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Entrevista: ‘Entre logo no mercado cervejeiro para colher frutos no fim do ano’

Para Bruno Lage, sócio-fundador da Label Sonic, reaquecimento do setor trará novos desafios para as fabricantes

Cada momento da atividade econômica demanda uma adaptação, seja nos de bonança ou naqueles de crise. Essa é uma das lições que o setor cervejeiro pode aprender com a pandemia do coronavírus, algo fundamental para a aguardada retomada sem restrições das operações, como destaca Bruno Lage, sócio-fundador da empresa de rótulos Label Sonic.

Em sua visão, o setor de cervejas artesanais certamente irá se beneficiar da demanda reprimida de eventos, encontros e consumo, especialmente a partir do fim de 2021, quando, espera-se, segundo Bruno Lage, parcela relevante da população brasileira estará imunizada contra o coronavírus e ansiosa para a retomada de atividades que eram corriqueiras pré-pandemia, como a ida frequente a bares e restaurantes.

Porém, com a experiência de quem atua diretamente para atender demandas de cervejarias, ele faz um alerta: só irá conseguir aproveitar esse aquecimento do mercado quem começar a pensar nesse momento favorável já a partir de agora. Assim, ele destaca que este é o período para a realização de investimentos, abertura de negócios e estabelecimentos e planejamento de estoques.

Para Bruno Lage, quem conseguiu sobreviver aos momentos mais complicados da pandemia, se tornou uma empresa mais completa, seja em portfólio, operação ou contato com o cliente. E certamente terá benefícios com essa vantagem competitiva quando se puder frequentar bares e restaurantes sem restrições.

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Confira as reflexões de Bruno Lage, sócio-fundador da Label Sonic, na entrevista abaixo ao Guia sobre o momento e o futuro do setor cervejeiro e as tendências para embalagens e rótulos: 

Após mais de um ano de pandemia, como enxerga o momento para o setor cervejeiro?  
Passado o primeiro impacto, tivemos meses bons, diante do cenário, e outros ruins. Foi muito inconstante. Primeiro foi preciso absorver o impacto. No segmento cervejeiro, muitos que estavam com o negócio voltado para o eventos, com a produção de chope, tiveram de se reestruturar para engarrafar, usar growlers e latas. Houve uma corrida muito grande para viabilizar isso, com embalagens e rótulos. Hoje, ainda faltam garrafas. À medida que houve esse acerto, surgiram ondas de demandas. O que vejo é que todos acharam novos caminhos, com novos canais, novas embalagens. E estão esperando a volta dos bares e restaurantes, com a diminuição das restrições. E aí vem os novos desafios.

Quais seriam esses novos desafios?
Vai faltar embalagem. A garrafa é um problema, porque isso não está estabilizado, com dificuldades de reposição. Então, é preciso se preparar para esses próximos eventos. Até o Natal, a vacinação terá avançado muito. E essa já é uma época de consumo maior. Imagine as festas de fim de ano depois de tanto tempo sem encontros, com restrições, ou mesmo o carnaval. Tem uma demanda reprimida e estressada. Nesse cenário, é preciso antecipar ao máximo a compra de embalagens e ter em estoque. Promete ser um fim de ano bombástico em termos de consumo

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A pandemia veio acompanhada por uma grave crise financeira e um choque nas atividades de bares e restaurantes, grandes parceiros das cervejarias. Considera que isso deixará marcas e efeitos no setor mesmo ao fim da crise sanitária?
Com quem converso, vi pouca retração no lançamento de produtos. As cervejarias ampliaram o portfólio. O espírito cervejeiro de experimentar novos estilos, ir ao extremo, com variações, não foi abalado. O que, às vezes, reduziu foi a tiragem. Isso me dá esperança no futuro do mercado. Durante esse período, quem estava na ativa e seguiu, aumentou os canais e o portfólio. E agora vai colher os frutos.

Aqueles que lançaram novas marcas no mercado, já roeram o osso e passaram pelo mais difícil. E agora estão prontos para esse aumento de demanda. Quem quer se lançar no mercado, precisa fazer isso logo. Então, o recado que dou, é para que entrem logo no mercado, porque vai colher os frutos no fim do ano

Bruno Lage, sócio-fundador da Label Sonic

Na sua visão, o que da mudança na forma de consumo terá impacto no pós-pandemia sobre as empresas do segmento?
O movimento de beber em casa ficou mais forte, com atendimento da demanda, a ponto de você comprar um growler de cerveja de Santa Catarina em Belo Horizonte. E esse movimento se mantém, com encontros em casa. A minha visão é que o consumidor sempre quer ter uma cerveja em casa. Então, a lata e a garrafa ocupam essas demandas, dando espaço para diferentes embalagens. Quem passou por isso, tem mais canais de distribuição e também poderá escoar a sua produção nos eventos, voltando para o mercado em que atuava antes. 

A crise econômica provocada pela pandemia pode provocar uma concentração no segmento de cervejas artesanais?
Não creio em concentração agora. O que acontece é que há marcas mais estruturadas, com maior investimento, que são tidas como artesanais e continuam avançando no mercado. Mas quem gosta de cerveja artesanal, quer experimentar. Pode ter preferência por uma marca, mas o motor do mercado é essa experimentação. Tenho visto o ingresso de novatos no mercado. E isso não para tão cedo, nem vai parar. Isso não é só da cerveja artesanal, mas também do consumo gastronômico, da busca por novos cortes e carnes exóticas, e de bebidas, o que faz o gin, o uísque nacional e a cachaça crescerem. É a experiência do consumo. 

Quais embalagens e rotulagens ainda podem ser exploradas pelas cervejarias artesanais?
Temos um material que é pouquíssimo usado por cervejarias, o papel craft. Estou vendo que algumas pessoas, de cachaças mais caras, começaram a despertar para ele. E creio que seja viável para latas e para garrafas. Ele sempre foi pouco explorado para o segmento. Também penso em cortes diferentes dos rótulos para latas. Você não precisa cobrir 100% da lata – e fica mais barato e diferente. E mostra mais a lata para o consumidor. Os segmentos se viciam em formatos de comunicação iguais até que alguém tem um estalo. E aí começam a copiar. Falo com os clientes de rótulos para latas: ousem mais.

Saiba mais sobre a Label Sonic em nosso Guia do Mercado

Como a pandemia impactou a procura pelos serviços da Label Sonic? E o que vocês estão preparando para esse período de reaquecimento do setor?
A nossa rotuladora manual é um sucesso de vendas e tivemos um aumento durante a pandemia, muito pela aposta em mais embalagens durante a pandemia, por ter um funcionário dedicado a mais coisas ou pela dificuldade de contratar profissionais. Então, houve um aumento na demanda. Estamos com uma novidade que será lançada em breve, uma rotuladora semi-automática.

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