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Balcão do Baierle: A evolução do lúpulo brasileiro

As chopeiras ainda nem esquentaram. E olha que na segunda edição do Festival Nacional da Colheita do Lúpulo, o consumo de chope foi intenso. Além de chope tivemos também muitas palestras relacionadas ao lúpulo. Assim, podemos ter uma noção do que aconteceu neste ano que passou, desde a primeira edição do festival com o lúpulo produzido em solo brasileiro.

O lúpulo do Brasil ainda é um bebê engatinhando pelo vasto solo do nosso país, com todos os seus climas e microclimas, dos mais variados tipos possíveis. Como principais progressos nestes últimos 12 meses posso destacar:

– Aumento expressivo no número de cultivadores de lúpulo: os principais estados em termos de área cultivada são São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

– Aumento no tamanho das áreas: projetos maiores têm saído do papel e áreas de 3 a 10 hectares estão sendo instaladas pelo país, principalmente em São Paulo e Santa Catarina

– Turismo lupuleiro: várias iniciativas em todo o país têm agregado renda aos produtores de lúpulo, uma ótima alternativa enquanto as plantas estão amadurecendo e aumentando a produção de flores.

– Variedades nacionais: temos hoje, no Brasil, pelo menos três programas de melhoramento genético, uma iniciativa fundamental para o futuro do lúpulo brasileiro, pois, com variedades mais adaptadas, teremos maiores produções e a descobertas de lúpulos únicos com terroir tupiniquim. Vem coisa boa por aí…

– Aumento no número de pesquisas relacionadas ao cultivo e química de lúpulo: mais instituições e pesquisadores têm mostrado interesse em pesquisar o lúpulo nacional, algo fundamental para um futuro de sucesso. Porém, ainda faltam órgãos como, por exemplo, a Embrapa entrarem no jogo de forma mais efetiva.

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– Qualidade do lúpulo: o lúpulo brasileiro já provou a todos que tem qualidade. E neste último ano isso não foi diferente, com mais plantios em diversos estados atingindo padrões de qualidade similares ou superiores aos lúpulos importados.

– Desenvolvimento de máquinas: as empresas mostraram novas máquinas, principalmente para a colheita das flores, algo fundamental para possibilitar retorno financeiro ao produtor.

– Importação de máquinas alemãs para colheita do lúpulo: estão entrando no Brasil máquinas alemãs usadas (e reformadas) que vão alavancar a colheita de lúpulo e possibilitar o cultivo de grandes áreas, maiores do que 10 hectares.

– A produção de cervejas com lúpulo nacional está em evidência e as cervejarias estão procurando por lúpulo nacional para a produção de cervejas usando as flores brasileiras na sua composição.

– Uso de suplementação luminosa: o uso de lâmpadas na lavoura para controlar a planta tem se mostrado muito promissor em termos de produtividade e qualidade do lúpulo. Essa é uma tecnologia muito importante, pelo menos enquanto as variedades nacionais mais adaptadas ao nosso clima não estejam prontas.

– Profissionalização dos viveiros de mudas: mudas de procedência inquestionável e livre de doenças são fundamentais, e os viveiros têm cumprido seu papel na cadeia.

Foi um ano intenso para o lúpulo brasileiro, e não poderia ser diferente com essa planta que pode crescer mais de 20 centímetros em um dia. O caminho é árduo, mas o futuro será glorioso. O lúpulo brasileiro é realidade.


Rodrigo Baierle é engenheiro agrônomo e especialista em genética de plantas e lúpulo. Atua como produtor de lúpulo na Lúpulos 1090, sendo consultor para produtores de lúpulo. É o idealizador do Festival Nacional da Colheita do Lúpulo.

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