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Bud Light faz ação com influenciadora trans e sofre ataques; entenda o caso

Ataques começaram após lata com rosto de Dylan Mulvaney ser exibida por ela no Instagram

A Bud Light se tornou alvo de ataques de conservadores nos Estados Unidos após uma ação de marketing com Dylan Mulvaney, uma atriz, comediante e influenciadora digital trans. Ela divulgava um concurso da marca da AB InBev alusiva ao March Madness, que congrega os playoffs do basquete universitário do país, além de mostrar um presente recebido.

Dylan postou a ação no seu perfil no Instagram, rede social em que possui 1,8 milhão de seguidores. No vídeo, com menos de um minuto de duração, a influenciadora trans conta que a Bud Light lhe enviou uma lata com o seu rosto como o marco dos 365 dias de sua série “Days of Girlhood” e a exibe. “A Bud Light me enviou possivelmente o melhor presente de todos os tempos, uma lata com o meu rosto”, diz, em um trecho da publicação.

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A série documenta a transição de gênero de Dylan, sendo postada por ela em outra rede social, o Tik Tok, onde possui quase 11 milhões de seguidores. A iniciativa a tornou muito conhecida nos Estados Unidos, a ponto de ter sido recebida pelo presidente Joe Biden no ano passado.

A divulgação da ação por Dylan foi seguida por pedidos de boicote contra a Bud Light, repetindo o que já aconteceu com outras marcas com realizam iniciativas com personalidades trans. A campanha de ataques envolveu personalidades, como os artistas Travis Tritt, que prometeu tirar a marca da sua turnê musical, e Kid Rock, que publicou um vídeo no Instagram em que dispara com uma arma de fogo em packs de latinhas da Bud Light, assim com de políticos, como o republicano Dan Crenshaw.

O congressista, porém, foi ironizado, pois ao postar um vídeo em que mostrava sua geladeira sem qualquer Bud Light, deixou à vista uma cerveja da Karbach Brewing Company, marca artesanal que faz parte do portfólio da AB InBev, que possui mais de 100 rótulos, em um claro indicativo de como é difícil boicotá-la.

A ação da Bud Light e a reação a ela se dão, também, quando alguns estados do país têm legisladores propondo leis que restringem direitos de transgêneros na sociedade. Além disso, alguns analistas apontaram que o boicote proposto foi uma das razões para a queda da ação da AB InBev, que havia fechado o mês de março valendo US$ 56,47 e chegou a cair para US$ 52,65 na última quinta-feira (13).

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A repercussão do caso levou a Anheuser-Busch a divulgar um comunicado, enviado à imprensa norte-americana, em que afirma buscar se comunicar com diversos públicos, muitas vezes o fazendo através da associação com influenciadores digitais.

“De tempos em tempos, produzimos latas comemorativas exclusivas para fãs e influenciadores de marcas, como Dylan Mulvaney. Esta lata comemorativa foi um presente para comemorar um marco pessoal e não está à venda para o público em geral”, diz um trecho do documento.

Posteriormente, o CEO da Anheuser-Busch e presidente da AB InBev para a América do Norte, Brendan Whitworth, divulgou um comunicado no site oficial da companhia, intitulado “Nossa responsabilidade com a América”. O texto foi interpretado como um pedido de desculpas – ou, ao menos, uma tentativa de se afastar do assunto.

“Temos milhares de parceiros, milhões de fãs e uma história orgulhosa de apoio às nossas comunidades, militares, socorristas, fãs de esportes e americanos trabalhadores em todos os lugares. Nunca pretendemos fazer parte de uma discussão que divide as pessoas. Nosso negócio é reunir as pessoas para tomar uma cerveja. Meu tempo servindo neste país me ensinou a importância da responsabilidade e os valores sobre os quais a América foi fundada: liberdade, trabalho duro e respeito mútuo”, diz.

Em seu texto, o CEO da Anheuser-Busch não cita a ação com Dylan e fala em ouvir e aprender. “Preocupo-me profundamente com este país, esta empresa, nossas marcas e nossos parceiros. Passo muito do meu tempo viajando pela América, ouvindo e aprendendo com nossos clientes, distribuidores e outros”, acrescenta.

Antes da ação com Dylan levantar críticas, a Bud Light havia indicado o desejo de se tornar mais inclusiva, para evitar a perda de participação no mercado.

“Se não atrairmos jovens consumidores para beber esta marca, não haverá futuro para a Bud Light”, disse, em março, Alissa Heinerscheid, vice-presidente de marketing da Bud Light, ao podcast Yourself at Home. Agora, ela também se tornou alvo de ataques, com pedidos para que seja demitida.

Já Dylan não teceu comentários sobre os ataques contra ela e a Bud Light, mas recentemente participou de um podcast, o Onward With Rosie O’Donnell. Por lá, avaliou ser atacada por ser o que definiu como “alvo fácil” por ter iniciado recentemente o processo de transição. “Acho que ir atrás de uma mulher trans que faz isso há 20 anos é mais difícil”, afirma.

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