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Comunidade e funcionários buscam salvar Anchor, mais antiga artesanal dos EUA

Mike Walsh, com investimentos em mais de 200 empresas, é um dos nomes a liderar tentativas de aquisição da marca californiana

Após o anúncio do encerramento das atividades da icônica marca californiana Anchor Brewing, considerada a mais antiga artesanal dos Estados Unidos, a comunidade local e seus próprios funcionários têm se unido em uma série de iniciativas para garantir a sua continuidade, buscando salvar a renomada cervejaria.

Uma das ações para tentar salvar a Anchor Brewing, que pertence à multinacional japonesa Sapporo, foi o lançamento do site “Raising the Anchor”, no qual apaixonados pela marca podem se envolver. A iniciativa é liderada por Mike Walsh, um investidor financeiro com participação em mais de 200 empresas.

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Morador de São Francisco, ele afirma que procurou investidores em potencial e diz ter encontrado quase 30 interessados em se juntar a ele para a realização de uma oferta pela Anchor, de acordo com declarações reproduzidas pelo San Francisco Chronicle.

“Eu definitivamente tenho interesse suficiente e acesso a capital para fazer uma oferta competitiva para que possamos comprá-la. Tem sido muito emocionante. Na verdade, muito emocional também. Eu não esperava ter essa explosão de interesse”, diz.

“Vivendo em Potrero Hill por 30 anos, passei muitos dias na Anchor Taps com amigos e familiares assistindo aos Warriors, Giants e 49ers, e bebendo Steam Beer. Minha decepção foi rapidamente substituída por entusiasmo, pois adoraria estar envolvido com a marca como proprietário. Fiquei chateado ao saber que a Sapporo comprou a empresa em 2017, porque adoraria reunir um grupo de investidores para comprar a empresa”, acrescenta.

Em outra ação, o presidente da Narragansett Brewing, Mark Hellendrung, lançou uma petição online que busca salvar a Anchor. No texto de apresentação da iniciativa, ele lembra que a sua cervejaria, fundada em 1890, passou por desafios semelhantes, pois enfrentou graves problemas financeiros, mas conseguiu sobreviver, sendo adquirida por um grupo de investidores de Rhode Island. Hoje é a 27ª maior cervejaria artesanal do país.

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“Há 18 anos, nossa comunidade se uniu e forneceu apoio inabalável para ressuscitar nossa amada empresa. Hoje, estamos convocando todos os entusiastas e apoiadores da cerveja artesanal a fazerem o mesmo por uma colega pioneira no setor, a Anchor Brewing Company”, diz. “Ser um bom vizinho não é apenas existir lado a lado; trata-se de ficar ombro a ombro em tempos de adversidade. Agora temos a oportunidade de mostrar nosso apoio e ajudar a salvar esta cervejaria icônica”, acrescenta.

O executivo da Narragansett Brewing também está em contato com Walsh, buscando alternativas conjuntas. Hellendrung afirma que criou sua iniciativa com a intenção de unir a comunidade cervejeira em torno do objetivo de salvar a Anchor e apontou a possibilidade de criação de um financiamento coletivo para comprá-la.

A Anchor foi adquirida em 2017 pela multinacional japonesa Sapporo por US$ 85 milhões (aproximadamente R$ 402 milhões, na cotação atual). Ao anunciar a decisão de encerrar suas atividades, explicou que seus funcionários cumpririam um período de aviso prévio de 60 dias. Além disso, relatou que venderia seu estoque restante, o que inclui a edição de 2023 da Christmas Ale, a sua cerveja de Natal, que havia começado a ser produzida antes da decisão de fechar as portas.

Esforços dos funcionários da Anchor
Avisados do iminente encerramento das atividades da Anchor, seus funcionários também decidiram agir. De acordo com informações do VinePair, site especializado em bebidas alcoólicas, o sindicato que representa os trabalhadores da cervejaria informou à Sapporo USA que eles gostariam de adquiri-la, a administrando como uma cooperativa.

“Tudo o que queremos é uma chance justa de poder continuar fazendo nosso trabalho, fazer a cerveja que amamos e manter esta instituição histórica aberta”, afirma Pedro de Sá, membro do sindicato que representa 40 trabalhadores da Anchor.

Os funcionários citam a grande identificação com a marca como fator que os motiva a buscar uma saída para a continuidade da cervejaria. “A maioria de nós que trabalha aqui nasceu e cresceu aqui. Trabalhamos aqui porque amamos e crescemos com a Steam Beer”, acrescenta o delegado sindical da Anchor Brewing Union, Patrick Machel.

Anteriormente, os responsáveis pela Anchor relataram, também, que falharam na busca por um comprador antes da decisão de fechamento da cervejaria. Agora, porém, caso alguma dessas tentativas dê certo, a Anchor reviverá uma história parecida com a de 1965, quando Fritz Maytag adquiriu o controle acionário da companhia em ruínas, liderando-a para se tornar a principal representante da revolução das cervejas artesanais nos Estados Unidos.

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