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Após recuperação em 2022, bares enxergam inflação como principal desafio

Bares buscaram evitar realização de repasses na integralidade da alta dos custos aos consumidores em 2022

As adversidades impostas pela pandemia do coronavírus não são mais a maior preocupação dos estabelecimentos para consumo de alimentos e bebidas fora do lar. Com o fim das restrições, as entidades do setor avaliam que o principal desafio encarado pelos bares e restaurantes ao longo dos últimos meses tem sido lidar com a inflação.

“O faturamento aumentou, mas a inflação voltou a subir e freou uma retomada mais robusta do setor. Repassar a inflação para os cardápios foi o nosso (bares) principal desafio. O mercado de cervejas teve uma contribuição importante para os bares e restaurantes”, afirma Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

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Os últimos meses, assim, trouxeram um aumento da presença do consumidor nas mesas de bares e restaurantes, ávido pela retomada dos encontros, em parte paralisados durante a pandemia. Nesse cenário, os estabelecimentos buscaram se equilibrar, não repassando a totalidade da alta dos custos ao público, sob risco de voltar a perdê-lo.

Apertar as margens foi a saída, mas não tem sido fácil. Afinal, de acordo com a Abrasel, mais da metade dos bares ainda não conseguem lucrar – 18% apresentam prejuízo e outros 37% estão com as contas empatadas. De qualquer forma, já foi possível reorganizar a operação dos estabelecimentos de consumo fora do lar.

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“Um ciclo para as empresas se reestruturarem, reorganizarem e que trouxe ainda a volta do investimento e expansão para aquelas que já estavam num estágio mais avançado de organização antes da pandemia”, diz Fernando Blower, diretor executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR).

De acordo com a Abrasel, bares fecharam o último trimestre de 2022 com alta de 8% no faturamento em relação a 2019, o que contribuiu, em parte, para eventuais cortes nas margens diante da aceleração da inflação. Afinal, se o IPCA de 2022 foi de 5,79%, os alimentos e bebidas foram um dos grandes vilões, com alta de 11,64%.

A alimentação fora do lar, porém, apresentou inflação de 7,47%, quase metade do índice dentro de casa, que ficou em 13,23%. “Um dos fatores mais complicados para o setor foi o impacto da inflação, seja com alimentos e embalagens, aliado à dificuldade na contratação de mão de obra”, afirma o diretor executivo da ANR.

Essa elevação menor da inflação de produtos para consumo nos bares e restaurantes do que no varejo se repetiu, em 2022, com a cerveja. O índice foi de 6,42% nessas localidades, abaixo do IPCA e da alta no varejo, de 9,37%. “Neste ano, a cerveja subiu menos do que a inflação e nos ajudou a alcançar resultados melhores”, destaca Solmucci.

Resta, assim, aos bares e restaurantes a expectativa de que se 2022 foi marcado pelo fim das restrições que lhes impuseram tantos desafios, a esperança de que isso agora se dê com a inflação. “Em relação a 2023, acredito que teremos uma inflação mais controlada, um período mais tranquilo em termos de previsibilidade política e econômica, o que ajuda muito”, conclui Blower.

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