O setor cervejeiro dos Estados Unidos perdeu 40 mil empregos desde 2016 e a culpa, segundo entidades ligadas ao setor, é do aumento da tarifa sobre metais, um imposto criado pelo presidente Donald Trump. O setor argumenta que a tarifa encareceu as latas de alumínio e levou a uma queda nos investimentos.

Os números são do relatório bianual produzido em conjunto pela National Beer Wholesalers Association (associação de revendedores) e do Beer Institute. Segundo o documento, os empregos diretos, indiretos e induzidos pela cadeia da cerveja caíram de 2,23 milhões em 2016 para 2,19 milhões em 2018. No biênio anterior, afirma o Beer Institute, o nível de emprego havia crescido 27%.

O aumento na taxa de importação de alumínio em 10% foi anunciado pela administração Trump em março de 2018. A medida tinha objetivo claro: dificultar as importações de metais da China para proteger a indústria metalúrgica norte-americana.

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De acordo com o relatório, as consequências do tributo foram nefastas à cadeia de produção. Os custos de transporte e logística para levar alumínio ao Meio-Norte do país mais do que dobraram. A Molson Coors, por exemplo, estima que a taxa teve impacto de US$ 40 milhões em seu resultado final de 2018.

Se é impossível afirmar que toda a responsabilidade deriva da tarifa de Trump, o Beer Institute é enfático em creditar a maior parte do estrago a ela. “As tarifas são uma âncora para um setor vibrante”, afirma Jim McGreevy, presidente do Beer Institute. “Cada cervejaria está decidindo como absorver esse custo, seja elevando os preços, demitindo funcionários ou atrasando seus planos de inovação e expansão.”

Mas as tarifas de importação e o consequente aumento dos custos de transporte podem não ser o único fator da queda no emprego do setor. Pelo terceiro ano consecutivo, o consumo de cerveja registrou queda nos EUA. Em 2018, as vendas foram 0,8% menores do que no ano anterior.