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Qual é o futuro do Grupo Petrópolis e do mercado após recuperação judicial?

Companhia produz marcas como Itaipava, Crystal, Lokal, Black Princess, Petra, Cabaré, Weltenburger e Brassaria Ampolis

Dominado por três grandes grupos, o mercado cervejeiro brasileiro foi agitado na última semana com o anúncio do pedido de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, algo que provoca enorme incerteza sobre o seu futuro. A medida causa questionamentos não só sobre a continuidade da companhia, mas também sobre qual será o impacto que terá sobre o setor e como Ambev e Grupo Heineken vão se acomodar diante desse novo contexto.

Afinal, o Grupo Petrópolis é, de acordo com o último levantamento divulgado pelo BarthHaas Group, a 12ª maior cervejaria do mundo. E mesmo tendo sofrido queda expressiva na participação de mercado no Brasil, o que é visto como uma das razões para a sua debacle, ainda possui market share relevante, superior aos 10%.

Leia também – Ação da Ambev sobe 7% em mês com recuperação judicial no setor e balanço

Com dívidas de R$ 4,2 bilhões, o Grupo Petrópolis alegou, em seu pedido de recuperação judicial, que o vencimento de uma parcela de R$ 105 milhões no início da semana passada e o seu não pagamento poderiam impedir a continuidade da operação da companhia.

O crescimento da dívida se deu enquanto a produção de bebidas caía de 31,2 milhões de hectolitros em 2020 para 24,1 milhões de hectolitros no fim de 2022. Com isso, a participação no mercado cervejeiro despencou de 15,3% em janeiro de 2020 para 10,6% em agosto de 2022.

Para a XP Investimentos, a companhia teve mais dificuldade em lidar com o cenário adverso da pandemia do que as suas concorrentes, o que incluiu a pressão sobre os custos de produção por causa da alta dos preços de matérias-primas. “As empresas que superaram o setor o fizeram com um mix de hedge de preços de commodities, forte portfólio de marcas, menor custo de capital e uma base de clientes atomizada e geograficamente diversificada, como Ambev e Heineken”, diz.

E a XP destaca que a elevada taxa de juros colocou ainda mais em risco o futuro do Grupo Petrópolis – a companhia cervejeira declara que a Selic, hoje em 13,75%, adiciona despesas de R$ 395 milhões anuais ao caixa da companhia. “A empresa tem lutado com custos mais altos e um ambiente desafiador desde o início da pandemia (1T20), o recente aumento da taxa Selic provavelmente foi o coup de grâce (golpe de misericórdia, em francês)”, afirma a equipe de analistas da XP.  

Embora reconheça que algumas companhias, como a Ambev, conseguiram lidar melhor com o cenário de alta de custos, o Itaú BBA avalia que a difícil situação enfrentada pelo Grupo Petrópolis pode ser um sinal de que as atuais margens praticadas no setor cervejeiro brasileiro são insustentáveis.

“A notícia pode ser interpretada como um sinal de que o nível de rentabilidade do setor cervejeiro brasileiro está funcionando em níveis abaixo do ideal. Notamos que a Ambev vem entregando margem bruta contraída em Cerveja Brasil desde 2012, levando a uma queda na lucratividade de toda a indústria”, comenta.

Haverá um futuro comprador do Grupo Petrópolis?
Nesse cenário desafiador, o Grupo Petrópolis ganhou tempo para renegociar suas dívidas e manter sua operação, com a busca por melhorias na operação, ao mesmo tempo em que algumas opções são avaliadas. Entre elas, a possibilidade de ser adquirida por outros grupos cervejeiros, algo que a XP avalia ser complicado de se concretizar.

“Devido a sua operação de distribuição, que é mais forte no Sudeste do Brasil, há uma sobreposição em relação a outros distribuidores, o que pode tornar um M&A menos interessante. Para distribuidores menores, no entanto, o apetite é por um player regional, não por uma indústria grande e em dificuldades”, avalia.

A equipe de analistas do Itaú BBA aponta, porém, que uma eventual venda do Grupo Petrópolis poderia provocar grande impacto no futuro do setor. “Se isso for o caso, o lento processo de perda de market share seria substituído por dinâmicas diferentes, pois o novo player lutaria por uma tendência de recuperação”, diz.

O Itaú BBA avalia que entrar no setor no Brasil através do Grupo Petrópolis poderia ser um “cenário perfeito” para uma empresa estrangeira.

A atual capacidade de produção anual de Petrópolis está em torno de 50 milhões de hectolitros, o que seria um ponto de partida sólido para um player internacional para atingir um nível de participação de mercado que seria lucrativo

Itaú BBA

O Grupo Heineken não seria um possível comprador do Grupo Petrópolis, na visão do Itaú BBA, até pelas restrições antitruste, mas seus analistas avaliam que algumas fábricas podem interessar à multinacional de origem holandesa em caso de busca pela ampliação da capacidade produtiva. “Acreditamos que a Heineken poderia tentar adquirir várias plantas específicas para impulsionar seus planos de expansão de capacidade no Brasil”, comenta.

A outra opção, vista pelos próprios analistas do Itaú BBA como menos óbvia, seria a aquisição do Grupo Petrópolis pelo Sistema Coca-Cola, que em 2021 comprou a Therezópolis e possui uma grande capacidade de distribuição, utilizada pelo Grupo Heineken por anos.

“Petrópolis, agora, pode ser uma alternativa para preencher a capacidade ociosa da distribuição que já existe, e os recentes anúncios de expansão de capacidade na Therezópolis podem ser um indicador de que a empresa está disposta a expandir sua exposição ao segmento”, argumenta.

Quem se aproveita no curto prazo?
Enquanto uma eventual compra do Grupo Petrópolis é avaliada para o futuro, as duas maiores cervejarias presentes ao mercado brasileiro buscarão aproveitar o momento difícil da concorrente. No caso do Grupo Heineken, o Bank of America enxerga oportunidade para a Devassa conquistar parte do mercado que era da Itaipava.

A equipe do banco de investimentos também aponta a chance de a Ambev aumentar suas vendas. “Se a Ambev capturar 75% dos volumes de Petrópolis, isso sugere um potencial aumento de 19% para os volumes próprios no Brasil”, afirma o Bank of America, com o Credit Suisse ressaltando que uma fatia do mercado do Grupo Petrópolis já vem sendo conquistada pela Ambev desde 2020.

“No curto prazo, acreditamos que a Ambev está mais bem posicionada em termos de portfólio e alcance de distribuição para continuar absorvendo potenciais perdas de market share (do Grupo Petrópolis), como vem fazendo desde 2020”, argumenta.

Atualmente, o Grupo Petrópolis produz as marcas de cerveja Itaipava, Crystal, Lokal, Black Princess, Petra, Cabaré, Weltenburger e Brassaria Ampolis (com os rótulos Cacildis, Biritis, Ditriguis e Forévis); as vodcas Blue Spirit Ice e Nordka; a Cabaré Ice; os energéticos TNT Energy Drink e Magneto; o refrigerante It!; o isotônico TNT Sports Drink; a água Petra e água tônica Petra. Com oito fábricas em operação, o grupo estima ser responsável pela geração de aproximadamente 24 mil empregos diretos.

15 Comentários

  • João Domiciano dos Santos Filho Reply

    6 de abril de 2023 at 06:14

    Lamentável uma empresa com a história de crescimento ao longo dos anos chegar a este ponto mais acredito que nem tudo está perdido a única opção e faz neste momento o que foi feito no início partir pra cima do mercado varejista e aumenta a capacidade de distribuição numérica com preços e ações direita ao consumidor com companhia cerveja brasileira….pois brasileiro não desiste nunca.

  • Alessandro Reply

    6 de abril de 2023 at 07:19

    Como assim estão quebrado os caras em plena pandemia venderam muito pois os bares não funcionaram mais os mercados e depósito eram vendas altas que eu sei muito bem.

  • Jairo Luis Candido Reply

    6 de abril de 2023 at 08:04

    Espero que uma solução seja encontrada para que os 24.000 funcionários não fiquem desempregados!

    • GILSON SOARES DE ARZAO Reply

      15 de outubro de 2023 at 21:18

      Faço parte do grupo Petrópolis sou colaborador a 7 anos uma empresas seria sempre cumpri com suas obrigações com seus funcionários tanto direto como indireto tenho fé que vai sai dessa grupo Petrópolis tamo junto

  • Fabio dos Santos Reply

    6 de abril de 2023 at 11:27

    Obrigado Jairo põr se preocupa com os funcionários eu sou um funcionário e estou de férias quando eu voltar não sei qual será o meu destino,,,,,

  • Sergio de oloveia Reply

    6 de abril de 2023 at 13:13

    O golpe está aí.
    Cai quem quer.

  • MARCELO PEREIRA DE ALBUQUERQUE Reply

    6 de abril de 2023 at 13:39

    Cervejas bosta ruim pra cassete ,itaipolvora,cacildis por favor tem mais é que ir pro buraco mesmo….

  • Aurelio Reply

    6 de abril de 2023 at 14:35

    Vai entender
    O dono aparece na lista da Forbes como um dos homens mais ricos do Brasil e a companhia dele não tem como pagar dividas

  • Aaaaa Reply

    6 de abril de 2023 at 18:44

    Já começamos a ser demitidos ! E o idiota aí em cima diz que tem que ir pro buraco l mesmo ! Se tem família amigo! Nos não trabalhávamos por diversão não!

  • Flavio Reply

    6 de abril de 2023 at 22:30

    A cervejaria Petrópolis e de grande nível para com os funcionários sou um destes 24mil e digo juntos somos mais fortes pra cima que dívidas e lavancar e nosso foco

  • Valorizando o brasileiro Reply

    7 de abril de 2023 at 10:07

    Trabalhei na Heineken muitos anos e hoje faço parte do grupo Petrópolis. Na Heineken aprendi o operacional, porque ô empresa que paga mal e faz funcionário de idiota, por isso que só cresce. Gringo não dá valor pra brasileiro e brasileiro não dá valor pra brasileiro. A Petrópolis tem cerveja pra todos os públicos, assim como a Heineken com a Glacial, Schin, Bavária, Kaiser. Espero de verdade que o grupo se recupere e mantenham os empregos. Pagam muito melhor que a gringa e respeitam seus funcionários. Parem de pagar pau pra gringo bando de idiotas.

  • Marcio Reply

    7 de abril de 2023 at 19:08

    Calma isso e só uma fase que vai passar vão pra cima do mercado que vai dar tudo certo , abrir cadastro
    Pra?cima sempre

    • Luiz Carlos Gomes da silva Reply

      8 de abril de 2023 at 22:18

      Então,,, Acredito que chegou Nesse Ponto Por não Posicionar os preços dos Seus produtos, E Concentrar as vendas em produto de baixo Preço, que não gera Receita, Ai perde rentabilidade, o operacional, e os custos, sempre tende a aumentar, faltou esse ponto de equilíbrio, Estive Lá por 15 anos, como Supervisor de vendas.

      • Rainundo Reply

        10 de maio de 2023 at 00:45

        ASSIM COMO NA AMERICANAS… OS “ROMBOS” SÃO MAIORES QUE OS APRESENTADOS… PERGUNTE AOS FUNCIONÁRIOS DO GP SE ELES ESTÃO COM O FGTS EM DIA…E A QUANTO TEMPO ESTÁ ATRASADO..

  • Luiz Carlos Gomes da silva Reply

    8 de abril de 2023 at 22:19

    Então,,, Acredito que chegou Nesse Ponto Por não Posicionar os preços dos Seus produtos, E Concentrar as vendas em produto de baixo Preço, que não gera Receita, Ai perde rentabilidade, o operacional, e os custos, sempre tende a aumentar, faltou esse ponto de equilíbrio, Estive Lá por 15 anos, como Supervisor de vendas.

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