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Rússia intervém na Carlsberg e põe em risco venda da líder do mercado

Decreto permite que estado assuma temporariamente controle de ativos de países considerados hostis à Rússia


O governo da Rússia colocou temporariamente sob administração estatal as operações do grupo cervejeiro dinamarquês Carlsberg, em uma intervenção que levanta dúvidas sobre a venda dos ativos da sua subsidiária, anunciada em junho. Essa mesma abordagem foi adotada com a empresa francesa de produtos alimentícios Danone.

A intervenção nas operações da Carlsberg na Rússia foi estabelecida através de um decreto assinado pelo presidente Vladimir Putin. Segundo o documento, a agência imobiliária estatal Rosimushchestvo assume o controle da participação da empresa no país, assim como ocorrerá com a Danone.

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Essa medida está sendo vista como um alerta do governo russo para as empresas do Ocidente que decidiram sair do país devido à guerra na Ucrânia. De fato, esse é exatamente o caso da Carlsberg, que havia relatado anteriormente ter chegado a um acordo para vender sua operação local.

Em abril, Putin assinou um decreto permitindo que o estado assumisse temporariamente o controle de ativos de países considerados hostis à Rússia. Na prática, porém, essa medida só havia sido adotada até agora contra as empresas de energia Fortum Oyj, da Finlândia, e Uniper SE, de origem alemã.

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Antes da intervenção, a Carlsberg possuía uma participação de 27% na Baltika Breweries e era líder de mercado na Rússia. No país, a empresa produz várias marcas de cerveja estrangeiras, como Carlsberg, Tuborg, Asahi Super Dry, Holsten e Warsteiner, e opera oito fábricas.

Em 2021, a Carlsberg obteve uma receita de 6,5 bilhões de coroas dinamarquesas (cerca de R$ 4,71 bilhões) na Rússia, correspondendo a aproximadamente 10% de seu faturamento global. Além disso, obteve um lucro de 682 milhões de coroas dinamarquesas (R$ 494 milhões) no país naquele ano, o que representou 6% de seus ganhos totais.

A Carlsberg divulgou uma nota oficial declarando que não recebeu informações das autoridades russas sobre o decreto e suas consequências para a Baltika. “O Grupo Carlsberg tem operado de acordo com as regras e regulamentos locais na Rússia e considera esse desenvolvimento inesperado. O grupo avaliará as consequências legais e operacionais desse desenvolvimento e tomará todas as medidas necessárias em resposta”, diz.

No entanto, no comunicado em que aborda o caso, a Carlsberg reconhece que a venda de seu negócio no país, que já estava acordada, embora ainda pendente de aprovação das autoridades, agora se torna extremamente incerta.

“Em 28 de março de 2022, o Grupo Carlsberg anunciou sua decisão de buscar a alienação total de seus negócios na Rússia. Após um extenso processo de separação do negócio do resto do Grupo Carlsberg, um acordo para vender o negócio russo já havia sido assinado em 23 de junho de 2023, sujeito a aprovações regulatórias e cumprimento de certas condições em várias jurisdições. Na sequência do decreto presidencial, as perspectivas para este processo de venda são agora muito incertas”, afirma no comunicado.

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