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Entrevista: “A cerveja é um ótimo pano de fundo para contar uma história”

“Os Cervejeiros da Vez” aborda pequena participação de negros como donos de marcas artesanais nos EUA

Cinema com pipoca costuma ser a associação básica feita por qualquer admirador da sétima arte, mas é para provar que a ligação entre a gastronomia e a tela grande vai muito além disso – e pode incluir a cerveja – que duas salas de cinema recebem, a partir desta quinta-feira (6), a primeira edição do São Paulo Food Film Fest.

Iniciada na quarta-feira, com exibições de filmes online, a mostra, que também acontece no Espaço Itaú Augusta e no Petra Belas Artes, reúne 48 filmes de 15 países diferentes, sendo 31 documentários e 17 ficcionais, com entrada gratuita. E além de discutir temas importantes no mês da alimentação, como a fome, a desnutrição e a pobreza, o São Paulo Food Film Fest também promete promover experiências sensoriais oferecidas pela gastronomia.

Afinal, em algumas sessões haverá, após a exibição dos filmes, momentos para degustação de alimentos e bebidas. Será assim, também, que cerveja e cinema se unirão, com a oferta de rótulos da Tarantino após a exibição dos longas “Os Cervejeiros da Vez” e “Brewmance: Amor pela Cerveja”.

“Os Cervejeiros da Vez” aborda o expressivo segmento das cervejas artesanais nos Estados Unidos sob a perspectiva da diminuta presença de donos negros em suas marcas – eles representam menos de 1% das quase 9 mil cervejarias em operação. E o filme acompanha alguns desses proprietários.

Já “Brewmance: Amor pela Cerveja” retrata a cena cervejeira nos Estados Unidos, olhando para a história, o processo e a comunidade de fabricação caseira e artesanal, com uma atenção especial para grupos de Long Beach, na Califórnia.

O São Paulo Food Film Fest, claro, irá bem além dessa união entre cerveja e cinema, com debates e filmes clássicos, como “A Festa de Babette”, dinamarquês ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1988 com seus ótimos pratos e vinhos da gastronomia francesa.

Para quem preferir outras opções, será possível saborear um macarrão à putanesca após “Estômago” ou beber taças de vinho após a exibição de “Sideways: Entre Umas e Outras”.

Será, assim, uma ótima oportunidade para relembrar a experiência sensorial promovida por essa relação da gastronomia com os filmes, assim como uma chance de ir ao cinema para ver histórias sobre cerveja, como convida André Henrique Graziano, um dos diretores do São Paulo Food Film Fest.

“Um festival para comer com os olhos e também alimentar a alma. Afinal, comida é cultura!”, comenta, também refletindo sobre a relação entre cerveja e cinema. “A cerveja é um ótimo pano de fundo para contar uma excelente história. A cerveja é se sentar no bar, bater papo e contar histórias para os amigos. O cinema também é um pouco assim”, acrescenta.

Leia também – Para torcer e beber: Wienbier mira o hexa e lança chope com 6 maltes

Confira a entrevista do Guia com André Henrique Graziano:

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Como surgiu a ideia de realizar o São Paulo Food Film Fest?
Trabalho com audiovisual, tenho uma produtora. E, paralelamente, tive uma carreira na gastronomia. São duas paixões. Então, rabisquei um projeto, pensando em festivais que tem pelo mundo, como em Toronto. E faltava aqui, pois só tivemos coisas pontuais no Brasil. Então, entrei em contato com a Dani Guariba, que faz a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, com filmes sobre sustentabilidade. Ela adorou a ideia. Inscrevemos um projeto, juntos, na lei de incentivo, começamos a captar recursos, conseguimos patrocinadores. E vai rolar agora.

Quais são os grandes atrativos do São Paulo Food Film Fest?
A degustação é o grande barato do festival. São 18 filmes de ficção e 30 documentários. Fizemos essa mescla, com filmes como o First Cow, e documentários mais reflexivos, que vão gerar 5 debates, sobre gênero na cozinha, comida ancestral, a cadeia produtiva e outros temas. Também teremos dois filmes sobre cerveja. Fechamos uma parceria com a Tarantino, com a distribuição da cerveja deles após as sessões de cinema.  Também teremos documentário sobre vinho, pães… Vai ter filmes sobre os todos os temas gastronômicos.

Como serão essas degustações após as sessões?
Os pratos são sempre inspirados no filme.  Em um filme que apresenta um pão marroquino, vamos oferecê-lo. No “First Cow”, teremos bolinhos de chuva. Também teremos degustação de vinho e cerveja nos filmes sobre essas bebidas. Fechamos parcerias para isso.

Os dois filmes sobre cerveja no festival são estrangeiros. Há uma escassez de filmes sobre essa temática no Brasil?

Senti muita falta de filmes que mostram o cenário das cervejas artesanais, por exemplo. Sei que tem muita cervejaria surgindo no Brasil nos últimos cinco anos. O barato dos filmes é mostrar as adversidades e como as marcas fazem para superá-las. É uma temática que dá “pano pra manga”. Acho que tem também uma questão de grana, com a dificuldade de aprovar projetos sobre filmes de cerveja. O projeto do festival, por exemplo, levou dois anos para ser aprovado e captar os recursos. As pessoas esquecem, mas comida e bebida também é cultura.


Como você enxerga a relação entre cinema e cerveja?
A cerveja é um ótimo pano de fundo para contar uma excelente história. A cerveja é se sentar no bar, bater papo e contar histórias para os amigos. O cinema também é um pouco assim, funciona como um chamariz. O cinema usa muito dos takes bonitos, com a fotografia, ou mesmo o slow-motion. A comida chama a atenção.  Os filmes de ficção vão deixar todos com fome, os da cerveja, deixarão todos com sede. Por isso, será legal promover a interatividade, com as degustações.

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