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Ação da Ambev inicia 6º mês de 2022 em baixa; Entenda os motivos

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Resultados do 1º trimestre e cenário de alta dos juros têm atrapalhado desempenho do ativo na Bolsa de Valores brasileira

Nem a recuperação do índice Bovespa, o principal da B3, a bolsa de valores brasileira, foi suficiente para a ação da Ambev iniciar o mês de junho em alta. O papel da principal cervejaria do mundo terminou maio cotado a R$ 14,19 e começa a primeira semana cheia do sexto mês de 2022 com preço ainda mais baixo, valendo R$ 14,08.

Com isso, a ação já perdeu 8,69% do seu valor desde o início de 2022 e desvalorizou 2,27% em maio, um mês marcado pela divulgação do balanço do primeiro trimestre do ano da Ambev. O resultado financeiro apontou que a empresa teve lucro líquido ajustado de R$ 3,551 bilhões no período de janeiro a março, uma alta de 28,6% em relação aos mesmos meses do ano passado.

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O balanço, aliás, teve peso direto na desvalorização da ação da Ambev em maio, não sendo bem recebido pelo mercado financeiro. Afinal, se na véspera da divulgação do resultado estava valendo R$ 14,34, despencou para R$ 13,73 no dia seguinte, caindo, na sequência, para R$ 13,53. Depois, então, até recuperou parte do seu valor, mas em ritmo insuficiente para evitar o segundo mês consecutivo de perdas da ação da Ambev.

O comportamento e as perspectivas para o ativo foram alvo de um relatório produzido pela equipe de analistas do BTG Pactual. Eles apresentam uma recomendação neutra para ação, visão que a instituição mantém há alguns anos, e definiram um preço-alvo de R$ 16.

Para justificar essa cautela envolvendo a Ambev, os analistas citam duas razões: o impacto da alta dos juros sobre os papéis de empresas de bens de consumo e o que chamam de “a qualidade dos lucros”, em mais um indicativo de que a alta do lucro líquido no primeiro trimestre de 2022 não impressionou o mercado.

 “No caso da Ambev, notamos que a participação no lucro decorrente de incentivos fiscais (subvenções fiscais e economias relacionadas ao JCP) aumentou de 12% em 2012 para uma estimativa de 45% em 2022. Além disso, a participação no EBITDA da América do Sul, onde a Argentina acredita-se que tenha a maior contribuição, cresceu de 17% em 2020 para uma estimativa de 26% este ano”, afirma.

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O material do BTG Pactual também aponta que a preocupação global com a inflação, o que se transforma em alta dos juros básicos pelas autoridades financeiras, traz impacto negativo para ações de empresas como a Ambev.

“À medida que o combate à inflação volta a ser uma prioridade global, acreditamos que taxas mais altas podem se traduzir em múltiplos mais baixos, afetando também a Ambev. Acreditamos que esse processo já começou, com as cervejarias globais agora negociando 8% abaixo da média de 5 anos”, diz o relatório assinado por Thiago Duarte, Henrique Brustolin e Bruno Lima.

Além disso, há a previsão de que as margens de lucro estarão pressionadas nos próximos meses.

As margens da Ambev ficariam sob pressão, uma vez que a mudança dos canais de consumo de cerveja e das embalagens no Brasil prejudicaria a capacidade da Ambev de sustentar o valor da marca, traduzindo-se em alguma redução do poder de precificação

Equipe de analistas do BTG Pactual

E o Ibovespa?
Ao contrário da Ambev, o Ibovespa apresentou valorização em maio, fechando o pregão do dia 31 valendo 111.350,51 pontos, depois de uma queda relevante em abril, de 10,1%, no seu pior mês desde o início da pandemia do coronavírus. Dessa vez, porém, valorizou 3,22%, passando a ter alta de 6,23% no ano.

O mês ficou marcado pela alta dos juros nos Estados Unidos e dos preços do petróleo, além do relaxamento do lockdown na China, o que aqueceu o mercado de commodities. Por outro lado, a continuidade da inflação elevada e do conflito na Ucrânia provocam preocupações. E, no cenário interno, houve movimentação para acelerar a privatização da Eletrobras, além de nova mudança no comando da Petrobras.

Nesse contexto, as ações que melhor se comportaram em maio na B3 foram as da Cielo (alta de 16,93%), da BRF (15,24%), a preferencial do Bradesco (14,14%), da Eneva (13,56%) e a ordinária do Bradesco (13,37%). Já os piores desempenhos foram de Magazine Luiza (-23,77%), Hapvida (-23,38%), Petz (-20,35%), CVC (-17,65%) e Banco Inter (-17,01%).

Fora do Brasil
Já na Bolsa de Nova York, a ação da Ambev iniciou junho em alta. Com valor de US$ 2,96, valorizou 1,72% em maio, apresentando ganhos de 5,71% ao longo dos cinco primeiros meses de 2022.

O papel da AB InBev, por sua vez, caiu 5,83% em maio, valendo 52,17 euros na Europa. E a ação da Heineken subiu 0,45%, começando o sexto mês do ano com o preço de 93,82 euros.

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