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Especial rotulagem: As várias formas de aplicação e a importância das informações

rótulos cerveja
Rótulo tem que estar em conformidade com leis e ser atrativo visualmente, além de estar bem aplicado, ensinam especialistas
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Fazer os rótulos de uma marca de cerveja pode parecer uma missão simples para o consumidor que tem contato com a etiqueta de uma garrafa, lata ou growler ao visualizá-la em um varejo. Entretanto, a realidade é diferente desta primeira impressão sobre o processo de rotulagem, que precisa de atenção às informações a serem aplicadas, independentemente da embalagem a ser utilizada e do tipo de aplicação.

Na segunda matéria de uma série especial de quatro reportagens sobre rotulagem, que começou a ser publicada na semana passada e terá mais dois capítulos, o Guia traz orientações de especialistas que disseram, de maneira detalhada, o que consideram mais importante para que rótulos de cerveja sejam apresentados da forma correta e dentro das exigências da lei.

Leia também – Especial rotulagem: Entenda a importância da aplicação em embalagens de cerveja

Regina Sugayama, mestre em Biologia e Genética e doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP), com mais de 30 anos de experiência em pesquisa e consultoria em agricultura e alimentos, enfatizou cinco pontos fundamentais para a realização bem-sucedida do processo de rotulagem.

“O rótulo tem que estar em conformidade com a legislação e ser atrativo visualmente, além de estar bem aplicado na garrafa. A tecnologia de impressão deve suportar condições às quais o produto vai ser exposto e e as informações obrigatórias devem ser legíveis e indeléveis”, diz.

Regina lembra a importância dos cuidados com os detalhes das informações nos rótulos de cerveja, especialmente para evitar problemas com os órgãos fiscalizadores.

“Detalhes aparentemente sem importância podem se transformar em motivos de dor de cabeça para a indústria. Um exemplo bastante comum é o uso da abreviação de mililitros como ML em vez de mL ou ml. Ao órgão de fiscalização não importa se a tipologia escolhida pelo designer só tem o M maiúsculo. Tem que ser minúsculo e não se discute”, afirma a especialista.

Para evitar problemas, Regina sugere a revisão com antecedência das informações e dados inseridos antes da impressão dos rótulos. E lembra que erros são cometidos até mesmo por gigantes da indústria, tendo em vista o quão minucioso é o processo para apresentação ao consumidor de todas as informações certas e dentro dos padrões exigidos por lei.

“Uma vez revisei um rótulo de cerveja que trazia erro na escrita de uma frase de advertência. Recomendei que fosse corrigido e o produtor disse que copiou como estava no rótulo de uma grande marca brasileira de cerveja. Rótulos de amigos ou de marcas líderes de mercado podem ser usados como referência, mas muito cuidado ao copiar: você poderá estar propagando erros sem saber e pagar caro por isso”, completa Regina.

A especialista também alerta sobre outros fatores que considera importantes no processo de rotulagem. E dá conselhos a quem pretende realizá-lo de maneira bem-feita e adequada para atingir o sucesso almejado como a comunicação visual de um produto junto ao consumidor.

“A cada lote, você precisará informar o seu número e data de validade. O ideal é que essas informações estejam impressas diretamente na garrafa ou lata, mas muitas indústrias imprimem nas etiquetas. Assegure-se que essa marcação seja legível e indelével”, ressalta, destacando a importância da padronização no processo de rotulagem.

A etapa final do processo de rotulagem, que é a aplicação do rótulo sobre a garrafa ou lata, também exige planejamento. Você não gastou tempo e dinheiro desenvolvendo um layout bacana e em conformidade com a legislação, nem comprou as embalagens e imprimiu rótulos para serem mal aplicados. Estamos falando de um mercado super competitivo, no qual pequenos detalhes fazem diferença. Rotule suas garrafas ou latas de forma que as etiquetas estejam sempre corretamente posicionadas e padronizadas

Regina Sugayama, profissional com mais de 30 anos de atuação em pesquisa e consultoria em agricultura e alimentos

As aplicações de rótulos de cerveja
Além de estarem atentas às informações inseridas nos rótulos da cerveja, as marcas precisam definir qual tipo de rotulagem será adotada. E as opções são várias. A rotulagem com adesivos, por exemplo, dá ao fabricante a opção de realizá-la manualmente ou por meio de uma rotuladora automática.

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Outro benefício é que este tipo de rótulo pode ser aplicado em qualquer formato de embalagem. E o adesivo permite a adoção de diferentes tipos de técnicas para o design do rótulo, como por exemplo a metalizada, a transparente, a texturizada e a holográfica. Além disso, na etiqueta adesiva é possível optar por diferentes tipos de acabamento, como o verniz em relevo ou localizado e a laminação fosca ou com brilho, que reflete a luz na superfície da embalagem.

“A forma mais prática, comum, econômica e acessível é o rótulo adesivo. Tem outras formas de você rotular o produto. Você pode imprimir direto na embalagem ou colocar um adesivo na embalagem. Neste ponto é bom enfatizar que, entre os tipos de rótulos, ele pode ser de serigrafia, pode ser de impressão direta na embalagem, pode ser de sleeve, que é um filme termoencolhível que cobre 100% da área da embalagem, e pode ser o rótulo adesivo”, aponta Bruno Lage, sócio-proprietário da empresa de rótulos Label Sonic.

Há, claro, mais opções, como o sleeve, uma impressão que é gravada em um filme de PVC ou PET transparente, realizada por meio de uma flexografia, algo similar a um carimbo. Neste método, as partes que não forem impressas são retiradas das gravações das matrizes, permitindo que as áreas pintadas fiquem em alto relevo no rótulo.

Já na serigrafia, uma tela de seda é utilizada para que a tinta seja impressa apenas nas áreas da imagem de um rótulo. Neste sistema é possível aplicar camadas mais grossas de tinta, com relevos ou mesmo textos impressos em Braille.

Para a tomada de uma decisão entre as opções vários aspectos devem ser analisados. Gabriel Lopes, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign), aponta a importância de o fabricante pesar de forma racional o custo-benefício ao escolher o tipo de rótulo que utilizará em seu produto e o método que escolherá para fixá-lo na embalagem da sua cerveja.

O especialista, que é formado em Design, com especialização em embalagens, inteligência artificial e ciência de dados pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, enfatiza que é preciso encontrar o equilíbrio entre o custo, o desejo de performance para o rótulo e a valorização do produto.

“Isso está relacionado com até onde você quer levar o seu produto, com até onde você quer chegar, e a viabilidade financeira”, diz o especialista, lembrando também que quanto mais complexo for o design escolhido para um rótulo, mais caro ele deverá custar, pois isso demandará mais tempo para impressão e, consequentemente, um gasto maior de energia.

Mas ele pondera que algumas variáveis vão além do custo, como a percepção de valor de quem compra.

Um rótulo com recorte complexo impactará diretamente na velocidade de produção e nossa missão na função de designer é compreender exatamente onde estamos colaborando na criação. Em uma matriz de custo versus valor do produto estamos buscando uma apresentação que valorize o produto? Qual o limite entre valorização versus investimento em embalagem e território de autoridade que um produto pode percorrer?

Gabriel Lopes, presidente da Abedesign

Já o sócio-proprietário da Label Sonic aponta a etiqueta adesiva como a opção mais barata e de ótimo custo-benefício pela forma eficiente com a qual pode ser aplicada com as tecnologias disponíveis para as embalagens de cerveja. Assim, é a solução mais atrativa para as marcas que atuam com produção de pequena escala. “O rótulo adesivo é mais fácil de aplicar do que o sleeve, e com o adesivo você pode fazer pequenas tiragens de rótulos, o que não se consegue fazer, por exemplo, com o sleeve e com a serigrafia”, comenta.

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Por sua vez, o presidente da Abedesign cita a aplicação mais utilizada e aquela considerada uma das mais emblemáticas em garrafas no mercado brasileiro para destacar a variedade de opções de rotulagem existentes. “Nesta ordem de papel e cola (independentemente do tipo ou acabamento do papel), o mais comum é o rótulo autoadesivo, em sua maioria base polimérica (plástica). Serigrafia na garrafa, como por exemplo ocorre no rótulo da Heineken, é o menos usual”, aponta.

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