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Queda de 13,9% na fabricação de alcoólicas no início do ano influencia recuo da indústria

fabricação bebidas alcoólicas 2022
Produção de bebidas alcoólicas tem recuo de 1,9% de fevereiro de 2021 a janeiro de 2022 no Brasil, segundo o IBGE

Depois de fechar 2021 amargando estagnação em relação a 2020, a fabricação de bebidas alcoólicas abriu 2022 em baixa. De acordo com dados divulgados pelo IBGE em sua Pesquisa Industrial Mensal, houve expressiva queda de 13,9% em janeiro na comparação com a produção do mesmo período no ano passado.

Além da inflação crescente no Brasil, o alastramento da variante Ômicron do coronavírus impactou de forma importante o setor nos primeiros 31 dias de 2022.  E tem influência no recuo de 1,9% no acumulado dos últimos 12 meses.

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Essa diminuição de 13,9%, registrada em janeiro de 2022, é mais de três vezes maior do que a retração da fabricação de bebidas não alcoólicas, de 4% em relação ao mês inicial de 2021. E também há retração no período acumulado de um ano, de 1%, pouco menos do que a metade do índice confirmado pelo IBGE para as bebidas com álcool.

Esse índice altamente negativo de 13,9% mantém a tendência de queda na produção das alcoólicas, que em dezembro já havia caído significativos 8,2% na comparação com o mesmo mês de 2020.

Já a produção de bebidas de forma geral (somando alcoólicas e não alcoólicas) registra em janeiro uma queda de 4,5% em janeiro em relação ao mês de dezembro, na variação percentual com ajuste sazonal. A redução foi de importantes 9,6% na confrontação com os dados do mesmo mês que abriu o ano passado e de 0,6% no acumulado dos 12 meses anteriores.

O “tombo” de 13,9% na fabricação de bebidas alcóolicas também é superior ao da produção industrial nacional geral, que computa recuo de 7,2% em relação a janeiro de 2021. E a queda foi de 2,4% (na série com ajuste sazonal) no 1º mês de 2022 na comparação com o último do ano passado.

O IBGE enfatiza que o índice “elimina parte da expansão de 2,9% registrada no mês anterior”. O instituto também lembra que a indústria nacional se encontra hoje 3,5% abaixo do patamar de antes do início da pandemia, em fevereiro de 2020, e 19,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Ao mesmo tempo, pondera que, no período acumulado de 12 meses, a produção do país alcançou alta de 3,1%.

Setor de bebidas puxa desempenho industrial para baixo
A fabricação de bebidas de uma forma geral foi um dos itens destacados pelo IBGE como um dos principais a contribuir para a redução da produção industrial, cujo desempenho em janeiro foi constatado após verificação dos números contabilizados em 26 ramos pesquisados.

“Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram assinaladas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,4%) e indústrias extrativas (-5,2%), que haviam acumulado expansão de 18,2% e de 6,0%, respectivamente, nos dois últimos meses de 2021. Outras contribuições negativas relevantes vieram de bebidas (-4,5%), de metalurgia (-2,8%), de outros produtos químicos (-2,2%), de máquinas e equipamentos (-2,3%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,4%), de produtos de metal (-3,3%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,5%) e de produtos de minerais não-metálicos (-2,4%)”, enumera o IBGE.

A queda na fabricação de bebidas também está na contramão do crescimento de seis atividades econômicas, entre as quais as produções de coque, de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que registraram elevação de 3,5% em janeiro. Itens alimentícios, com alta de 1,4%, também se destacaram e tiveram o terceiro mês consecutivo de expansão, acumulando neste período um expressivo ganho de 13,8%.

Resultados negativos em todas as grandes categorias econômicas
O IBGE pondera que o forte recuo de 7,2% da indústria brasileira, na comparação entre o primeiro mês do ano e janeiro de 2021, é um reflexo de resultados negativos em todas as grandes categorias econômicas e em 18 dos 26 ramos, 56 dos 79 grupos e 67% dos 805 produtos pesquisados.

“Verificamos que o mês de janeiro está bem caracterizado pela perda de dinamismo e de perfil disseminado de queda, uma vez que todas as grandes categorias econômicas mostram recuo na produção, tanto na comparação com o mês anterior quanto na comparação com janeiro de 2021”, destaca o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo.

O especialista reconhece o peso que a pandemia continua tendo para impactar de forma negativa a indústria, assim como as altas taxas de desemprego e a inflação no Brasil.

“A indústria vem sendo afetada pela desarticulação das cadeias produtivas por conta da pandemia, tendo no encarecimento dos custos de produção e na dificuldade para obtenção de insumos e matéria-prima para a produção do bem final, características importantes desse processo. Além disso, os juros e a inflação em elevação, juntamente com um número ainda elevado de trabalhadores fora do mercado de trabalho, ajudam a explicar o comportamento negativo da indústria”, analisa.

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