Preço da cerveja tem alta de 2,31% no 1º semestre e fica bem abaixo da inflação
O preço da cerveja no domicílio, em geral vendida em supermercados e redes varejistas, terminou o primeiro semestre de 2022 com alta de 2,31%. A aceleração ficou, assim, bem abaixo da inflação medida pelo IBGE. De acordo com o instituto, o índice oficial, o IPCA, fechou a primeira metade do ano em 5,49%.
A diferença no ritmo da alta do preço da cerveja no domicílio e do IPCA também foi registrada em junho. Afinal, enquanto a bebida teve aumento médio de 0,14% no período no Brasil, o índice geral da inflação foi de 0,67% no mês passado.
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Esse descolamento, porém, não havia ocorrido em maio, quando a elevação do valor cobrado pela cerveja no domicílio tinha sido de 0,44%, próxima da variação média de 0,47% no somatório de todos os produtos e serviços investigados para o mês.
O balanço do IBGE ainda constatou que em junho houve deflação de 0,20% no preço das cervejas fora do domicílio, comercializadas em estabelecimentos como bares e restaurantes, onde em maio havia contabilizado aceleração de 0,36% em seu custo. Além disso, o item em geral consumido fora dos lares ficou 2% mais caro no primeiro semestre.
Nos últimos 12 meses, a elevação de preço da cerveja para o período é de 8,41% nos supermercados e redes varejistas e de 4,51% em locais como bares e restaurantes.
O aumento de 0,14% do custo da cerveja também ficou bem abaixo da subida média dos preços de outras bebidas alcoólicas no domicílio em junho, que foi de 0,66%. Este item contabilizou expressiva deflação de 1,40% em seu valor quando adquirido fora de casa. Nestas duas respectivas ocasiões de consumo, esse produto aumentou 14,86% e 3,34% no primeiro semestre, enquanto nos últimos 12 meses as elevações de preço acumuladas são de 10,34% e de 1,14%, respectivamente.
Alimentação e bebidas puxam aumento da IPCA
A inflação de 0,67% em junho teve a sua alta influenciada principalmente pelo aumento médio dos preços do tópico alimentação e bebidas, que foi de 0,80% e representou peso de 21,26% para a formação do índice geral do IPCA. Nos últimos 12 meses, a elevação é de 11,89%.
“O resultado foi influenciado pelo aumento nos preços dos alimentos para consumo fora do domicílio (1,26%), com destaque para a refeição (0,95%) e o lanche (2,21%). Nos últimos meses, esses itens não acompanharam a alta de alimentos nos domicílios, como a cenoura e o tomate, e ficaram estáveis. Assim como outros serviços que tiveram a demanda reprimida na pandemia, há também uma retomada na busca pela refeição fora de casa. Isso é refletido nos preços”, explica o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov.
A inflação do mês passado também foi mais alta do que a constatada em junho de 2021, quando a variação havia sido de 0,53%. E o instituto de pesquisa destaca que ocorreram elevações de preços nos nove grupos de produtos e serviços investigados, sendo que o item que apresentou a maior subida média de custo foi o de vestuário, que ficou 1,67% mais caro.
O tópico alimentação e bebidas, por sua vez, fechou a primeira metade de 2022 como um dos principais vilões da inflação, com variação de 8,43% no período. “No primeiro trimestre do ano, o destaque foi a alta dos produtos alimentícios, como a cenoura. Em março e abril, houve o aumento nos preços da gasolina e também dos produtos farmacêuticos. Nesse segundo trimestre, observamos a redução do patamar do índice geral, que estava acima de 1% e, em maio, foi para 0,47% e em junho, para 0,67%”, afirma Kislanov.
Para calcular o índice de inflação do mês passado no Brasil, o IBGE comparou os preços pesquisados entre 28 de maio a 29 de junho (referência) com os valores vigentes no período de 30 de abril a 27 de maio (base).
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