Com pandemia, produção de bebidas alcoólicas recua 20,9% em março
A produção de bebidas alcoólicas no Brasil sofreu retração de 20,9% em março, primeiro mês em que a contaminação pelo coronavírus se expandiu pelo país, forçando a adoção de medidas de isolamento social e freando as atividades da indústria. Este recuo brusco da fabricação foi confirmado pelos dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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A redução expressiva se deu em um contexto de queda acentuada da produção industrial brasileira, que caiu 9,1% em março, na comparação com o mês imediatamente anterior com ajuste sazonal. É o recuo mais acentuado desde maio de 2018, período que ficou marcado pela greve dos caminhoneiros. E também o pior resultado para março desde 2002.
“Esse impacto da pandemia fica evidenciado quando se compara com o mês de fevereiro, já que a taxa é fortemente negativa e representa a queda mais intensa desde maio de 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros. E não apenas pela magnitude da taxa, mas também pelo alargamento por diversas atividades, incluindo todas as quatro categorias econômicas e 23 das 26 atividades pesquisadas”, analisa André Macedo, gerente da pesquisa.
Em relação a março de 2019, a indústria nacional retraiu 3,8%, no quinto resultado negativo consecutivo. A produção também acumula queda de 1,7% no ano, juntamente com redução de 1% no acumulado dos últimos 12 meses.
Já a produção de bebidas alcoólicas passou a registrar queda em 2020, de 4,7%. Mas ainda há crescimento da fabricação no período de 12 meses, de 1,2%.
O cenário de encolhimento da produção se repete na indústria de bebidas em geral. Houve redução de 18,8% no terceiro mês do ano, com os dados também sendo negativos em 4,3% no somatório de 2020. Nos últimos 12 meses, a expansão foi reduzida e está em 1,6%.
O panorama de retração em março se repetiu com a produção de bebidas não-alcoólicas: 16% na comparação com o mesmo período de 2019, sendo de 3,8% em relação aos três primeiros meses do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, por sua vez, o crescimento é de 2%.
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