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Ambev busca se equilibrar entre redução dos custos e desaceleração do consumo

Companhia teve que nas vendas e no lucro no 2º trimestre, mas com crescimento da receita

Na busca por otimizar vantagens e minimizar efeitos negativos, a Ambev, com a divulgação do seu resultado financeiro do segundo trimestre de 2023 e a apresentação de resultados para analistas, buscou potencializar a redução da pressão sobre os custos de produção e o crescimento de suas marcas premium em contraposição ao cenário de desaceleração do ritmo de consumo.

Entretanto, no mercado financeiro, os recados mais desafiadores tiveram um impacto inicial significativo. Após a divulgação do balanço, na quinta-feira (3), a ação da Ambev desvalorizou 2,79% em um único dia na B3, a bolsa de valores do Brasil, caindo de R$ 15,05 para R$ 14,63, e só recuperando parte do seu valor na sexta-feira (4), encerrando a semana com preço de R$ 14,71.

Leia também – Ambev registra queda no lucro e nos volumes no 2º trimestre de 2023

O balanço indicou queda de 15,2% no lucro líquido, para R$ 2,958 bilhões, e de 2,2% no volume, para 41,302 milhões de hectolitros, em comparação com o segundo trimestre de 2022, embora tenha havido um aumento na receita, que alcançou R$ 18,898 bilhões no período de abril a junho.

A empresa também teve uma redução de 2,5% no volume de cerveja comercializado no Brasil, mas garante que isso não representou uma perda de participação de mercado. “O que vimos no segundo trimestre foi um impacto no mercado como um todo, A indústria caiu no geral, não fomos só nós”, diz o CFO da Ambev, Lucas Lira.

Analistas de mercado ressaltam que o ritmo de crescimento das vendas das marcas premium da Ambev superou o do Grupo Heineken, seu principal concorrente no país. “A Ambev cresceu aproximadamente 35% no mercado de cerveja premium no país, superando o crescimento de um dígito da Heineken no trimestre”, afirmam os analistas Leandro Fontanesi e Pedro Fontana, do Bradesco BBI.

Para o CEO da Ambev, Jean Jereissati, a indústria tem sido afetada pela diminuição da “euforia” do consumidor, ainda mais que o resultado tem como base para comparação o segundo trimestre de 2022, período próximo do encerramento das restrições impostas durante a pandemia. “Em abril e maio de 2022, vimos um momento de maior euforia. Em junho, porém, voltamos a estar acima dos números de 2022”, comenta.

Na apresentação aos analistas, a Ambev indicou que fatores como a renda disponível dos consumidores e sua disposição para pagar mais serão determinantes para a definição de eventuais reajustes de preços ao longo dos próximos meses.

“Seguiremos flexíveis em relação à renda disponível dos consumidores e acompanhando a disposição de pagarem mais”, diz Jereissati. “As alavancas da indústria estão saudáveis. Vejo racionalidade na competição”, acrescenta.

Entre os aspectos considerados positivos, a Ambev destacou a redução dos custos de produção de cerveja, o que levou a empresa a revisar suas projeções para 2023. Antes, previa-se uma alta dos custos entre 6% e 9,9%, mas agora a expectativa é que varie de 2,5% a 5,5% neste ano.

“Os custos esse ano vêm crescendo menos, o que é ótimo. Sofremos muito da pandemia para cá. Esse ano, temos o real se apreciando e o alumínio caindo de preço. Assim, nossa performance do lado do custo tem melhorado e atualizamos nosso guidance”, comentou Lucas Lira.

A equipe de analistas do Itaú BBA destaca que a redução da pressão dos custos acabou sendo antecipada. “Era amplamente esperado que os custos desacelerassem em 2024. Com o guidance, vemos uma antecipação dessa deflação para o final de 2023″, afirmam Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto. “A perspectiva favorável para os custos é uma mudança bem-vinda”, dizem Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, analistas da XP Investimentos.

A menor inflação sobre os custos de produção, vista como boa notícia após alguns trimestres de pressão, pode permitir para a Ambev a recuperação das margens, que foram reduzidas em outros trimestres.

“Custos com vento favorável são uma mudança de ritmo bem-vinda, com inflação mais baixa no Brasil e preços mais baixos de cevada e energia, além do alumínio, indicando que a margem deve continuar a se expandir à frente”, completa a equipe de analistas da XP. “Estamos de lado até entender melhor a tendência de expansão de margens da companhia”, pondera a equipe de análise do Itaú BBA.

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