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Balcão da Fê Bressiani: Olhando para outros mercados

Como curiosa da gastronomia em geral, vira e mexe me aventuro em novas áreas e estudo novos elementos que vão além da cerveja.

Minha nova aventura tem sido os queijos. Claro que queijos são grandes conhecidos em harmonizações com cervejas, como bem escreveu meu colega Jayro em sua última coluna, mas meu texto hoje vem falar mais sobre a “indústria” do queijo do que suas características organolépticas.

Como citei, tenho me aventurado no mundo dos queijos e com isso participado de alguns concursos que acontecem no Brasil. Minha estreia foi em 2022, no Mundial do Queijo Brasil, o qual tive a honra de julgar novamente em 2024.

Coincidência ou não, encontrei uma ex-aluna e pessoa extremamente agradável e querida, a Agnes, durante esse concurso. Agnes prontamente me pegou pela mão e me guiou por diversos produtores de queijos (os quais ela conhece muito bem) me apresentando a todos eles, e é claro às suas criações.

Circulando pelos corredores do festival pude conhecer outros tantos produtores, sempre sorrindo e empolgados em falar sobre seus produtos. A energia daquele evento foi incrível. Me lembrou muito o universo cervejeiro há alguns anos.

 O que me levou a questionar “O que aconteceu com nosso mercado? Como nos perdemos em egos e brigas sem fim ao invés de suportarmos uns aos outros, jogar luz em nossos colegas?”.

Voltando ao queijo, a tragédia do Rio Grande do Sul (que me causa tristeza já tem algumas semanas) me mostrou mais uma vez como os queijistas (o que seria o equivalente aos nossos sommeliers) tem se empenhado com afinco em ajudar os produtores de queijo.

Um movimento gigante encabeçado pela Associação Gaúcha de Laticinistas e laticínios (AGL) foi realizado para viabilizar as vendas de queijos do RS, cerca de 9 toneladas do produto que já estavam prontos e preparados para a venda em feiras e eventos que aconteceriam nos próximos meses e corriam alto risco de estragar e serem jogados fora.

O mercado de queijo está sob leis muito rígidas de comercialização, e alguns produtores só tem autorização para vender no próprio município.  Sendo assim, uma força-tarefa mobilizou não somente o governo do Estado, mas também o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para que esses produtos pudessem ser escoados para outras regiões do país. E conseguiram.

Aproveito para dizer: comprem produtos gaúchos.

Minha provocação é a seguinte: O que nós, participantes do mercado cervejeiro, podemos fazer para ajudar nossos colegas?

Saúde!


Fê Bressiani é arquiteta, meio armênia meio italiana, sommelière e mestre em estilos de cerveja, coordenadora e professora na ESCM. Tem em seu currículo diversas formações dentro da área cervejeira. Seu foco de estudos são as áreas de avaliação sensorial e harmonização. Ministra palestras e workshops pela América Latina. Ela também responde como Dra. Paçoca, clown de hospital há mais de 10 anos. Apaixonada por aromas, sabores e saberes.

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