Produção de oxigênio hospitalar pela Ambev poderá atender 166 pessoas por dia

A Ambev anunciou a adaptação de uma parte da fábrica da Colorado, em Ribeirão Preto (SP), para produzir e envasar oxigênio hospitalar que deve atender até 166 pessoas por dia, de acordo com as suas estimativas. A empresa revelou a iniciativa de ter uma usina de oxigênio hospitalar na sua fábrica, com capacidade para produzir até 120 cilindros de 10 m³ por dia.
Para isso, seus funcionários trabalharão em turnos para garantir a produção 24 horas por dia. A ação acontece em um momento dramático da Covid-19 no Brasil, com falta de insumos básicos, e ajudará o estado de São Paulo nos tratamentos contra a pandemia.
Nas últimas 24 horas, o estado de SP registrou 1.021 mortos e as UTIs já estão 85% acima do pico de ocupação de 2020. Na tentativa de encontrar mais ajuda, o governador João Doria participou, na última segunda-feira, de uma reunião virtual com fornecedores de gases hospitalares e demais empresas que podem contribuir com a produção e a logística de oxigênio, incluindo a Ambev.
No encontro, a companhia apresentou um prazo de 10 dias para montar uma usina exclusivamente dedicada ao envase de oxigênio. O tempo é necessário para a Ambev realizar a aquisição dos equipamentos a serem utilizados na estrutura a ser montada em Ribeirão Preto.
E, com esse auxílio, através da fábrica da Colorado, a multinacional se junta a um time de cervejarias que estão ajudando neste momento da pandemia. No Paraná, por exemplo, as marcas Insana, Craft Beer e Schaf Bier se reuniram para doar cilindros de oxigênio ao Hospital de Clevelândia (PR) com a intenção de ajudar no tratamento de pacientes infectados e internados no local.
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Em São Paulo, a iniciativa de Ambev se insere na busca do governo estadual para mobilizar a iniciativa privada em busca do o fornecimento do gás hospitalar e dos cilindros necessários para a criação de novos leitos – para os já existentes está assegurado o fornecimento de oxigênio.
“Em reunião coordenada pelo governador João Doria, fornecedores garantiram o abastecimento de oxigênio para os leitos de UTI do nosso estado. Esse esforço do governo de São Paulo é para atender a rede estadual de hospitais, mas também leva em conta a rede de hospitais públicos municipais, a rede de entidades filantrópicas, as nossas santas casas, e também a rede privada”, informou o vice-governador Rodrigo Garcia, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Durante a reunião, as empresas que fornecem gases hospitalares em São Paulo informaram que honrarão os contratos vigentes, inclusive considerando a ampliação já realizada na estrutura hospitalar em razão da abertura dos novos leitos para atendimento dos pacientes com Covid-19. O desafio é atender à nova demanda de oxigênio para abastecer os leitos adicionais previstos para os próximos dias.
Iniciativa privada
Os hospitais estaduais possuem usina própria ou grandes tanques de oxigênio que realizam o atendimento da maior parte dos pacientes. Já UPAs, UBSs e hospitais de cidades de pequeno porte, em geral, possuem estruturas menores e dependem da utilização de cilindros, que estão escassos em todo o país. Em razão disso, o governo estadual encaminhou pedidos às indústrias para que os cilindros sejam devidamente higienizados e convertidos ao uso hospitalar.
“Nós estamos fazendo um grande chamamento ao setor privado, para que aqueles que possuem cilindros de oxigênio possam doar ou emprestar para o estado. O objetivo é atender a todos os municípios que precisam de oxigênio o mais rápido possível”, destacou o presidente da InvestSP, Wilson Mello.
Os cilindros de oxigênio são utilizados em atividades industriais diversas como nos setores naval, automotivo, petroquímico, cervejeiro e metalúrgico, entre outros. A expectativa é de que, nos próximos dias, as empresas possam doar cerca de 3 mil cilindros para contribuir com o enfrentamento da pandemia do coronavírus.
A ação do governo paulista sensibilizou grandes empresas que já aderiram ao chamamento para um esforço conjunto no fornecimento de oxigênio para os pacientes graves contaminados pelo coronavírus. Além da Ambev, a Copagaz também se comprometeu a realizar a adaptação da frota já utilizada no transporte de botijões de gás, para a distribuição dos cilindros que forem doados, assim como para a logística de abastecimento das unidades de saúde. O acordo de disponibilização da frota também será realizado sem custos para o estado e os municípios.
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