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Entrevista: “Planejamos ser a melhor cervejaria do Brasil até 2027. E seremos”

Marcelo Dalazen fundou Big Jack em 2016 e aposta em variedade de estilos cervejeiros

Ano após ano, as competições cervejeiras apresentam aos apreciadores das artesanais tanto os vencedores já conhecidos quanto algumas novidades. Em 2023, no segundo grupo, embora não seja uma recém-chegada ao segmento, está a Big Jack Cervejaria, uma marca da cidade catarinense de Orleans (SC), que se destacou em três dos principais campeonatos do setor.

Desde março, a Big Jack conquistou o terceiro lugar no Concurso Brasileiro de Cervejas, foi campeã da South Beer Cup e se consagrou como a melhor cervejaria de médio porte no Brasil Beer Cup. Todo esse sucesso foi o tema de mais um episódio do Guia Talks, o 21º, com Marcelo Dalazen, proprietário da cervejaria catarinense.

Durante a conversa, ele explicou as estratégias da Big Jack para atrair os consumidores e se destacar nas competições. Segundo o proprietário, a marca aposta na variedade de estilos em seu portfólio e trabalha em conjunto com a comunidade de Orleans para construir uma cidade mais voltada para a cultura cervejeira.

Os sucessos nas competições estão relacionados aos planos traçados ainda quando a Big Jack era uma cervejaria em formação. Dalazen relata que, em 2017, ao participar do Empretec, um programa de formação de empreendedores promovido no Brasil pelo Sebrae, estabeleceu a meta de ter a melhor cervejaria do país em dez anos. E ele assegurou ao Guia Talks que alcançará esse objetivo.

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Confira os principais trechos da conversa com Marcelo Dalazen, proprietário da Big Jack Cervejaria:

Como a Big Jack surgiu?
A Big Jack foi fundada em 2016, embora no logotipo esteja 2011, que foi quando eu comecei a produzir na panela. E tudo começou com uma história curiosa, porque eu não gostava de cervejas comerciais e até hoje não as bebo. Então, eu fui para Blumenau, para ser padrinho de casamento e pedi samba, que em Santa Catarina é uísque com coca. E o atendente ofereceu cerveja, dizendo que a artesanal era diferente. Experimentei, gostei e voltei no dia seguinte. Quando retornei para Orleans, uma pequena cidade na Serra Catarinense, não tinha cervejas artesanais para comprar. Então, fui para a internet para comprar, vi uma propaganda de equipamentos e também adquiri. Comecei a fazer e a gostar do que fazia, porém dava muito trabalho. Também comecei a estudar, fui desenvolvendo meus métodos e ganhei algumas medalhas. E em 2016 resolvi fazer em escala industrial.

Como você avalia a trajetória da Big Jack até o momento?
Eu não fiz faculdade, só estudei até o segundo grau. E eu fiz o Empretec. E uma das metas era ter a melhor cervejaria do Brasil até 2027. Então, mais recentemente, começamos a participar de concursos, sabendo que as nossas cervejas são boas. Esse ano, o nosso primeiro em Blumenau, ganhamos seis ouros. Foi até mais do que o primeiro e o segundo colocados, mas ficamos atrás na pontuação. E fomos os melhores de Santa Catarina. Isso nos credenciou a participar da South Beer Cup. Conseguimos cinco medalhas dois ouros, dois bronzes e uma prata. Então, estamos no rumo da meta que foi traçada no Empretec, de sermos a melhor cervejaria do Brasil até 2027. E vamos conseguir isso.

Após o sucesso alcançado pela Big Jack, como você vê a importância das competições para as cervejarias?
As competições oferecem um respaldo importante para nossos clientes e fornecedores. Nossas cervejas estão disponíveis em muitos pontos de venda, então as medalhas conquistadas servem como um selo de qualidade. Na South Beer Cup, enviamos praticamente as mesmas cervejas que competiram em Blumenau e conquistamos praticamente as mesmas medalhas. Os juízes são altamente qualificados e sua avaliação atesta a qualidade do nosso produto para os consumidores. Em Blumenau, ficamos em terceiro lugar, com as duas primeiras cervejarias sendo praticamente vinícolas, premiadas apenas em categorias que eram de cervejas envelhecidas em barris de madeira. Enquanto isso, conquistamos medalhas de ouro em estilos de cervejas das quatro principais escolas cervejeiras: alemã, inglesa, belga e americana. Isso demonstra que não nos limitamos a um único estilo de cerveja; somos competentes em produzir diversos estilos, cada um com suas particularidades.

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Como é a estrutura da Big Jack?
Atualmente, produzimos cerca de 50 a 60 mil litros de cerveja por mês, mas temos capacidade para chegar a até 100 mil litros. Todas as nossas cervejas são produzidas em escala comercial, não fazemos experimentos. O que enviamos para os concursos é o mesmo produto que entregamos em nossos bares e pontos de venda. Somos um pouco diferentes do padrão no mundo da cerveja, pois acreditamos em abordagens diferentes em partes do processo, como o uso de água em vez de glicol para resfriamento. Além disso, pasteurizamos todas as nossas cervejas, inclusive uma que ganhou medalha de ouro após a pasteurização.

O que torna a Big Jack diferente das outras cervejarias artesanais?
Geralmente, em nosso bar, servimos a cerveja em uma caneca congelada, por exemplo. Alguém pode perguntar: ‘Mas é muito mais fácil você lavar um copo e servir a cerveja em um copinho’. E alguém pode dizer que assim o cliente não consegue sentir tudo que a cerveja tem para oferecer na caneca. Concordo, mas você faz quais testes de qualidade da cerveja? A gente garante a qualidade do produto. Não colocamos chopeira em nenhum ponto de venda, tudo é servido com barril refrigerado. Atendemos o povão, quem gosta de cervejas, mas entregamos a melhor cerveja que conseguimos lá na ponta. Também temos o lema de que não é só sobre cervejas. Quando você visita a Big Jack, vai ver que apoiamos causas sociais e culturais. Somos patrocinadores de tudo o que acontece no nosso entorno. Acreditamos que ao crescer junto, se cresce mais. Nos envolvemos com a comunidade.

Como a Big Jack se relaciona com a comunidade de Orleans e arredores para promover a cultura cervejeira?
Durante muito tempo, dei cursos gratuitos, ensinando como fazer cerveja. E minha cidade tem muitos cervejeiros caseiros. Temos uma das maiores concentrações em volume de cervejeiros caseiros no Brasil. Numa cidade de 20 mil habitantes, temos cerca de 200 cervejeiros aqui. Recentemente, fizemos uma brassagem coletiva na fábrica. Todo mundo veio, trouxe sua fermentadora e, depois, em um encontro, vamos tomar 30 cervejas diferentes. Também já fizemos concursos, estamos sempre voltados para os cervejeiros caseiros. E quando eu entro no pub, tanto aqui como em parceiros nossos, eu sempre vejo alguém que participou do curso. Quando você tem um negócio, você tem que dar razões para as pessoas irem ao seu estabelecimento. Eu olho para o pub da Big Jack e está sempre lotado. Alguns vão para conhecer, outros vão pela música, outros vão pela comida, e outros vão porque os ensinamos a fazer cerveja. Sempre que vou ao pub, vejo alguém que começou a fazer cerveja porque eu dei um curso gratuito. Eu acho que isso ajuda muito a fortalecer a cerveja aqui na nossa região.

Você mencionou a variedade de estilos da Big Jack. Como vocês decidem o que criar e produzir?
A minha cidade é linda, tem muitas comunidades, uma só com alemães, outra em que predomina a cultura italiana… São sete, oito etnias que vieram para cá, tem bastante cultura de outros países. Então, focamos em vários estilos de cerveja e tentamos executar da melhor maneira possível. Além disso, ficamos muito próximos dos produtores rurais, vamos aonde eles estão, conversamos, integramos todo o ecossistema. E cuidamos muito da entrega do produto para o cliente, nossos pontos são todos em cadeia refrigerada. Nunca você vai ver um barril da Big Jack estragando numa chopeira. Buscamos cuidar até o momento do consumo do cliente.

6 Comentários

  • Carlos Alberto Rimes Reply

    23 de setembro de 2023 at 08:14

    Nunca experimentei uma cerveja artesanal, mas, essa entrevista, me aguçou a vontade de experimentar.

  • Pedro Moritz Penteado Reply

    23 de setembro de 2023 at 19:06

    Po, que decepção. Compro sempre o Pet no Komprao e jurava que nao era pasteurizada. 🙁

  • Wilson Lourenço de Souza Reply

    23 de setembro de 2023 at 19:42

    MUITO BOM; UMA ANDORINHA SÓ NÃO FAZ VERÃO, FÓRA À VISÃO EM EMPREENDIMENTO PODEMOS ACRESCENTAR DESTREZA ÉM SUAS METAS DE CONQUISTAS E CAPACIDADE PROFISSIONAL DE REALIZAÇÕES E MAIS, USANDO OUTRAS PESSOAS COM CAPACIDADES PECULIARES NO MESMO RAMO…PARABÉNS Á TODA EQUIPE…ETC ETC E ETC…

    • Carlos Eduardo dos Santos Reply

      26 de setembro de 2023 at 11:14

      Quem compara cerveja artesanal com Heineken não conhece nada de cerveja

  • Dr. Cervejao Reply

    24 de setembro de 2023 at 05:39

    Essa cerveja é péssima, tem aroma de água sanitária e o sabor é terrível, precisei tomar várias Heinekens pra tirar o péssimo sabor deixado por essa “serveja” em minha boca, porque essa marca não é digna de ser chamada de cerveja com “C”, agora fico a imaginar que tipo de serveja o fono dessa marca gosta kkkkkk.

  • Paulo R Simoes Reply

    26 de setembro de 2023 at 14:14

    Cerveja e so pra quem entende , parabens a todas cervejarias artesanais que mantem a tradicao da verdadeira cerveja.

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