O que Ambev e Grupo Heineken fazem para zerar emissões de carbono até 2040

Líderes de mercado no Brasil e referências mundiais, a Ambev e o Grupo Heineken têm colocado em prática ações para promover a sustentabilidade no segmento, cumprindo a meta de zerar as emissões de carbono dentro de suas cadeias produtivas até 2040.

Para entender como as associadas do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) têm colocado em prática a redução das emissões de carbono, o Guia ouviu ambas as multinacionais.

O Grupo Heineken aponta que, para alcançar a meta, tem um olhar cuidadoso para a circularidade, energias renováveis e práticas com baixo emissões de carbono. E pretende chegar a outros objetivos ao longo dos próximos anos.

“Olhando para o curto e médio prazo, nós temos a meta de atingir 100% de energia renovável na produção até 2023, ter consumo de energia elétrica 100% renovável em todos os 31 centros de distribuição e atingir 100% de circularidade das embalagens no on-trade (comércio) até 2025 e do plástico dentro e fora do ambiente de negócios”, afirma Ornella Vilardo, diretora de sustentabilidade do Grupo Heineken.

A Ambev diz caminhar nessa jornada, especialmente, desde 2018, quando anunciou “metas ambiciosas de sustentabilidade para 2025”, em consonância com a jornada ESG, que também envolve seus parceiros. E divide em cinco setores os seus objetivos: ação climática, gestão de água, agricultura sustentável, embalagem circular e empreendedorismo. 

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Para alcançar seus objetivos, a Ambev mira ter 100% da eletricidade comprada de fontes renováveis para realizar os seus processos e reduzir em 25% as emissões de carbono em sua estrutura produtiva.

Além disso, afirma estar empenhada em “melhorar de forma mensurável a disponibilidade e a qualidade da água para 100% das comunidades em áreas de alto estresse hídrico”; ter “100% de agricultores treinados, conectados e com estrutura financeira para desenvolver um plantio cada vez mais sustentável”; possuir “100% dos produtos com embalagens retornáveis ou que sejam majoritariamente feitas de conteúdo reciclado”; e contar em seu ecossistema com “100% dos pequenos empreendedores com acesso a ferramentas para seu desenvolvimento”. 

No Brasil, a Ambev também assumiu o compromisso complementar de zerar a poluição plástica das embalagens até 2025. “Cada uma dessas frentes representa o que costumamos reforçar: a sustentabilidade não faz parte do negócio, ela é o nosso negócio”, afirma.

Instituto e programas
Para promover as suas ações sustentáveis, o Grupo Heineken inaugurou, em abril, um instituto com a meta de transformar a sociedade por meio do equilíbrio, ajudando pessoas que integram a rede de valor do seu negócio, como vendedores ambulantes, catadores de materiais recicláveis e jovens em situação de vulnerabilidade social.

O objetivo do Instituto Heineken Brasil é atuar para que esses atores da nossa cadeia tenham cada vez mais oportunidades de incremento de renda com cursos de capacitação ou ponte para o mercado de trabalho, como no caso de jovens. A agenda ESG está no centro da nossa estratégia de negócios porque acreditamos que só podemos prosperar se todos – pessoas e planeta – prosperarem junto

Ornella Vilardo, diretora de sustentabilidade do Grupo Heineken

O investimento no fator humano também é realizado pela Ambev, que tem vários programas de inclusão, entre os quais o Aceleradora 100+, criado para trazer ideias inovadoras para solucionar desafios sustentáveis.

“Nasceu com o objetivo de quebrar estigmas do ecossistema de startups, unindo pessoas comuns e estimulando o empreendedorismo. Entre as iniciativas está a parceria com a startup growPack, com o objetivo de conectar ainda mais inovação para uma mudança estrutural no futuro das embalagens. A startup detém uma tecnologia regenerativa que possibilita o desenvolvimento de embalagens fabricadas com compostos orgânicos da própria natureza”, afirma a empresa.

O Grupo Heineken também diz olhar com cuidado o impacto provocado pelo descarte de suas embalagens, já tendo alcançado resultados relevantes. “Só em 2021, reduzimos o plástico PET em 80%, o que significa uma redução de 25% do volume total de plástico atual da companhia. Um ano após o anúncio da retirada de embalagens de garrafas PETs de um e dois litros, das marcas Itubaína, FYs, Skinka e Viva Schin e as PETs de 1,5 litro, das marcas Skinka e Água Schin, nós já deixamos de comercializar cerca de 14 mil toneladas de embalagens plásticas no Brasil”, ressalta Ornella.

Agenda também foca engajamento
Além de promover a sustentabilidade com as suas ações, as líderes do setor cervejeiro brasileiro estão implementando iniciativas para estimular os seus consumidores a aderirem às práticas ambientais responsáveis, o que permite a circularidade das embalagens e, consequentemente, a queda nas emissões de carbono.

“Para embalagens, além da redução do uso do plástico, a agenda (sustentável) considera projetos de conscientização e engajamento dos consumidores no descarte correto dos materiais de vidro pós consumo. Um exemplo é o programa Volte Sempre, que conta com duas frentes de atuação junto ao canal on-trade (bares e restaurantes) e ao off-trade (supermercados e condomínios)”, completa a diretora de sustentabilidade do Grupo Heineken.

A Ambev, por sua vez, tem marcas do seu portfólio protagonizando campanhas e ações de impacto ambiental cujo sucesso é possível graças à ajuda de outros atores da cadeia.

A Corona, uma marca engajada na jornada contra despoluição plástica e proteção de paraísos naturais, recentemente lançou a primeira garrafa long neck retornável com distribuição nacional. Já Colorado, no início deste ano, lançou a primeira garrafa de vidro 100% reciclada. Esse feito é inédito e pioneiro pela complexidade do processo. Essa foi a primeira garrafa a utilizar 100% de cacos de vidro para sua produção – vale lembrar que as garrafas tradicionais têm em média 50% de material reciclado

Ambev

Uso inteligente das fontes energéticas
A utilização responsável da energia em seus processos é outro fator importante para que Ambev e Grupo Heineken atinjam suas metas de sustentabilidade, também ajudando a engajar os seus parceiros.

A Ambev conta com o SaveE, o seu sistema gratuito de gestão energética, que ajudou a companhia a reduzir 13% do seu consumo nos últimos oito anos. “Por meio dessa plataforma, compartilhamos mais de 500 boas práticas para gestão de energia com outras empresas, de forma gratuita. Nosso objetivo é auxiliar empresas a reduzir o consumo de energia, contribuindo para aumentar a eficiência energética no país, reduzindo custos e contribuindo para a descarbonização”, revela.

A companhia também tem parceria com a Metalfrio, que proporcionou o desenvolvimento de geladeiras que diminuíram o seu consumo em 50% na comparação com os modelos convencionais desse equipamento.

“A iniciativa permite a redução da emissão de 33 mil toneladas de CO2 na atmosfera por ano, o equivalente ao sequestro de carbono de 198 mil árvores. Atualmente, temos mais de 70% do nosso parque de geladeiras transformados em Eco Coolers, totalizando 465 mil equipamentos”, destaca.

Da mesma forma, o Grupo Heineken aplica ações inovadoras. Uma delas é o investimento em caldeiras de biomassa nas cervejarias, criando uma fonte que deriva de cavaco de madeira com origem de reflorestamento certificado. A companhia também conta com a ajuda de suas marcas para cumprir o seu propósito de usar cada vez mais a chamada “energia verde” e reaproveitável.

“Desde novembro de 2020, a SOL utiliza energia de fonte solar em toda sua produção no Brasil e, desde dezembro de 2020, a produção brasileira de cerveja Heineken utiliza energia 100% renovável nas unidades de Alagoinhas (BA), Araraquara (SP) e Ponta Grossa (PR)”, diz Ornella.