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Copa ajuda e produção de alcoólicas cresce após 2 meses; veja análises

Apesar do crescimento em novembro, atividade acumula recuo nos 11 primeiros meses de 2022

Após dois meses de queda, a produção de bebidas alcoólicas se recuperou no Brasil e apresentou alta de 1,4% em novembro de 2022, de acordo com o IBGE, na comparação com o mesmo mês de 2021. Foi um crescimento maior do que o da produção industrial, que ficou em 0,9% na análise anualizada, com queda de 0,1% ante outubro.

Mesmo com a alta em novembro, a produção de bebidas alcoólicas no Brasil está em queda em outros dois cenários. O recuo é de 0,6% em 2021 e de 1% no período acumulado de 12 meses.

Esse resultado da atividade industrial em novembro provocou visões diferentes de analistas de mercado. No Monitor do Mercado, a XP Investimentos relatou que “a produção de bebidas alcoólicas veio acima das nossas estimativas (7,5%) e, aplicando a sazonalidade, as estimativas para o 4T aumentam 5,0%”.

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Assim, exibiu otimismo com os próximos resultados da Ambev. “Após uma queda em outubro, mas com uma surpresa positiva em novembro, uma vez que aplicamos a sazonalidade, nossa regressão sugere volumes para a Cerveja Brasil da AmBev ligeiramente abaixo (-1,6%) do que estimamos para o 4T, mas continuamos confiantes principalmente devido à recuperação do canal on-trade (bares e restaurantes) e consumo fora de casa impulsionado pela Copa do Mundo”, diz.

Para analistas do Morgan Stanley, porém, o resultado deveria ter sido melhor, pois novembro marcou o início da disputa da Copa do Mundo no Catar, com a realização de jogos nos 11 dias finais do mês. Eles avaliam que o clima, com chuva e temperaturas mais amenas do que o usual para o período, pode ter provocado esse resultado.

“Dado que os números mensais já foram provavelmente impactados até o início da Copa do Mundo, esperávamos um desempenho melhor para a indústria. Talvez as temperaturas mais baixas em novembro possam ajudar explicar o desempenho indiscutivelmente inferior (novembro foi muito mais frio do que a média em regiões-chave, embora também chuvosa)”, afirmam Ricardo Alves e Lucas Mussi.

Os analistas do Morgan Stanley lembram, ainda, que a seleção brasileira foi eliminada precocemente na Copa do Mundo e que os feriados de Natal e réveillon aconteceram no fim de semana, o que pode ter provocado impacto negativo na demanda por cerveja em dezembro, em efeito que tornará o começo de 2023 mais desafiador.

“Olhando para o futuro, questionamos como se deu efetivamente a demanda/produção em dezembro também considerando a saída relativamente precoce do Brasil da competição de futebol e também levando em conta um clima persistentemente mais frio/chuvoso em todas as regiões, bem como as datas da temporada de férias (Natal e Ano Novo no fim de semana)”, dizem. “Isso sugere uma demanda um pouco mais difícil pelo cenário no Brasil, por isso continuamos mais cautelosos com a demanda de cerveja em 2023, pelo menos por enquanto”, acrescentam os profissionais do Morgan Stanley.

Produção industrial
Se a produção de bebidas alcoólicas apresentou resultado positivo em novembro, o desempenho das não alcoólicas foi ainda melhor no período, com alta de 10,5% ante o mesmo mês de 2021. Com isso, passou a acumular crescimento de 10,2% em 2022 e de 9,2% de dezembro de 2021 a novembro do ano passado.

O resultado também causou impacto na produção de bebidas, que expandiu 5,8% em relação a novembro de 2021 e 10,3% ante outubro de 2022. No ano, a alta é de 3,5%, ficando em 2,7% no período de 12 meses.

O crescimento de dois dígitos do setor de bebidas pode ter relação com o atendimento de fim de ano, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo. Ele ressalta, no entanto, que essa atividade vinha com perdas importantes nos dois meses anteriores.

Já a indústria nacional apresentou queda, apesar da variação positiva, de 0,9%, em relação a novembro de 2021. Porém, houve queda de 0,1% ante outubro. No ano, a retração está em 0,6%. Já ao longo de 12 meses, o recuo é de 1%.

“Nos últimos seis meses, foram quatro resultados negativos, do total de cinco que tivemos até agora para 2022. Isso mostra o setor girando em torno de um mesmo patamar, mas com um viés negativo, já que a média móvel trimestral está em queda pelo quarto mês seguido e mostra uma trajetória decrescente muito clara”, explica Macedo.

Em novembro, 11 das 26 atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram queda, com os piores resultados sendo dos setores de indústrias extrativas (-1,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,5%), produtos têxteis (-5,4%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,8%), produtos de metal (-1,5%) e produtos de minerais não metálicos (-1,2%).

A alta de 10,3% das bebidas foi um dos destaques da atividade industrial brasileira em novembro, assim como produtos alimentícios (3,2%), veículos automotores, reboques e carrocerias (4,4%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,8%).

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