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Entrevista: As apostas de uma cervejaria que pretende unir preço e qualidade

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CEO da recém-inaugurada Backbone, André Guedes explica que cervejaria desenvolveu uma estratégia para mitigar restrições de consumo

O desenvolvimento do mercado brasileiro de artesanais ainda esbarra na questão dos preços. Embora o crescimento de novas marcas seja exponencial, chegando a 30% no último ano, a demanda segue estagnada em função, especialmente, dos altos custos que pressionam as microcervejarias. Pensando nesse cenário, seis sócios adotaram uma lógica inversa: apostaram em preços baixos para, quem sabe, “educar” novos consumidores e ganhar no volume.

Surgiu, assim, no final de dezembro, a Backbone, uma cervejaria carioca que se define pela simplicidade, pela boa drinkability, pelo visual fácil de identificar e, claro, pela boa relação custo-benefício, segundo informou a própria marca em seu lançamento.

Os dois primeiros lançamentos

Fundada por André Guedes, André de Paula, Carlos Jorge Ramers, Daniel Guedes, David Bonanno e Thompson Schemes, a Backbone chegou ao mercado com apenas dois rótulos: uma Belgian Witbier e uma American Lager, estilos fáceis de serem consumidos, especialmente no verão carioca. Trabalha, agora, no lançamento de uma West Coast IPA e de uma German Pilsner.

Se o lançamento foi em 2018, a “gestação” da marca vem desde 2010, quando dois dos sócios começaram a traçar o projeto. A junção com os outros quatro, então, permitiu que a experiência de alguns deles com indústria e negócios concretizasse o sonho cervejeiro.

O resultado dessa união foi uma marca que buscasse ser “o mais profissional possível, para que não houvesse falha na execução e distribuição dos produtos”. Daí, inclusive, surgiu o nome Backbone, que significa espinha dorsal.

Para entender como a cervejaria pretende unir questões aparentemente antagônicas como preço e qualidade, o Guia realizou em janeiro uma entrevista com o engenheiro André Guedes, CEO da Backbone, ex-sócio da AGTAL e administrador da rede de barbearias DON Barber Beer. Confira.

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A Backbone chega ao mercado com uma proposta relativamente diferente, apostando na democratização, na simplicidade e em um melhor custo-benefício. De onde veio a ideia? Há outras iniciativas que serviram de exemplo?
A ideia surgiu após uma minuciosa pesquisa de mercado e análise do cenário competitivo. Concluímos que existem várias restrições ao aumento de consumo e a entrada de novos consumidores, e desenvolvemos uma estratégia para tentar mitigar estas restrições e ajudar no desenvolvimento do setor. As grandes cervejarias fazem este movimento de forma restrita, quando compram uma cervejaria artesanal, pois carregam junto à cervejaria todos os seus atributos: a sua marca, o seu posicionamento junto ao público consumidor, os seus produtos, o design dos rótulos e a comunicação. Desta forma, se limitam a reduzir o preço, normalmente reduzindo o custo e a qualidade do produto.

Qual é exatamente o público-alvo da Backbone? Estão mais focados no consumidor ainda ligado ao mainstream, às Pilsens, ou ao que já tenha um primeiro contato com as artesanais?
Queremos atingir o grande público, mas com respeito e admiração dos especialistas também. O objetivo é conquistar tanto os consumidores de cervejas artesanais quanto os consumidores mainstream que desejam experimentar produtos de boa qualidade. Para isto, acreditamos em produtos de alta drinkability, com muita qualidade, personalidade e convergência das características do estilo em questão.

Como foram as primeiras semanas após o lançamento? Alcançaram o resultado esperado? E quais foram os principais desafios?
A aceitação tem sido muito boa. Estamos atentos ao feedback dos consumidores e especialistas em cerveja. Acabamos de completar um mês de trabalho e o resultado de vendas foi dentro do esperado em nosso business plan. Mas o principal desafio é abrir uma carteira de clientes completamente nova e agradecemos muito aos parceiros que estão acreditando em nosso trabalho e nos dando uma oportunidade.

Um dos maiores entraves à democratização das artesanais é o preço. Por que ela tem esse valor?
Devido à carga tributária, aos elevados custos produtivos e à pequena escala de produção.

E qual a estratégia da Backbone para vender uma cerveja de qualidade a um custo menor?
Apesar de estarmos começando pequenos, com o pé no chão, o projeto é pensado e planejado de forma grande. Com isso, estimamos todos os custos e diversas etapas do projeto e optamos por realizar um esforço inicial na precificação do produto para alcançarmos os volumes de vendas desejáveis em nosso planejamento. Além disso, conseguimos realizar negociações bastante favoráveis com fornecedores e prestadores de serviço, que só foram possíveis pela clareza e profissionalismo transmitidos em nossas negociações.

Quais os próximos passos da cervejaria? Já é possível dizer quais serão os próximos rótulos?
Nossa prioridade agora é seguir conquistando clientes em todos os canais de distribuição para se tornar acessível ao consumidor final e gerar os volumes esperados. Posso adiantar os nossos dois próximos rótulos: o terceiro estilo, uma West Coast IPA, e, no início de março, lançaremos a German Pilsner.

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