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Ambev lucra R$ 3 bi no 2º trimestre, mas margens reduzidas preocupam

ambev lucro
Apesar dos números positivos do balanço, ação da Ambev desvalorizou 1,15% na última quinta-feira

A Ambev apresentou lucro líquido ajustado de R$ 2,963 bilhões no segundo trimestre de 2021, o que representou alta de 115,9% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o balanço divulgado nesta quinta-feira. O crescimento, porém, não chegou a empolgar o mercado, tanto que a ação da companhia fechou o pregão do dia, realizado após a divulgação do resultado financeiro, com desvalorização de 1,15%, cotada a R$ 17,13.

Para isso, pesou a pressão sobre os custos, provocada pela alta de matérias-primas e do dólar, tanto que o custo do produto vendido por hectolitro aumentou 15,7%. Uma preocupação que contrasta com os elogios às estratégias de inovação da companhia, como a criação e uso das plataformas Bees, Donus e Zé Delivery.

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“Esperamos que essa tendência diminua ao longo do resto de 2021, mas o cenário de pressão de custos deve continuar a gerar alguns ventos contrários para a recuperação da lucratividade”, afirma o Itaú BBA. “No curto prazo, os desafios não faltam, mas continuamos otimistas com a Ambev, pois é uma empresa única, conseguindo reinventar seu DNA e explorando muitas avenidas para crescimento enquanto enfrenta uma das piores crises da história”, contemporiza a XP Investimentos. 

Outro motivo de reticência levantado pelas análises é que o lucro apresentado pela Ambev no seu balanço pode estar “inflado”, pois teve impacto direto de um crédito tributário de R$ 1,6 bilhão, resultado de uma decisão do STF de considerar inconstitucional a inclusão do ICMS na base de cobrança do PIS/Cofins.

De acordo com o balanço, a Ambev fechou o primeiro semestre com lucro acumulado de R$ 5,6 bilhões e lucro líquido ajustado de R$ 5,7 bilhões, um crescimento de mais de 120% em comparação à primeira metade de 2020, quando o início da pandemia do coronavírus derrubou os resultados das principais companhias do mundo. O Ebitda ajustado no segundo trimestre foi de R$ 5,289 bilhões, com um avanço reportado de 58% e de 24% orgânico. Já a receita líquida da Ambev cresceu 36,2% na comparação anual, para R$ 15,71 bilhões. 

Em seu balanço, a Ambev também destacou que atingiu nível recorde de produção no segundo trimestre, de 39,8 milhões de hectolitros, com uma expansão de 19% na comparação anual. No Brasil, o crescimento foi de 12,7% no volume, para 20,2 milhões de hectolitros, com aceleração de 25,8% na receita líquida.

E o principal destaque foi a América Central e Caribe, com crescimento de 62,7%, relata o balanço da Ambev. Já o único resultado negativo se deu no Canadá, com queda de 0,9%. Além disso, sete dos seus dez mercados apresentaram crescimento superior ao do segundo trimestre de 2019, quando ainda não havia pandemia.

“A Ambev conseguiu entregar um crescimento de 19% no volume de vendas – maior volume de vendas já atingindo em um trimestre – mostrando resiliência nas diversas praças de atuação. Isso foi impulsionado pela implementação consistente da estratégia baseada em três pilares: inovação, plataformas tecnológicas e excelência operacional”, destaca a Ativa. 

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Ponderações no Brasil
A venda de cerveja no Brasil apresentou expansão de 12% em relação ao segundo trimestre de 2020, sendo puxada pelas inovações, que expandiram 20%, de acordo com a Ambev. Já as marcas premium aceleraram 35%. E o crescimento da venda de bebidas não alcoólicas foi de 26%. 

Só que a baixa margem de lucro parece ter chamado mais a atenção dos analistas do que o aumento de volume de cervejas vendidas. “A empresa continuou a entregar forte desempenho de volume em todas as áreas, mas a lucratividade ainda é lenta. Margens EBITDA de cerveja Brasil atingiram a marca mais baixa de todos os tempos de 22%”, alerta o Itaú BBA. 

A preocupação com as margens da companhia também está presente na análise da Ativa. “Vimos as margens bruta e Ebitda da companhia ficarem pressionadas e abaixo das projeções da Ativa, movimento já esperado mas que surpreendeu negativamente pela pressão maior do que a expectativa.” 

Além disso, o BTG alerta que a Ambev tem se aproveitado de um contexto de desafio para os concorrentes, algo que pode se modificar. “A concorrência tem claramente sofrido em meio a oscilações e um temporário aumento de renda também parece ter levado a um aumento (mas também temporário) da demanda por cerveja.” 

É, porém, uma visão contrária da apresentada pelo Credit Suisse, que apontou o poder de adaptabilidade da Ambev como um fator para a companhia seguir em cenário melhor do que o do restante da indústria cervejeira. “Apesar dos ventos contrários dos custos e do ambiente incerto no Brasil, a Ambev continua bem posicionada para navegar turbulências, superar a indústria (como tem sido o caso) e gerar caixa”, avalia.

O Itaú BBA também alerta para o aumento dos custos gerais e administrativos com os aplicativos Zé Delivery e Bees, embora destacando que as plataformas possam ser fundamentais para as estratégias da Ambev.

“Um ponto para focar é que o SG&A aumentou devido aos investimentos em novas iniciativas (como Zé Delivery e Bees). Se essas iniciativas darem frutos a médio e longo prazo serão uma parte fundamental da tese de investimento, e estaremos de perto monitorando isso”, comenta o Itaú BBA. 

E a Ativa ressalta o êxito dessas plataformas como uma vitória da Ambev. “A plataforma Bees – plataforma digital de vendas B2B – já é usada por mais de 70% dos clientes ativos, e vem ajudando bastante a impulsionar o número de compradores de cerveja e NAB em junho. Já o Zé Delivery segue crescendo e atingiu 80 mil clientes, com mais de 1 milhão de transações mensais. A plataforma B2C triplicou o volume de entregas versus 2T20.”

O uso da tecnologia também é visto como um ponto positivo pelo Credit Suisse. “Pedidos de entrega de Zé atingiram 15 milhões no 2T21 (3x maior que 2T20). A plataforma Bees cobre + 70% dos clientes do Brasil (acima de 65% no 1T) e a Donus (braço fintech) já tem 80 mil clientes”, conclui.

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