022.

Leia também – Com dívida de R$ 4,2 bilhões, Grupo Petrópolis entra em recuperação judicial

Já o volume de bebidas vendidas pelo Grupo Petrópolis reduziu 23% entre 2020 e 2022. Foram comercializados 31,2 milhões de hectolitros em 2020, número que caiu para 26,4 milhões de hectolitros em 2021, fechando 2022 com 24,1 milhões de hectolitros.

Para piorar, esse declínio se dá em um cenário que contrasta com a capacidade produtiva da companhia – com oito unidades fabris, o Grupo Petrópolis afirma que pode fabricar 52,34 milhões de hectolitros de bebidas. Nesse momento, porém, produz menos da metade disso.

O uso reduzido da capacidade produtiva é, inclusive, um dos motivos utilizados pelo Grupo Petrópolis para embasar o seu pedido de recuperação judicial. A empresa defende que, adequando as suas contas e renegociando seus débitos, poderia voltar a crescer, se aproveitando de toda essa estrutura para fabricação de bebidas. Hoje, a empresa contabiliza dívida de R$ 4,2 bilhões.

“Como consequência da normalização do fluxo de caixa das requerentes e da adequação de sua estrutura de capital para níveis sustentáveis, será possível produzir utilizando-se toda essa capacidade instalada, o que terá reflexos benfazejos de toda sorte, inclusive e especialmente nas condições de pagamento dos credores ora afetados por essa medida recuperacional”, diz.

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Esse contexto de queda na produção e na participação de mercado se transformou, evidentemente, em redução das receitas do Grupo Petrópolis. Os valores auferidos pela empresa caíram de R$ 15,6 bilhões em 2020 para R$ 13,6 bilhões em 2021. Também houve recuo, ainda que menor, em 2022, para R$ 13,0 bilhões.

Custos de produção e preços
No documento em que apresenta o seu pedido de recuperação judicial, o Grupo Petrópolis também aponta que os custos para produção de cerveja cresceram acima da inflação e do reajuste de preços implementados pela companhia.

Partindo da base 100, para 2019, o Grupo Petrópolis afirma que os custos de produção chegaram a 118,1 em 2020, indo a 138,4 em 2021 e a 152,7 em 2022. Já o salto dos preços das cervejas da empresa foi mais modesto. Da mesma base 100, passou para 102,1 em 2020, 104,6 em 2021 e 110,3 no ano passado.

O Grupo Petrópolis também relata ter reajustado seus preços em 1º de março. A companhia afirma que isso ocasionou nova perda de participação de mercado. Mas defende que reduzir os valores não é uma estratégia factível para aumentar o volume de vendas e o faturamento.

“Após sofrer por longo período, o grupo viu-se forçado a reposicionar os preços de seus produtos no dia 1º do mês de março corrente. Como consequência, houve retração nas vendas, na medida em que seus consumidores tradicionais, nesse primeiro momento, indispostos a pagar os preços reajustados, acabaram migrando para outras marcas”, afirma.

“Fato é que, nas últimas semanas, as vendas e, consequentemente, a receita bruta caíram de forma considerável. Apesar disso, retroceder e baixar os preços não é alternativa, sob pena de se voltar a operar com margens financeiramente insustentáveis”, acrescenta o Grupo Petrópolis.

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