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Crise no Reino Unido: Congelamento de impostos para cervejarias é anulado

Medida que favorecia indústria de bebidas durou apenas quatro semanas, sendo revertida com troca de ministro

A crise no Reino Unido também tem afetado o setor cervejeiro, que sofreu um novo baque em meio às mudanças no governo. O novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt, restabeleceu os aumentos de impostos planejados sobre cerveja, cidra, vinho e destilados na sequência da saída de Kwasi Kwarteng, seu antecessor no cargo.

A reversão se deu apenas quatro semanas após a adoção das medidas. E foi estabelecida após as políticas econômicas anteriores, que visavam impulsionar a estagnada economia do Reino Unido e conter as taxas recordes de inflação, terem consequências desastrosas, como a forte desvalorização da libra, a queda abrupta do mercado acionário local e a quase falência dos fundos de pensão. Assim, Kwarteng foi demitido pela primeira-ministra Liz Truss que, dias depois, renunciou ao seu cargo.

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Truss foi a premiê do Reino Unido a ficar menos tempo no cargo. A conservadora renunciou com 45 dias de mandato após Hunt desmontar seu programa econômico, o que inclui o fim do congelamento dos impostos sobre as cervejarias. Seu sucessor será Rishi Sunak.

Cervejeiros e proprietários de pubs, claro, criticaram duramente a decisão do governo de recuar no congelamento dos impostos. As estimativas são de que a medida vai provocar um aumento de 7 centavos de libras por litro de cerveja. E as associações do setor reclamam que a indústria cervejeira já vem pressionada em função dos longos efeitos provocados pela pandemia do coronavírus.

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“A decisão do chanceler de reverter o Alcohol Duty Freeze é um grande golpe para cervejarias e pubs. O congelamento teria gerado uma economia de 300 milhões de libras para nossa indústria em um momento crítico em que precisamos desesperadamente de qualquer alívio para nos ajudar a sobreviver e nos recuperar”, diz Emma McClarkin, presidente-executiva da British Beer and Pub Association, em publicação no seu perfil no Twitter.

Com a decisão, o imposto sobre o álcool passará a subir em linha com a inflação, medida pelo índice de preços no varejo, atualmente em 12,3%. Além disso, logo após o anúncio, o governo disse que os próximos passos de sua revisão do imposto sobre o álcool – que incluíam iniciativas para introduzir uma medida transitória de 18 meses para o imposto sobre o vinho, bem como um projeto de taxa do imposto para a cerveja até agosto de 2023 – continuaria como planejado.

Com as medidas, a Sociedade de Cervejeiros Independentes (Siba, na sigla em inglês) também avalia que o cenário fica mais complicado para pequenos empreendedores. “Isso está criando mais incerteza para as pequenas cervejarias que estão enfrentando um ambiente comercial extremamente desafiador, dominado por alta dos preços de energia, aumentos de preços e uma crise de custo de vida”, afirma o presidente da Siba, Roy Alkin.

Greve e risco de desabastecimento
Para dificultar ainda mais a atuação de pubs britânicos, entregadores de cerveja da GXO Logistics, responsável por abastecer 40% dos pubs e demais estabelecimentos, planejam realizar uma greve a partir da próxima segunda-feira (31) até a sexta (4 de novembro), em busca de melhores salários.

A paralisação, assim, começaria exatamente na data de celebração do Halloween e aconteceria poucas semanas antes do início da Copa do Mundo. Como a GXO atende cerca de 4,5 mil pubs em Londres e no sudeste da Inglaterra, há preocupação com a possibilidade de desabastecimento.

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