Ninkasi estima dobrar produção de lúpulo na região serrana do Rio
Um dos principais responsáveis por fornecer aromas e sabores às cervejas, o lúpulo tem importância significativa para a fabricação de bebidas. A sua produção no Brasil ainda não é predominante, mas há bons exemplos de como é possível não depender apenas da importação. O Viveiro Ninkasi, por exemplo, realiza nesse momento a colheita com expressiva evolução na comparação com a safra anterior.
Localizado em Teresópolis (RJ), a “capital nacional do lúpulo”, o Viveiro Ninkasi é o responsável pela produção das mudas que depois são plantadas para a produção da planta. E realiza, nesse momento, a sua segunda colheita, período que ocorre entre os meses de janeiro e março, a depender da altitude e temperatura da região.
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De acordo com Teresa Yoshiko, proprietária do Viveiro Ninkasi, a estimativa de colheita da safra deste ano está em torno de 4 toneladas, sendo 400 gramas de lúpulo por planta.
O número se torna mais expressivo se comparado com a primeira colheita, em março de 2020, que rendeu em torno de 2 toneladas. Ou seja, a expectativa é de dobrar a produção entre uma colheita de lúpulo e outra.
Teresa explica que a colheita é feita com o corte da planta e a remoção dos cones. E aponta existir alta demanda de cervejarias pelo lúpulo colhido pelo Ninkasi. “Estamos muito otimistas com as vendas”, comemora.
O Ninkasi é o primeiro viveiro de lúpulo do Brasil autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com certificação e licença para reprodução e venda de mais de 30 cultivares. “O fato de termos um lúpulo nacional garante frescor e aroma diferentes. O nosso lúpulo apresenta terroir diferentes”, garante Teresa.
Ela destaca que o lúpulo Cascade, que originariamente tem aroma cítrico e floral, possui aspectos diferentes quando produzidos no Brasil. “O colhido em Teresópolis apresentou aroma de abacaxi, isso dá ao cervejeiro infinitas possibilidades de criação de receitas únicas.”
No ano passado, o Ninkasi também foi o primeiro viveiro nacional a receber o aval para a importação de mudas de lúpulo “in vitro” dos Estados Unidos para comercialização com certificado de origem.
Lúpulo na Rota
Entre os clientes do Ninkasi está o Grupo Petrópolis, que tem atualmente a maior produção de lúpulo legalizado no país, com expectativas de alcançar 15 mil mudas plantadas. A ação do grupo também tem ajudado os pequenos produtores de agricultura familiar com sua área tecnológica de secagem de lúpulo. E a ideia também é contribuir para o fomento do setor gastronômico e turístico da região.
Há a expectativa, ainda, que o Ninkasi passe a atuar com mais proximidade das marcas artesanais da região serrana componentes da Rota Cervejeira RJ. Por amizade, mas também pelo empreendedorismo que as une, uma relação concreta entre a associação e o Viveiro Ninkasi ainda está em fase de “namoro”.
“Não temos uma relação ainda, eu até estou sondando muito o Viveiro Ninkasi para que ele venha a ser um dos associados da Rota RJ para que, enfim, possamos fazer um projeto de visitação”, revela Ana Cláudia Pampillon, coordenadora da Rota RJ.
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