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Cerveja artesanal: Uma experiência para a vida toda

experiência cerveja artesanal
Casal que só conhecia as Lager "de mercado" provou diversos estilos e, agora, Witbier é seu preferido

O Hoegaarden Greenhouse, casa da tradicional marca belga é, ainda, um endereço relativamente novo no Largo da Batata, em São Paulo. A casa foi inaugurada há 3 meses no coração de Pinheiros, um dos bairros mais boêmios e que, nos últimos anos, se tornou o epicentro da cena cervejeira paulistana. Não é difícil “sacar” sua clientela logo nos primeiros minutos: jovens e adultos de classe média-alta paulistana, claramente habituados às cervejas artesanais, especiais e importadas e a todas as suas peculiaridades, como sabores, aromas, histórias e preço. Mas, na fria noite de 18 de julho, a sofisticada casa receberia visitantes ilustres: Marcela e Jean experimentariam pela primeira vez cervejas “diferentes”.

Marcela é assistente social e Jean, motorista. O casal de quarentões tem uma filha de 16 anos e mora no bairro da Penha, Zona Leste de São Paulo, a mais de 30km de distância do Largo da Batata. Eles não frequentam Pinheiros, mas reconhecem seu protagonismo na gastronomia e na cena etílica da cidade. Marcela se diz fascinada por gastronomia, enquanto Jean se classifica um grande curioso por lugares e experiências novas.

Como parte da programação de suas férias, contrataram, pelo site de reservas de hospedagens Airbnb, uma “experiência” que foge de seu cotidiano: um tour de degustação de cervejas acompanhado por um “expert premiado”. No caso, Luis Celso Junior, que tem um longo currículo de atividades ligadas à cerveja- é sommelier, jurado, professor do Instituto da Cerveja Brasil e autor do blog Bar do Celso.

A beleza da casa, delicadamente decorada com a temática “jardim”, com centenas de plantas em seu teto e paredes, ainda roubava a atenção do casal enquanto Celso expunha o roteiro, o funcionamento do tour e as opções de rótulos disponíveis: Witbier, IPA, Session IPA e Porter, todos devidamente descritos. Marcela e Jean hesitaram, deixando transparecer a angústia que acompanha as decisões difíceis. Marcela reconheceu: “Nunca tomei nenhuma dessas”. “Eu nem sou muito de beber, só conheço as ‘de mercado'”, completou Jean, devolvendo a responsabilidade da escolha para o especialista.

Enfim, escolhidas uma Witbier pela “facilidade” de se beber e uma Porter pela possibilidade do aroma de chocolate, o casal as experimentou, ouvindo atentamente às instruções e buscando as sensações sugeridas. Trocaram os copos, provaram – não sem estranhar o amargor – a IPA de seu guia. Assimilaram atentamente as explicações sobre a origem da cerveja e, ao terminar seus pints, saíram do bar entusiasmados para novas experiências.

Tratamento Vip

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Jean experimenta uma RIS na Goose Island

Ao conceber a experiência cervejeira, Celso não mirava a situação da noite de 18 de julho, com apenas um casal com nenhuma experiência no universo das artesanais. A ideia inicial é que o tour, que passa por três bares do bairro (de uma lista de seis possibilidades), seja atraente para pessoas com um mínimo de contato com estilos cervejeiros.

Em um ano de atividades do tour, diz ele, a maior parte dos participantes foi de viajantes de outras cidades o Brasil e até estrangeiros – como argentinos e norte-americanos – , e os grupos maiores, com até oito pessoas. “Com um grupo maior, a dinâmica é diferente, o clima fica mais alegre, vira uma turma de amigos passeando juntos”, conta Celso. “Mas com poucos, assim, é bom porque dá para explicar com mais calma, dar mais atenção”.

Marcela e Jean, de fato, se aproveitaram do tratamento VIP. Depois de atravessar o Largo da Batata, a segunda parada foi na Goose Island Brewhouse, onde o grupo foi acomodado na sala que abriga barris de maturação de cervejas. Na lista de opções, mais desafios: rótulos com ervas, frutas e guardadas em barris para acompanhar a tábua de frios.

Leia também: Boemia inclusiva – Ação da Goose expõe importância social da reciclagem de vidro

“Eu nunca poderia imaginar que existisse tanta opção assim de cerveja”, diz Jean. “Para mim, só o vinho tinha tanta história e tanto detalhe”. Além da degustação, a visita à Goose Island teve uma incursão à fábrica e à câmara fria, onde Jean e Marcela acompanharam explicações sobre o processo de produção e conheceram os equipamentos e insumos.

Estilo de vida
Mais uma pequena caminhada no frio os levou até o bar da Brewdog. Além das sensações trazidas pela degustação de três rótulos lupulados, a casa, por si só, suscitou assuntos inéditos e curiosos para o casal: a história de uma marca escocesa cujas escolhas estéticas (como a decoração e a trilha sonora punk rock) e políticas são tão marcantes quanto seus produtos.

Lá, depois de quatro horas, teve fim a experiência cervejeira que marcaria para sempre a relação do casal com a cerveja. Marcela, que no início da noite respondia titubeante preferir Heineken “porque o pessoal fala que é a melhor”, se revelou uma grande fã de Witbier.

E Jean tomou consciência do tamanho do universo da cerveja, sua riqueza de estilos, histórias e sutilezas, materializados na estranheza da Russian Imperial Stout que provou, enquanto Celso deixou o bar visivelmente satisfeito por ter introduzido, com muita classe, a cerveja artesanal em suas vidas.

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