terça-feira, maio 21, 2024

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Cerveja e sustentabilidade: Mudanças climáticas = Cerveja choca

Já imaginou tomar uma cerveja quente e choca pelo resto da vida? Realmente, não seria nada agradável. Mas imagina que não adianta trocar de bebida – todas estarão quentes… Um desastre, não?

É mais ou menos isso que foi discutido na COP 27 (Conferência das Partes), mas não sobre a sua cerveja, sobre o mundo – o que é muito pior. Este encontro anual de países signatários da Convenção sobre Mudança Climática das Nações Unidas, em 2022 foi realizado em Sharm el-Sheikh, no Egito.

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Após diversos estudos, foi constatado pelos países-membros que não devemos permitir que a Terra se aqueça mais de 1,5°C, pois isso provocaria uma grande consequência na vida terrestre, não apenas com espécies que não resistirão, mas também com o crescimento de fenômenos naturais que afetam diretamente a vida humana, principalmente pessoas em vulnerabilidade.

Este problema já vem sendo discutido desde 1992, quando o evento aconteceu no Rio de Janeiro, e a cada ano que passa, os sinais vêm mostrando que não estamos fazendo os esforços necessários para combater este problema que afeta todos os povos. Esta conferência começou a discutir mais profundamente o que fazer, por onde começar e busca compromissos reais dos países em executar medidas para enfrentar as mudanças climáticas. No entanto, tal enfrentamento esbarra diretamente em questões econômicas de países e de empresas, e quando se fala de interesses individuais frente ao coletivo, consequentemente diversos “compromissos climáticos” feitos pelos países não são cumpridos.

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Estados Unidos e China são os grandes emissores globais de carbono, representando cerca de 40% do mundo, e na COP anterior, em Glasgow, fizeram uma declaração conjunta para redução. Entretanto, estão pouco dispostos a colocar em prática ações concretas e as indústrias de base que respondem por grande parte destas emissões continuam declarando a expansão de suas atividades, para satisfazer seus acionistas e não perderem valor na bolsa de valores. Essa simplificação do cenário geral vale para todos os outros países que também buscam crescer e ser mais competitivos no mercado internacional, portanto a corrida econômica anda na contramão da corrida climática.

Mas é possível mudar isso? É possível que a economia e o meio ambiente corram junto para o mesmo lado? É possível que eu não seja obrigado a tomar cerveja choca no futuro?

Sim! Sem dúvida! Mas demanda investimento, vontade e inteligência.

Começando com a inteligência, pois achar que os negócios irão prosperar se nada for feito é uma grande sandice, afinal o mercado opera em uma grande cadeia que está interligada, por mais distante que um negócio esteja do outro. Quando você tem a vida das pessoas sendo afetada diretamente, seja por desastres naturais, seja por alteração no valor das commodities, tudo é afetado. E quanto mais ocorrências negativas, maior o impacto nos negócios.

Sabendo que ninguém está imune é preciso se engajar no combate às mudanças climáticas, seja nas ações do dia a dia, seja na tomada de decisões no seu trabalho fazendo perguntas básicas: como uso menos energia em minhas atividades? Como uso menos recursos naturais? Como ajudo a preservar os recursos não explorados?

Fazendo esses questionamentos e olhando para o que acontece ao nosso redor conseguimos aprimorar a percepção destes impactos e, assim, mudar nosso comportamento para não mudar o clima, e não deixar a cerveja choca.


*Rodrigo Oliveira é fundador da startup de logística reversa inteligente Green Mining, administrador de empresas pela FGV-EAESP, com mestrado em Sustentabilidade pela FGV.

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