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Balcão da Chiara: Como a capacidade produtiva ociosa impacta nos custos

Equipamento parado é oportunidade de receita!

Por diversas vezes as fábricas são projetadas sem uma avaliação de cenário, sem um plano de negócios. E, na realidade, a implantação do projeto pode ser bem diferente do que se imagina. O conhecimento da capacidade produtiva e otimização dos processos e recursos para utilizá-la reduzem perdas e custos da empresa com equipamentos com elevado consumo de diversas fontes de energia para uma baixa demanda produtiva, excesso de paradas e partidas sem otimização das programações de produção ocasionando consumo energético excessivo, bem como outros desperdícios.

O planejamento é crucial para a definição da capacidade da fábrica. A partir daí, deve-se fazer a definição dos equipamentos e alinhar a produção com o nível da demanda. Realizar o planejamento de vendas, fazendo a projeção de crescimento da fábrica nos primeiros anos da cervejaria, pode ser o início do caminho. Claro que muitas outras variáveis estão inseridas nessa avaliação inicial. O foco da nossa conversa é a ociosidade da fábrica e o consumo energético.

Ao planejar a cervejaria, a seleção dos equipamentos de acordo com a capacidade necessária é primordial, bem como pensar em soluções para otimização dos consumos. A avaliação do espaço, layout, custo-benefício do equipamento levando em consideração a operacionalidade, o material, a assistência técnica pós-venda, disponibilidade de peças, eficiência e consumo energético são pré-requisitos importantes. Avaliar pontos como iluminação natural com portas, janelas, telhado, tipo de luminárias e a possibilidade de utilização de energia solar pode fazer muita diferença na redução do consumo de energia, por exemplo.

É possível avaliar o projeto para que haja reaproveitamento da água proveniente do resfriamento do mosto (sem desperdício), reaproveitamento de água da chuva e água de enxágue, instalação de CIP fixo (com reaproveitamento de água e soluções de assepsia), montagem de laboratório microbiológico para viabilizar o reaproveitamento de levedura, bem como a propagação.

Iniciar as operações da fábrica com plano de manutenção montado influencia diretamente na redução de custos com aquisição de peças, quebras e atendimentos não planejados, necessidade eventual de descarte de produtos, paradas na produção impactando na produtividade e entrega do produto.

As programações de produção e paradas de manutenção devem ser estratégicas de maneira que proporcionem reaproveitamento da levedura, redução de consumo energético em momentos críticos, aproveitamento da mão de obra para pequenas manutenções, pinturas, limpeza e treinamento. Realizar rotas de vazamentos de ar, água, produto, vapor, com ações imediatas de correção de problemas, além de envolver a equipe, vai reduzir os desperdícios.

Equipamentos ociosos por boa parte do tempo e uma má modulação da fábrica acarretam grandes custos de produção, que podem ser minimizados utilizando estratégias como inserção de ciganos, White Label ou mesmo desenvolvimento de novos produtos e estratégias de vendas para aumento de produção com fabricação em mais turnos. Máquina parada é dinheiro parado!

Antes de ampliar deliberadamente sua fábrica, conheça sua capacidade produtiva. Invista em um software de gestão, faça uma reanálise de seus processos, avalie a eficiência dos seus equipamentos, tenha a manutenção em dia e avalie as possibilidades de ampliação e otimização da sua produção. Essas ações serão importantes na redução de custos e melhoria na utilização de recursos já existentes.


Chiara Barros é proprietária do Instituto Ceres de Educação e Consultoria Cervejeira. Engenheira Química, especialista em Biotecnologia e Bioprocessos, em Gestão da Qualidade e Produtividade e em Segurança de Alimentos, além de cervejeira e sommelière de cervejas.

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