fbpx
breaking news New

O que pensa o Guia: Só existe um lado possível – o da democracia

Precisamos construir o convívio democrático na diversidade, que permita o debate dos contrários e, claro, a inclusão de grupos minorizados

Nomear e classificar são desafios para todos: para os cientistas, em suas pesquisas estudos e descobertas; para os recém-transformados em pais, com seus filhos; para cervejeiros, que buscam a melhor acolhida para seus produtos; para a sociedade e a imprensa, em busca de relatar o que está acontecendo, qual é a última novidade.

No Brasil, apenas para ficar em casos recentes, falas fascistas foram classificadas como polêmicas. Participantes de atos que defendem o fim da democracia foram jocosamente definidos como lunáticos. E ataques contra princípios democráticos foram apontados como liberdade de opinião.

Leia também – 9 expectativas de profissionais da indústria da cerveja para o governo Lula

Não foi por falta de aviso. Se o marco temporal do início da era mais recente de ataques à democracia foram os atos financiados com recursos públicos de 7 de setembro de 2021, quando a Independência do Brasil foi sequestrada, alguns dos acontecimentos pós-eleição de 2022 mostraram que não seria fácil fechar a caixa de Pandora. Destaque (negativo, claro) para os atos de vandalismo na sequência da diplomação do presidente Lula e a ação que debelou um ataque terrorista próximo ao aeroporto de Brasília às vésperas do réveillon.

Os atos do último domingo (8) na capital federal, com ataques às sedes dos três poderes e a depredação de valiosos bens públicos, representaram um passo além. Depois de semanas encastelados na porta de quartéis espalhados pelo Brasil sem qualquer pauta de reivindicação, fascistas buscaram causar caos com o intuito de derrubar a democracia.

Publicidade

A gravidade se deu não apenas pela pauta golpista e seus perpetradores, mas também por aqueles que não invadiram as sedes dos poderes, porém permitiram que tudo isso acontecesse: o Exército, artífice do Golpe de 1964, as forças de segurança do Distrito Federal e seu governador, pela inação, no mínimo, negligente, assim como dos mandantes do ato, sejam intelectuais ou financiadores, que transformaram pessoas em massa de manobra para um ataque à democracia.

Esse ataque derruba outro erro de nomeação e/ou classificação. Não existe – e nunca existiu – a polarização tantas vezes propagada durante o período eleitoral, e mesmo antes dele. O que há de existir, a partir de agora, espera-se, é uma única força que coadune diferentes personagens em busca da emergência democrática que atinge o Brasil.

Essa força precisa agir contra a inação do Exército que, outra vez em nossa história, desempenha um papel desonroso contra o Estado de Direito. Alguns dos seus membros sempre fizeram parte da ala dos sabotadores da democracia. E foram reforçados por empresários, políticos e grupos privados que, como demonstram no último domingo, financiaram e formaram milícias dispostas a praticarem atentados.

A resposta contra os que ameaçam o país precisa vir da sociedade civil, unida em torno dos princípios da democracia, assim como dos poderes, com a apuração e a culpabilização dos responsáveis por tais ataques tresloucados. Sim, dessa vez sem a anistia que embaralha mentes e a história, ameaçando o Estado de Direito.

Precisamos dar nomes e classificar o que vem acontecendo do modo certo. Como sociedade, devemos construir o convívio democrático na diversidade, que permita o debate dos contrários e, claro, a inclusão de grupos minorizados. Democracia para sempre!

0 Comentário

    Deixe um comentário

    Login

    Welcome! Login in to your account

    Remember me Lost your password?

    Lost Password