fbpx
breaking news New

Racismo na Oktoberfest Blumenau gera ação policial em 16 cidades; entenda

Vestígios dos crimes foram encontrados nos equipamentos computacionais portáteis dos investigados

Uma investigação que teve início após uma onda de comentários racistas e xenófobos em um vídeo publicado por um participante da Oktoberfest Blumenau de 2022, se transformou em uma operação policial deflagrada em 16 cidades de 10 unidades federativas do Brasil, conhecida como Operação Trend, visando combater o racismo. A ação identificou referências ao neonazismo entre os suspeitos, segundo a Polícia Civil de Santa Catarina.

O inquérito policial que deu origem à Operação Trend foi aberto para apurar a prática de crime de racismo, ocorrido durante a edição de 2022 da Oktoberfest Blumenau contra duas pessoas negras. Elas foram vítimas dos comentários em um vídeo publicado em uma rede social.

Leia também – Cervejaria persevera na Palestina com Oktoberfest e liderança feminina

Na ocasião, um cidadão negro de 44 anos publicou um vídeo no TikTok celebrando a festividade na cidade catarinense, junto com sua enteada, também negra, de 12 anos. A publicação foi alvo de uma série de comentários racistas, incluindo expressões como “Achei que só ia branco”, “Erraram a cor”, “A festa é no Nordeste também?” e “Também está tendo na Bahia?”.

A Polícia Civil de Santa Catarina, em conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência, deflagrou a operação, cumprindo 16 mandados de busca e apreensão, três deles contra adolescentes, contando com o apoio das polícias civis de nove estados e do Distrito Federal.

As buscas ocorreram nos municípios de Santa Cruz de Monte Castelo (PR), Rio Pardo (RS), Belo Horizonte, Pedro Leopoldo (MG), Caucaia (CE), Rio de Janeiro, São José dos Pinhais (PR), Miguel Pereira (RJ), São Paulo, Porto Alegre, Altamira (PA), Itapecerica da Serra (SP), Brasília, Primavera do Leste (MT), Joinville (SC) e Florianópolis.

O delegado responsável pelas investigações, Arthur Lopes, avaliou que o fato de a operação ocorrer em diferentes estados e cidades brasileiras, envolvendo pessoas de perfis diversos, indica o desafio do combate ao racismo no país.

Isso demonstra que o problema atinge todo o território nacional e não há um perfil determinado; foram identificados desde adolescentes do sexo feminino a homens de mais idade. A disseminação de ódio no ciberespaço tem ultrapassado os limites da liberdade de expressão e esses crimes praticados no ambiente virtual não contam mais com o anonimato pretendido pelos seus autores

Arthur Lopes, delegado responsável pelas investigações

Após as buscas, os equipamentos computacionais portáteis dos investigados, incluindo 19 telefones celulares, passaram por análise preliminar. A investigação encontrou vestígios digitais dos crimes apurados no inquérito e revelou que diversos suspeitos possuem perfil extremista com nítidas referências ao neonazismo, segundo os investigadores.

Na época do caso de racismo contra os participantes, as vítimas, que são moradoras de Blumenau, foram recebidas pelo prefeito Mario Hildebrandt. Já a organização da Oktoberfest Blumenau divulgou uma nota oficial condenando os atos.

“A organização da festa destaca que a Oktoberfest está aberta aos turistas e visitantes, buscando receber todos da melhor maneira possível. Com isso, atitudes racistas ou de qualquer outra natureza discriminatória não são bem-vindas e devem ser punidas dentro da lei”, dizia, em um trecho da nota.

0 Comentário

    Deixe um comentário

    Login

    Welcome! Login in to your account

    Remember me Lost your password?

    Lost Password