Cerveja tem deflação no varejo em junho, mas preço sobe 2,66% no 1º semestre
A cerveja no domicílio, em geral adquirida em redes de varejo, ficou mais barata em junho. De acordo com o IBGE, o item apresentou deflação de 0,27% no período, embora acumule alta de 2,66% no primeiro semestre de 2023. Já no período de 12 meses, a inflação é de 9,75%.
E não foi apenas a cerveja no domicílio que teve deflação em junho. o item no varejo acompanhou o ritmo do IPCA, contribuindo para a queda de 0,08% da inflação oficial, o maior recuo para o mês desde 2017, quando o índice foi de -0,23%.
No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Além disso, em junho de 2022, a inflação havia sido de 0,67%.
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Mas, se por um lado os preços da cerveja em domicílio, comercializada no varejo, ficaram mais baixos no mês, por outro a cerveja fora do domicílio, aquela comercializada em bares e restaurantes, teve uma alta de 0,50% em junho. Com este resultado, a inflação do segmento nos seis primeiros meses do ano ficou em 4,19%. E no acumulado dos últimos 12 meses, a alta está em 8,71%.
A deflação da cerveja no varejo em junho também destoou da dinâmica de preços de outras bebidas alcoólicas. No mês, houve altas de 0,61% e 1,27%, respectivamente, nos preços médios desses itens no domicílio e fora do domicílio.
As outras bebidas alcoólicas no domicílio tiveram inflação de 6,72% no semestre, com o índice ficando em 7,40% nos últimos 12 meses. Já as outras bebidas alcoólicas fora do domicílio fecharam o período de janeiro a junho com o indicador em 5,56%. A inflação chega a 9,04% nos últimos 12 meses.
Alimentação, bebidas e transportes puxam deflação
O grupo de alimentação e bebidas (-0,66%) foi o principal responsável pela deflação de 0,08% em junho, com transportes (-0,41%) também tendo contribuição importante. No lado das altas, o maior impacto (0,10%) e a maior variação (0,69%) vieram de habitação.
“Alimentação e bebidas e transportes são os grupos mais pesados dentro da cesta de consumo das famílias. Juntos, eles representam cerca de 42% do IPCA. Assim, a queda nos preços desses dois grupos foi o que mais contribuiu para esse resultado de deflação no mês de junho”, explica André Almeida, analista da pesquisa.
O grupo alimentação e bebidas foi influenciado, principalmente, pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,07%). Destacam-se as quedas do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%).
“Nos últimos meses, os preços dos grãos, como a soja, caíram. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja e indiretamente os preços das carnes e do leite, por exemplo. Essas commodities são insumos para a ração animal, e um preço mais baixo contribui para reduzir os custos de produção. No caso do leite, há também uma maior oferta no mercado”, explica Almeida.
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