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Desaceleração da economia preocupa setor cervejeiro? 12 representantes avaliam

Produção de bebidas alcoólicas começou ano em alta, apesar do recuo da atividade industrial

A perspectiva de crescimento modesto da economia brasileira em 2023 é mais um fator a desafiar a indústria cervejeira. Afinal, após alta de 2,9% em 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) desacelerou 0,2% no quarto trimestre do ano passado, com as perspectivas não sendo muito melhores para os próximos meses.

De acordo com a última edição do Boletim Focus, documento do Banco Central que traz expectativas sobre indicadores econômicos, o PIB deve crescer apenas 0,93% neste ano. E para saber como a indústria cervejeira irá lidar com as adversidades econômicas ao longo de 2023, a reportagem do Guia ouviu 12 representantes de diferentes segmentos, empresas e entidades que atuam no setor em busca das perspectivas para os próximos meses, de avaliações sobre os resultados do primeiro trimestre e de como eles pretendem encarar o cenário atual.

Esses profissionais afirmaram manter o otimismo sobre o desempenho da indústria cervejeira em 2023, apesar das incertezas econômicas. Para isso, apostam no aumento da busca por produtos de maior valor agregado pelos consumidores, algo que favoreceria principalmente as cervejarias artesanais.

Mas além de confiar na aceleração do mercado premium em 2023, a indústria cervejeira e os fornecedores também prometem atuar para aproveitar oportunidades. E diante de parceiros e mesmo consumidores mais seletivos no momento de definição de compra, esses profissionais também apostam na diversificação da atuação.

Com isso, acreditam que irão encontrar alternativas para manter a expansão, mesmo que o temor de avanço em nível tímido da economia se confirme, após um começo de ano difícil, o que inclui o recuo de 0,3% da atividade industrial em janeiro, embora a produção de bebidas alcoólicas tenha crescido 1,4% no mesmo período.

Leia também – 13 executivos avaliam como indústria da cerveja se insere na alta do PIB

Confira as perspectivas de 12 profissionais da indústria cervejeira para 2023 e como a desaceleração da economia tem afetado seus negócios:

Agrária Malte (Thiago Chiumento, coordenador comercial da Agrária Malte
Acredito que veremos uma estagnação ao longo de 2023, até por questões econômicas. É um cenário sem crescimento abrupto. Na Agrária, a função é entender esse momento. Nos preocupou o verão, com mais chuvas do que o comum em algumas regiões. Acreditamos em crescimento, mas orgânico. Vemos uma aposta forte nos produtos puro malte, algo que não é de hoje, e em outros tipos, como a cerveja zero álcool. O público busca, hoje, produtos com maior qualidade, mas bebendo menos. Então, pode ser que visualizemos em dado momento uma retração na questão de volumes, mas com aumento significativo do valor agregado.

BierHeld (Ewerton Miglioranza, sócio-fundador)
Percebemos que o mercado agiu com cautela nesse primeiro trimestre de 2023, em grande parte devido às incertezas no cenário político e econômico. Embora ainda com saldo positivo, houve uma leve redução nos novos negócios fechados nesse período em relação ao ano anterior.

Brewtainer (Maurício Margaritelli, diretor)
Estamos descolados do PIB, atuando em um mercado pungente e com aquecimento. Em geral, o ramo de franquias tem crescido bastante, é uma solução muito prática, econômica e dinâmica.

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CBCA (Gustavo Barreira, CEO)
Já em janeiro o humor mudou, apesar das chuvas persistirem. Foi o primeiro janeiro de retomada plena, após três anos de pandemia, com grandes eventos voltando. Para 2023, acreditamos em um novo crescimento do mercado de cervejas (trabalhamos com 2%) e nossa meta na CBCA é um crescimento orgânico de 32%, com reforço da equipe comercial e reorganização da estrutura de distribuição.

HBS Distribuidora (Pedro Bordin Hoffmann, vendedor)
O setor enfrenta fatores de sazonalidade, com a tendência para os próximos meses sendo de voltar a se aquecer. Acho que ainda existe uma fatia bem grande de espaço para crescimento. Não deve haver retração de mercado.

JT Instrumentação e Processos (Victor Ferraz, sócio)
Temos que acompanhar as tendências. O dinheiro não some, o que existe são momentos de retração. Precisamos estar preparados para buscar alternativas que não deixem o negócio recuar. Procuramos nos abastecer com novos produtos e tecnologias, pois o mercado fica mais seleto e busca alternativas que tragam benefícios diretos.

Label Sonic (Bruno Lage, sócio-fundador)
O nosso negócio é amplo. Acho que um dos segredos é diversificar. Na cerveja, houve diversificação das embalagens, da distribuição e até dos produtos, como algumas marcas que agora têm gin. O contraponto disso tudo é ter foco. Parece contraditório, mas não é. Então, dentro desse foco, você atua em diversas áreas. É uma das formas de atuar no mercado brasileiro, que tem questões políticas e estruturais que você precisa encarar.

Meu Chope (Bruno Medeiros, CEO)
A tendência é de uma aceleração a partir da segunda metade do ano. Se você observar o mercado mais premium em qualquer outra crise, é ele que sofre menos. Mas toda movimentação econômica, quando impacta com juros e dificuldades de importação, pode afetar a capacidade de investimento das artesanais, em um efeito cascata. Mas isso se dá mais pelo dinheiro do que por uma desaceleração do mercado.

NewAge (Edison Nunes, gerente comercial)
Seguimos otimistas com relação a 2023, tanto que acabamos de lançar mais rótulos para nosso chope growler PET, com as opções vinho, IPA e uma Pilsen mais leve para compor nosso mix com a Pilsen Hexamalte, lançada durante a Copa de 2022.

Prussia Bier (Fernando Cota Carvalho, diretor-executivo)
Todo ano, de forma geral, tem um início que nunca é fácil para a cerveja artesanal. Desde que começamos, o período de janeiro a março é desafiador. Não vejo nada diferente de outros anos. O carnaval é um período que a cerveja artesanal ainda não consegue aproveitar. É claro que a mudança política se soma a isso e deixa todos agitados. Creio que com o trabalho bem estruturado e um pensamento de marcado atualizado, podemos andar para frente. Não só nós, como todo o setor.

Sindicerv (Márcio Maciel, presidente-executivo)
A fase crítica da pandemia passou e as cadeias produtivas mundiais estão se realocando, com rearranjos logísticos. Acreditamos que teremos um crescimento no setor de cerveja no Brasil, possivelmente não tão forte quanto nos últimos anos, mas ainda assim positivo, já que o nosso setor está muito aquecido. Esperamos que continue assim.

Tanoaria Agulhas Negras (Luis Claudio de Castro Nogueira, CEO)
Estamos procurando alternativas na Tanoaria Agulhas Negras, como ir para feiras, porque não acreditamos que o mercado siga como antes. Está tendo uma retração muito grande.

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