Sustentabilidade no Guia: Como a pluralidade pauta iniciativas no setor cervejeiro

Sustentabilidade no Guia recebeu Vetusa Pereira, do Grupo Heineken, e Haigo Porto, da Ambev

A diversidade é uma das pautas mais importantes quando se aborda a necessidade de uma atuação sustentável da indústria cervejeira. E o caminho da jornada de inclusão tem sido abordado a partir da pluralidade de ideias e da atuação prática de Ambev e Grupo Heineken no Brasil, com o objetivo de ter um setor mais diverso seja para quem atua nele ou consome seus produtos, também trazendo reflexos para a sociedade.

O modo como se busca mais pluralidade foi o tema do terceiro episódio do Sustentabilidade no Guia, que tem o apoio do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). Nele, Rodrigo Oliveira, CEO da Green Mining, recebeu Haigo Porto, gerente de diversidade e inclusão da Ambev, e Vetusa Pereira, gerente de diversidade, equidade e inclusão do Grupo Heineken (veja o vídeo completo do programa no final da matéria).

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Na conversa, eles destacam as principais ações pela pluralidade e as consequências externas das atividades das companhias na busca por equidade de gênero, inclusão da comunidade LGBTQIAP+ e combate ao racismo.

Porto relata que a jornada de inclusão e pluralidade na Ambev tem sido construída coletivamente. Ele destaca que a presença da diversidade no dia a dia também ajuda na criação de novas ideias e na inovação no negócio. “Todo mundo está nessa jornada junto. Dizemos que nós queremos que a Ambev seja o melhor lugar para que vocês possam ser quem são e que possam pertencer. Precisa ser o melhor lugar para ser e pertencer”, diz.

Na jornada pela pluralidade, o Grupo Heineken tem colocado o respeito e o cuidado como valores básicos no momento de criar ações de impactos para essas questões. “Não tem como a gente falar de respeito e cuidado com as pessoas se não passar por diversidade, equidade e inclusão. Faz parte dessa jornada mergulhar nesse valor e é para que todas as pessoas possam ser quem elas são dentro da Heineken”, afirma Vetusa.

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Confira, a seguir, os principais pontos abordados sobre pluralidade por Haigo Porto, gerente de diversidade e inclusão da Ambev, e Vetusa Pereira, gerente de diversidade, equidade e inclusão do Grupo Heineken, no Sustentabilidade no Guia:

Equidade de gênero no Grupo Heineken
“Temos um compromisso para a equidade de gênero de ter 50% de mulheres em posições de liderança. É uma métrica importante, um target atingível, sendo nossa meta para 2026. Olhando hoje nossa população Heineken, temos mais de 50% de mulheres em algumas áreas. Há áreas com 75% de mulheres na liderança e áreas com representatividade mais baixa. Para chegar ao objetivo, algumas barreiras precisam ser tiradas. Para isso, temos desde uma frente de conscientização, sensibilização e letramento até ações mais práticas, como trabalhar vagas exclusivas para mulheres”, diz Vetusa.

Ações práticas para atingir pluralidade
“Temos trilhado esse caminho e em duas etapas. No recrutamento, é interessante apresentarmos a lista de candidatos com pelo menos 50% mulheres para que os gestores possam escolhê-las para essas posições. E atuamos no crescimento delas na carreira. Não adianta contratar um monte de mulher e todas elas ficarem em posições de base. Buscamos alavancar a carreira dessas mulheres”, afirma Vetusa.

Jornada de equidade na Ambev
“Na Ambev, essa jornada de equidade de gênero começou há seis anos. E já colhemos frutos legais. Para trazer um comparativo, no nosso time de cervejaria, na operação, onde historicamente se tem mais homens, de 2016 para cá, triplicamos a quantidade de mulheres nas cervejarias e no time de operação de venda comercial. É um trabalho de como direcionar as vagas, com uma possibilidade de carreira no mercado de cerveja para essas mulheres”, conta Porto.

Programas de gênero da Ambev
“No programa Somos, as mulheres se reúnem para discutir assuntos de carreira. Como elas podem ajudar e crescer na carreira pensando no desenvolvimento e, principalmente, em áreas historicamente que não temos mulheres trabalhando. Depois do programa, elas se tornam mentoras de outras mulheres em outros níveis hierárquicos. No programa Homens e Aliados, trouxemos os homens para discutirem a questão do papel deles na equidade de gênero. Não adianta nada eu ser um gestor homem e não entender como a questão de gênero atravessa a experiência dessas mulheres da companhia”, diz Porto.

Apoio às pessoas trans pela Ambev
“Quando olhamos dentro da comunidade LGBTQIAP+, tem um recorte muito específico de pessoas trans que são, com uma leitura social, muito marginalizadas. E só uma pequena parte delas tem acesso ao mercado formal de trabalho. Somos uma companhia grande, atuando no Brasil inteiro, podemos oferecer essa oportunidade. Somos atualmente patrocinadora da Feira de Empregabilidade Trans de São Paulo, a maior do tema no país. Hoje, nós temos mais de 140 funcionários trans na Ambev. Temos o programa Me Chama Pelo Meu Nome. Nele, todos os funcionários trans da Ambev passam pelo processo de retificação de nome. E para cada pessoa da Ambev que faz a retificação de nome, a companhia paga para uma pessoa de fora que não teria condição de fazer. Entendemos que essa ação é uma mudança na vida dessas pessoas. E conseguimos passar também para fora do muro da companhia para uma pessoa que não teria condição de pagar por esse processo ou ter esse acompanhamento com um advogado para poder fazer a alteração da documentação”, completa Porto.

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Ações das marcas da Ambev

A Beats, em junho, lançou o projeto Palco Beats, em que a marca paga o cachê durante todo o ano de artistas trans que vão tocar em festivais. O festival não precisa pagar o cachê, só precisa oferecer o palco para o artista. É dar visibilidade para muitos artistas que não têm esse espaço e que, muitas vezes, não conseguem nem ter o acesso, o convite para esse tipo de ambiente

Haigo Porto, gerente de diversidade e inclusão da Ambev

Apoio da Heineken ao LGBTQIAP+
“Atuamos em pilares como a sensibilização, que é toda parte de conscientização, treinamentos, alguns específicos para lideranças. Temos, também, o pilar de ambiente seguro, com a comunidade trazendo seus pontos, indo desde canais de denúncias até encontros onde entram anonimamente para contar histórias. Houve aumento no número de pessoas que se autodeclararam nos nossos censos. O ambiente se tornou mais seguro às pessoas, que se sentiram mais confortáveis de se identificarem como uma das siglas da comunidade”, diz Vetusa.

Conexão da Amstel com a comunidade LGBTQIAP+
“Tivemos um exemplo bacana na Parada do Orgulho, em junho, que teve a retificação de nomes como benefício do Grupo Heineken, com todo apoio jurídico e custo envolvido. A Amstel fez isso para a comunidade e beneficiou mais de 800 pessoas com a retificação de nome, entendendo que isso é uma contribuição necessária para a comunidade e nos aproxima também de um público que entendemos que pode ser não só nosso consumidor, mas colaboradores Heineken. Isso gera identificação para o nosso time interno e compromisso da nossa marca com o nosso público”, comenta Vetusa.

Educação para a pluralidade
“Já estamos há alguns anos nessa jornada de diversidade. Essa é uma frente que tem sempre troca de liderança e pessoas novas entrando. A frente de educação para diversidade vai ser constante na nossa estratégia, pensando na formação das pessoas, o quanto é importante manter esse tema quente, acontecendo”, diz Vetusa.

Questão racial no Grupo Heineken
“Também temos o nosso compromisso nas questões raciais. Precisamos ter essas pessoas não só nos cargos de entrada, mas ocupando todas as posições possíveis dentro da companhia e inclusive as mais altas lideranças. Temos o compromisso de ter pelo menos 40% de pessoas negras na nossa população de liderança até 2030”, relata Vetusa.

Oferta de vagas

Lançamos recentemente uma campanha externa pensando em como atrair as pessoas pretas e pardas para dentro da Heineken. E isso traz para nós um combo de ações muito bacanas. Talvez precisemos flexibilizar um requisito ou outro, pois, historicamente, vemos que é um público que não teve oportunidade. Precisamos de um olhar diferenciado e temos programas para o desenvolvimento de pessoas negras internamente e com parceiros externos

Vetusa Pereira, gerente de diversidade, equidade e inclusão do Grupo Heineken

Pauta racial na Ambev
“Estruturamos nossos programas e iniciativas pautados nos 13 compromissos de equidade racial que temos. Esses compromissos perpassam tanto o ambiente interno como o ecossistema Ambev. Então, aborda todo o time que trabalha como terceiro. Envolvem, assim, 30 mil funcionários da Ambev mais 30 mil terceiros. Esses 13 compromissos vão desde ter mais pessoas negras na liderança, passando por como desenvolvemos essas pessoas, como as contratamos. No ano passado, nossa meta pública era de 200 líderes negros e chegamos em 517”, conta Porto.

Trabalho com fornecedores
“Esse ano, a Ambev ganhou um prêmio reconhecendo o nosso trabalho com fornecedores negros. Temos um trabalho bem direcionado. Ano passado, nossa meta era fechar 100 novos fornecedores negros com contratos e 200 novos cadastrados por nosso sistema de fornecedores. Fechamos o ano com mais de R$ 25 milhões circulando no ecossistema e a meta para esse ano é dobrar esse número. É importante que eles consigam investir e mostrar o valor que desempenham na sociedade”, completa Porto.

Contratações da diversidade
“Se dão através do nosso programa Representa. O estágio da Ambev sempre foi um dos mais concorridos do Brasil, mas também muito pautado por regrinhas que deixavam muita gente de fora do processo, como inglês obrigatório. Então, junto com o estágio regular, temos vagas que são do Representa, que além de repensar em todo o programa de estágio, com pré-requisitos que podemos desenvolver aqui dentro. É um programa que está no terceiro ano e já são mais de 400 estagiários representativos e mais de 650 que passaram pelo programa”, finaliza Porto.

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