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Projeto Manipueira é lançado com 37 marcas e brassagem; veja próximos passos

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Evento na Cervejaria Nacional, em São Paulo, foi marco do projeto, que trará primeiros resultados em um ano

Tendo a adesão de 37 marcas, o Projeto Manipueira foi lançado oficialmente, em São Paulo, com a realização de uma brassagem experimental, em evento promovido pela Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), apoiadora da empreitada. A iniciativa visa explorar o líquido extraído na prensagem da mandioca durante a produção de farinhas e tapioca para criar cervejas selvagens a partir da variedade de elementos encontrados em solo nacional.

O encontro foi realizado na Cervejaria Nacional, que acaba de se tornar mais uma das 37 marcas que aderiram ao Manipueira, composto por fábricas de dez estados brasileiros e do Distrito Federal. Com um nome que significa “o que brota da mandioca”, na língua Tupi, o projeto nasceu de uma parceria entre as cervejarias Cozalinda, de Florianópolis (SC), e Zalaz, de Paraisópolis (MG), ambas especialistas na produção com fermentação selvagem usando barris de madeira. E rapidamente foi ampliado com o interesse crescente de outras fabricantes.

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As marcas esperam começar a colher as primeiras impressões sobre as características da cerveja com a manipueira em um ano. O período é necessário para a maturação da bebida em barris de madeira em um processo de envelhecimento no qual os cervejeiros vão adicionar leveduras tipicamente brasileiras. Ao extraí-las do subproduto da mandioca e com insumos nativos de suas cidades, as marcas deixarão os microrganismos agirem na fermentação, com o objetivo de obterem sabores e aromas únicos com este processo.

No encontro, Bia Amorim, sommelière de cervejas, Aline Smaniotto, também sommelière e antropóloga, e Ana Carolina Carvalho, cientista e doutora pós-graduada em biotecnologia apresentaram detalhes do projeto. “Grande parte das cervejarias brassou hoje (dia 31), fez o mosto cervejeiro e a adição da manipueira como microrganismo que vai fermentar tudo isso. E daqui a um ano entenderemos sensorialmente o que esse projeto nos entregará. Mas, ao longo destes 12 meses, temos muito trabalho a fazer, de comunicação, de cultura, de brasilidade”, destaca Bia, em entrevista ao Guia.


Aline destaca que o projeto, ao buscar o terroir brasileiro da cerveja, dialoga com a história nacional, pois a mandioca foi um alimento inicialmente cultivado pelos indígenas, antes mesmo da chegada dos colonizadores. E, ao longo do tempo, se espalhou pelo país, com uma diversidade de características.

“É uma oportunidade de dialogar com outros saberes, com a herança da mandioca que vem dos quilombolas, as comunidades indígenas, os pequenos agricultores que permitiram que hoje se tenha a multiplicidade de mandiocas pelo Brasil para se ter esse projeto. Poder desenvolver disso uma levedura selvagem representa uma pitada muito rica de sabor e saberes”, diz.

A experiência inédita também une a fabricação cervejeira ao antigo método de envelhecimento da bebida por meio da fermentação de microrganismos. E Bia relata que a ideia, com isso, é poder criar um “megablend” por meio dos diferentes resultados a serem obtidos. “A grande conquista é ter um respiro de inovação, de novas tecnologias, de novos formatos de se fazer cerveja no Brasil, utilizando um conhecimento ancestral junto com a tecnologia do século XXI”, comenta.

Visibilidade para as artesanais brasileiras
Gilberto Tarantino, presidente da Abracerva, também esteve presente ao evento na Cervejaria Nacional, celebrou a aceitação do projeto e a união que vem promovendo, além de destacar o ineditismo. Ele enfatiza que o projeto está ajudando a fortalecer o setor da artesanais, pois traz protagonismo e dá visibilidade para as cervejarias participantes.

É um projeto muito gostoso, que une cervejarias do Brasil inteiro. Vamos agregar e aumentar a nossa capacidade de exposição, chamando mais atenção do público e da imprensa. Trazer os concorrentes é adição, não subtração. E eu acredito que todas essas cervejarias que estão participando do projeto compartilham desta mesma opinião

Gilberto Tarantino, presidente da Abracerva

Carola Carvalho espera que o projeto ajude a expor o potencial da cerveja brasileira, com suas características únicas, pelo potencial de explorar elementos da biodiversidade.

“Foi emocionante ver várias cervejarias engajadas, juntas, fazendo uma brassagem coletiva. E com o pessoal que encabeçou o projeto empolgado, se dedicando para mostrar que temos potencial de criar uma escola cervejeira, de mostrar que o nosso terroir é fantástico, é importante através das cervejas selvagens”, afirmou a cientista.

Carola aposta, inclusive, que além das 37 cervejarias envolvidas oficialmente no Manipueira, o projeto também deverá ter a adesão de outras marcas do segmento, em uma iniciativa que vai unir representantes de diferentes regiões. “Sabemos que são quase 40 cervejarias oficiais incluídas no projeto, sem contar os cervejeiros caseiros e outras cervejarias pequenas, artesanais que vão entrar no projeto em paralelo. E você precisa pensar ainda que todas essas cervejarias estão espalhadas pelo Brasil”, destaca.

Veja a lista de cervejarias que já fazem parte do Projeto Manipueira:

3 Orelhas (Gonçalves-MG)
Ade Bier (Castro-PR)
Alem Bier (Flores da Cunha-RS)
Amazon Beer (Manaus-AM)
Armada (São José-SC)
Blumenau/Mestres do Tempo (Blumenau-SC)
Caatinga Rocks (Maceió- AL)
Cabôca (Belém-PA)
Cervejaria Nacional (São Paulo-SP)
Cozalinda (Florianópolis-SC)
Cruls (Brasília-DF)
Devaneio do Velhaco (Porto Alegre-RS)
Donner (Caxias do Sul-RS)
Fermentaria Local (Jarinu-SP)
Graja Beer (São Paulo-SP)
Haus (Blumenau-SC)
Hop Mundi (Natal-RN)
IFSP Cervejaria Escola (Sertãozinho-SP)
Infected Brewing Co (Santos-SP)
Japas (São Paulo-SP)
Kairós (Florianópolis-SC)
Marek (Charqueada-RS)
MinduBier (Lauro de Freitas-BA)
Narcose (Capão da Canoa-RS)
Pestana (São Paulo-SP)
Pineal (Sorocaba-SP)
Prisma (Campo Limpo Paulista-SP)
Proa (Salvador-BA)
Quinta do Belasca (Pinhalzinho-SC)
São Sebastião (Nova Lima-MG)
Sarapó (Novo Airão-AM)
Suricato (Porto Alegre-RS)
Tarantino (São Paulo-SP)
Trilha Cervejaria (São Paulo-SP)
Unika (Rancho Queimado-SC)
Way Beer (São José dos Pinhais-PR)
Zalaz (Paraisópolis-MG)

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