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Carlsberg vende operação na Rússia e fortalece presença na Ucrânia

Em meio à guerra, empresa investirá cerca de R$ 190 milhões em nova linha de produção na sua cervejaria em Kiev

Um ano e três meses após o anúncio de que pretendia encerrar suas atividades na Rússia, o Grupo Carlsberg conseguiu finalmente vender sua operação no país, onde era líder no mercado cervejeiro. A companhia dinamarquesa anunciou ter fechado um acordo com um comprador não revelado. Mas a transação ainda precisa ser aprovada pelo governo local para se concretizar.

“A assinatura do acordo de venda do negócio russo é um marco extremamente importante no processo complexo de separação e venda. Embora tenha sido um processo demorado, foi essencial alcançarmos a melhor solução possível para todas as partes interessadas, incluindo nossos mais de 8 mil funcionários na Rússia. Agora aguardamos ansiosos as aprovações regulatórias necessárias”, afirma Cees ‘t Hart, CEO da Carlsberg.

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Dados de 2021, o ano que antecedeu o início do conflito na Ucrânia, mostram que a Carlsberg detinha uma participação de 27% no mercado russo, com marcas como Baltika, 1664 Blanc, Somersby e Tuborg. Naquele ano, o grupo registrou receita de 6,5 bilhões de coroas dinamarquesas (cerca de R$ 4,54 bilhões) no país, correspondendo a aproximadamente 10% do valor total obtido mundialmente. Além disso, teve lucro de 682 milhões de coroas dinamarquesas (R$ 477 milhões) na Rússia em 2021, o que representou 6% de seus ganhos globais.

A Carlsberg explicou que o acordo não afetará as perspectivas de receita e lucro do grupo para o restante de 2023. No ano passado, a empresa havia relatado que esperava ter uma baixa contábil de 9,9 bilhões de coroas dinamarquesas (R$ 6,9 bilhões) devido à sua saída da Rússia.

A necessidade de aprovação para o negócio foi citada pela Carlsberg como motivo para evitar a apresentação de uma previsão sobre quando se dará a conclusão da venda. “A transação está sujeita a um amplo processo de aprovação regulatória na Rússia. Isso inclui a apresentação de pedidos à comissão do governo russo para obter suas aprovações, conforme exigido pela lei russa. Além disso, a transação está sujeita a várias condições habituais, incluindo aprovação regulatória e o cumprimento de determinadas condições em várias jurisdições”, diz o comunicado.

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Logo após o início da guerra na Ucrânia, em março de 2022, a Carlsberg anunciou a intenção de encerrar suas operações na Rússia, seguindo o exemplo de dezenas de outras empresas, em resposta às ações do governo de Vladimir Putin. No entanto, esse processo só está sendo concluído agora, com o grupo cervejeiro mencionando desafios para sua concretização.

“A separação dos negócios russos do restante do Grupo Carlsberg tem sido extremamente complexa, envolvendo cerca de 150 fluxos de trabalho em funções de negócios e um investimento de mais de 150 milhões de coroas dinamarquesas em equipamentos de cervejaria e infraestrutura de TI em mercados fora da Rússia”, afirma a empresa holandesa.

Investimento na Ucrânia
Ao mesmo tempo em que prepara sua saída da Rússia, a Carlsberg decidiu realizar um novo investimento na Ucrânia. A empresa destinará 1,5 bilhão de hryvnias (cerca de R$ 190 milhões) para uma nova linha de produção em sua cervejaria em Kiev, aumentando em 80% a capacidade de fabricação de enlatados.

E em meio à continuidade do conflito no país, o anúncio foi marcado por forte conotação política. “Essa nova linha de produção possui uma importância simbólica que transcende a indústria de bebidas na Ucrânia. É um sinal de que um importante player global e líder da indústria, a Carlsberg, acredita na Ucrânia e está disposta a investir no país em um momento em que a Ucrânia ainda está enfrentando a agressão russa”, afirma Ole Egberg Mikkelsen, embaixador extraordinário e plenipotenciário da Dinamarca na Ucrânia.

A Carlsberg opera no mercado ucraniano desde 1996 e afirma já ter investido mais de 1 bilhão de euros (mais de R$ 5,2 bilhões) no país desde então. Por lá, o grupo possui três cervejarias, em Zaporizhzhya, Lviv e Kiev, e conta com mais de 1.350 funcionários. Em 2020, a empresa detinha 30% do mercado, sendo o segundo maior participante.

A cervejaria chegou a interromper suas operações no país no ano passado devido à guerra, mas posteriormente retomou suas atividades. No balanço financeiro do primeiro trimestre, a Carlsberg registrou crescimento de mais de 50% em seus volumes na Ucrânia após o período de fechamento, embora ainda 15% abaixo do nível pré-guerra.

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