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Cerveja sem crise: Os caminhos para se proteger da instabilidade econômica

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Equilibrar contas e agilizar tomada de decisões são fatores decisivos nesse período de instabilidade, segundo Alexandre Prim (Foto: rawpixel - Unsplash)

Se o mercado brasileiro de cerveja artesanal cresceu dois dígitos nos últimos anos, o país vive uma realidade inversa. Entre greve de caminhoneiros, lenta recuperação econômica e uma eleição que não empolga, o cenário conjuntural pouco inspira confiança e traz instabilidade de um setor que surgiu como um dos destaques da década.

Alexandre Prim, professor e especialista no mercado cervejeiro

No final de junho, por exemplo, o Banco Central reduziu para 1,6% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2018, indíce 1% inferior ao da projeção anterior. A queda se deveu ao resultado abaixo da expectativa para o primeiro trimestre do ano: aumento de apenas 0,4% do PIB frente ao quarto trimestre de 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Enquanto a economia derrapa e o cenário político não inspira confiança, surge uma grande aliada das empresas do setor cervejeiro: a cautela. “Não há como negar que a macroeconomia e a instabilidade política brasileira afetam a microeconomia”, assegura Alexandre Luis Prim, que vem estudando detalhadamente o mercado cervejeiro em seu doutorado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP).

As empresas do setor devem seguir, segundo Prim, dois preceitos fundamentais para enfrentar os riscos: controle financeiro e equilíbrio das contas.

“Como não é possível controlar estes fatores externos, as empresas devem ter atenção em controles financeiros e de custos a fim de, no mínimo, equilibrar as contas”, recomenda o especialista, antes de elencar outros dois importantes fatores.

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“É preciso também segurar os investimentos, uma vez que elas podem não conseguir recuperá-lo”, diz Prim, que também é autor do livro “Gerenciamento do Escopo, Tempo e Custos em Projetos” e professor de cursos de graduação e pós-graduação do Senac Blumenau e da Uniasselvi.

Outro preceito importante nesse momento, segundo ele, é ter um controle completo da gestão. “Portanto, o que se sugere neste período de instabilidade é que as empresas reforcem os controles para garantir uma gestão mais efetiva, com dados imediatos para tomada de decisão. De certa forma, isto não garante a sobrevivência de qualquer empresa, mas reduz os riscos de qualquer atropelo financeiro.”

Um mercado peculiar
Embora aponte a necessidade de segurar o investimento, o professor do Senac explica que o mercado brasileiro tem suas especificidades. Assim, mesmo que o setor possa sentir o efeito da crise, Prim garante existir razões para que o consumo de cerveja se mantenha em alta.

“No entanto, por mais que existam diversos limitadores de consumo, percebo que os brasileiros tentam se desvincular destes fatores negativos e, portanto, ‘driblam’ o que pode limitá-los em sua vida profissional e pessoal”, garante.

Mesmo que o consumidor esteja em crise, segundo acrescenta o especialista, ele dará um jeito de tomar sua cerveja. “É um fato até curioso: os brasileiros podem estar endividados (e até com o nome sujo), mas não deixam ter seu momento de lazer, de tomar uma boa cerveja e fazer aquele churrasco”, completa Prim.

Leia mais: Em entrevista, Alexandre Luis Prim fala sobre os desafios do mercado cervejeiro para os próximos 5 anos.

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