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Dono do Grupo Petrópolis é acusado de lavar R$ 1 bi para Odebrecht

Denúncia faz parte da 62ª fase da operação Lava Jato. Para procuradores, "volume e sofisticação do esquema não têm precedentes"

Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato acusaram nesta sexta-feira Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis, de ter participado de 642 atos de lavagem de dinheiro, totalizando R$ 1,1 bilhão. Segundo a denúncia, os crimes foram cometidos entre 2006 e 2014 e envolveram outras 22 pessoas do Grupo Petrópolis, do Antígua Overseas Bank e da Odebrecht.

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Tais infrações teriam servido para legalizar valores que foram originalmente desviados pela construtora de contratos públicos, principalmente com a Petrobrás.

A denúncia faz parte da 62ª fase da operação Lava Jato, iniciada em 31 de julho, que apurou o envolvimento de executivos do grupo Petrópolis na lavagem de dinheiro para a Odebrecht. De acordo com os procuradores, Walter Faria recebia altas somas de dólares em contas no exterior e utilizou uma série de negócios jurídicos fraudulentos no Brasil para lavar dinheiro e operar pagamentos de propinas.

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Segundo o procurador Antonio Diniz, o esquema era muito sofisticado. “O volume e sofisticação não têm precedentes, mesmo na Lava Jato. Embora em volume os montantes sejam comparáveis, talvez, aos casos envolvendo os maiores operadores, como Adir Assad e Alberto Youssef, neste caso foram utilizadas várias técnicas de lavagem, dentre as quais se destaca a chamada commingling, que é a mistura de recursos ilícitos à atividade lícita de uma empresa e que deixa ainda mais difícil a descoberta e comprovação dos crimes”, conta o procurador.

A estratégia de lavagem envolvia repasses feitos ao grupo Petrópolis diretamente no exterior. A Odebrecht costumava utilizar camadas de contas estrangeiras em nome de diferentes offshores, em esquema que envolveu também a utilização de complexa estrutura financeira de contas no exterior relacionadas às atividades do grupo Petrópolis.

Em troca, o dono do Grupo Petrópolis se beneficiou de uma série de atividades com a Odebrecht, como descontos comerciais na ampliação de plantas de cervejaria do grupo Petrópolis, compra e venda de ações da GP Participações e Investimentos S/A, opção de compra da Electra Power Geração de Energia, promoção de aportes de recursos para investimento em uma pedreira e realização de contratos de compra, venda e aluguel de equipamentos.

Walter Faria, que estava preso desde o dia 5 de agosto por conta das acusações iniciais da Lava Jato, obteve habeas corpus no TRF-4 na última quarta-feira mediante o pagamento de fiança fixada em R$ 40 milhões.

Em nota, o Grupo Petrópolis afirmou que não comentaria o assunto pois “os fatos mencionados já foram esclarecidos e arquivados em decisão do TRE”.

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