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Ações da Ambev disparam, mas consultorias pregam cautela após balanço

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Embora resultado tenha sido considerado positivo e até surpreendente, análises ponderam que "capacidade da Ambev" ainda será testada

A primeira sessão da Bolsa de Valores de São Paulo após a divulgação do balanço do segundo trimestre de 2019 pela Ambev foi marcante para a gigante multinacional do setor de bebidas. Afinal, suas ações chegaram a subir 9,80% durante o pregão e fecharam a quinta-feira com alta de 8,52%, em R$ 19,49.

A elevação expressiva das ações da Ambev tem relação direta com alguns dados positivos do balanço, que teve lucro líquido ajustado de R$ 2,712 bilhões no segundo trimestre de 2019, resultado 16,1% superior ao do segundo trimestre de 2018. Além disso, a Ambev apontou que a sua receita líquida foi de R$ 12,145 bilhões de abril até junho, elevação de 5,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O balanço ainda indicou aumento no volume de cervejas vendidas no Brasil no segundo trimestre de 2019, para 18,25 milhões de hectolitros, 2,9% a mais do que no mesmo período do ano passado. E a receita líquida de “Cerveja Brasil” foi de R$ 5,296 bilhões, um crescimento de 3,7% por hectolitro, para R$ 290,3.

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Parecem ter sido alguns desses dados que empolgaram o mercado e elevaram as ações, mas as análises de consultorias foram bem mais cautelosas. A corretora Coinvalores, por exemplo, avaliou que o balanço “reporta desempenho bem morno”. E retrata dificuldades enfrentadas pela empresa no Canadá, ao contrário dos resultados obtidos no Brasil e nas Américas do Sul e Central.

“A receita líquida aumentou 7,2% no 2T19, com acréscimo no volume de 0,8% e elevação na receita líquida por hectolitro de 6,3%. Esse desempenho reflete a melhora no Brasil com elevação de 7,8%, na América Central e Caribe com crescimento de 11,6% e na América Latina Sul, que aumentou 10,6%. Já o Canadá continua performando negativamente, apresentando queda de 1,2% no período”, avalia a corretora.

Já o BB Investimentos apontou o resultado como positivo e até surpreendente, o que também explica a alta expressiva das ações. “O aumento nos volumes e receita/hl no Brasil e em CAC surpreendeu positivamente, enquanto os resultados abaixo das nossas estimativas em LAS e no Canadá limitaram os aumentos adicionais na receita líquida. Assim, a receita total cresceu 6% a/a, atingindo R$ 12,2 bilhões, em linha com a estimativa do BB-BI e 2% maior que o consenso”, diz em relatório.

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A análise, porém, lembra que a elevação do preço das commodities e do câmbio afetou os resultados da Ambev. “O EBITDA, por outro lado, foi negativamente impactado pelo câmbio e pelo aumento dos preços das commodities, e se manteve estável, atingindo R$ 4,7 bilhões (5% abaixo do BB-BIe e 5% acima do consenso)”, pontua.

Além disso, o BB Investimentos destaca que os números com a cerveja no Brasil superaram os da indústria. Assim, ele aponta crescimento da Ambev no segmento de cervejas premium, além da maior penetração dos seus rótulos nas regiões Norte e Nordeste.

“A unidade de Cerveja Brasil superou a indústria e apresentou um aumento de 3% a/a em volume pelo segundo trimestre consecutivo, ajudado pelas melhorias no segmento premium e pelas vendas de cervejas regionais nas regiões Norte e Nordeste. Como resultado, a receita foi de R$ 5,3 bilhões, um aumento de 7% a/a”, afirma o banco.

Desconfiança
Mas a crise econômica no Brasil e na Argentina pressiona a Ambev, na avaliação do relatório do BB Investimentos, o que dificultará o crescimento das vendas, assim como os custos elevados impedem a obtenção de margens maiores de lucros.

“Ainda vemos um cenário difícil para a empresa devido a (i) um potencial limitado para crescimento de vendas no curto prazo que é altamente dependente de um crescimento econômico no Brasil e na Argentina, e (ii) custos mais altos como resultado de preços de commodities e câmbio ainda pressionando margens no 2S19”, complementa o BB Investimentos.

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A avaliação sem qualquer euforia é repetida pelo banco suíço UBS, que destaca pontos contrastantes no balanço da Ambev. “Bom crescimento de volume, mas com contínua queda da lucratividade no Brasil”, diz em seu relatório, destacando a preferência pela aposta em outras gigantes do setor de bebidas no mundo. “Nós, do UBS, continuamos a preferir outras cervejarias globais sobre a Ambev”, avalia.

O BTG Pactual, por sua vez, apontou que a surpresa de parte do mercado com o balanço se deu por expectativas conservadoras. E aponta que o êxito do novo portfólio de rótulos será determinante para o futuro da marca, pois “testará a capacidade da Ambev de elevar a inovação e o gerenciamento de marca”.

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