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Maior consumidora do mundo, República Checa faz saldão para salvar cervejarias

ruas de praga coronavírus
Após serem atingidas pela quarentena, microcervejarias criaram site que oferece produtos perto da data de vencimento

Para superar a crise causada pela pandemia do coronavírus, os consumidores da República Checa foram convocados por cervejarias artesanais a usarem seus poderes de beber e comprar. Com bares fechados desde o meio de março, mais de uma centena de marcas de pequeno porte se juntaram em um “saldão” de rótulos com a data de vencimento próxima, com o objetivo de desovar os estoques.

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Os checos são os maiores consumidores de cerveja do mundo, com uma média anual de 143 litros por pessoa. Esse “recorde” é o apelo da campanha ZachranPivo, que, em checo, pode ser traduzido como o suplício “salvem nossa cerveja”.

A ideia é simples: o conjunto de empresas desenvolveu um site que oferece o excedente de seu estoque perto do vencimento a preços promocionais. No portal, o usuário consegue encontrar produtos de cervejarias próximas à sua casa que em breve seriam descartados, comprar com desconto e, dessa maneira, ajudar a marca a atravessar a crise.

Na última terça-feira, o site contava com mais de 5,9 milhões de garrafas e latas de cerveja esperando serem “resgatadas” por consumidores checos.

Crise das artesanais
A República Checa é a sexta maior produtora europeia de cerveja. Levantamentos apontam que o país conta com seis cervejarias de grande porte, 30 médias e 440 pequenas. Mas os prognósticos para a crise não são nada animadores para um setor tão tradicional e valorizado no país. De acordo com a associação nacional de microcervejarias, um quarto das empresas não deve suportar a pandemia e fechará as portas.

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“Estou ainda mais pessimista do que isso”, afirma Michal Pomahac, proprietário da cervejaria Kytin, localizada nos arredores da capital Praga, um dos idealizadores do “Salvem Nossa Cerveja”. Sua marca, ele conta, perdeu 80% das receitas depois que a quarentena começou. A situação é ainda pior para as cervejarias que negociam barris para bares e restaurantes – e viram suas vendas simplesmente desaparecerem desde então.

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Sem auferir receitas com os barris, a alternativa foi mudar a estratégia para a venda de latas e garrafas ao consumidor final. No entanto, enquanto cervejarias de maior porte conseguem manter seus produtos por um longo tempo estocados ou nas prateleiras, as artesanais que produzem cerveja não filtrada correm contra o tempo em função do menor prazo de validade.

Recessão na República Checa
Assim como o Brasil e diversos outros países, a República Checa, que conta hoje com pouco mais de mil casos e 23 mortes por coronavírus, deve entrar em recessão até o final do ano. Lá, também, setores da indústria e do comércio reivindicam ajuda governamental para se manterem vivos.

“Esses caras (cervejarias artesanais) vão aguentar mais um mês. O governo precisa agir o mais rápido possível para compensar a crise com medidas”, pede o presidente da associação nacional de microcervejarias, Jan Suran.

Segundo ele, o setor deve se unir ao de restaurantes em uma batalha judicial para assegurar compensações. Eles apontam que a legislação local obriga o Estado, em caso de crise, a compensar os estragos, fornecendo empréstimos sem juros e perdoando taxas e pagamentos de seguros.

“Se o governo não der suporte às pequenas cervejarias, milhares perderão seus empregos”, completa Jan Suran.

(com praguemorning.com e euronews.com)

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