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Boicote derruba exportações de cerveja japonesa para a Coreia do Sul

Queda em julho na exportação de cerveja entre os dois países foi de 45%, revivendo uma disputa histórica entre Japão e Coreia

Mais da metade das exportações de cerveja japonesa tiveram a Coreia do Sul como destino em 2018. No entanto, um boicote contra produtos japoneses está deixando uma marca profunda no mercado regional.

Em decorrência de uma guerra comercial entre os dois países, o embarque de cerveja japonesa já foi, no primeiro semestre de 2019, 11% menor na comparação com o mesmo período do ano passado. E em julho, quando o movimento se intensificou, as compras coreanas de cerveja japonesa caíram 45% em relação a julho de 2018, segundo a Reuters.

O resultado de 2018, quando US$ 73 milhões foram exportados à Coreia do Sul (equivalente a 61% das vendas), significou o fim de uma série de altas que quadruplicou as exportações de cerveja japonesa para o país vizinho em três anos.

A animosidade entre Japão e Coreia do Sul, contudo, não é nova. Ela teve origem na ocupação da Coreia pelo Império Japonês, entre 1910 e 1945, período em que as Coreias do Norte e do Sul viram sua população ser vítima de trabalho escravo e seus recursos naturais serem explorados indiscriminadamente. Após a Segunda Guerra Mundial, algumas ações de ressarcimento pelos danos foram tomadas pelo Japão, mas a opinião pública coreana nunca achou suficiente.

Já em 2018, os ânimos voltaram a se acirrar após tribunais coreanos decidirem que empresas japonesas deveriam pagar multas pelo trabalho escravo na época do domínio nipônico.

O Japão, por sua vez, alega que a compensação foi resolvida em pacto de 1965 e, no mês passado, contra-atacou impondo restrições sobre a exportação de insumos utilizados por empresas sul-coreanas na fabricação de chips de celulares e outros produtos tecnológicos – os principais itens de exportação do país.

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Desde então, empresas coreanas passaram a promover boicotes a uma lista de produtos japoneses que só aumenta – e ganha adesão da população no movimento que ganhou o nome de “No Japan”.

Consequências do boicote
E as cervejarias não ficaram de fora. O grupo Asahi, um dos maiores exportadores japoneses e proprietários de marcas em todo o mundo, considera que as restrições vão afetar seu desempenho como um todo. Assim, já reviu sua estimativa de lucro para 2019 considerando esses efeitos. Nas lojas de conveniência, segundo a Reuters, as vendas de cervejas japonesas estão 24% menores do que antes do boicote.

Leia também: Asahi compra subsidiária da AB InBev na Austrália

Na esteira desse movimento, cervejas nacionais da Coreia do Sul e marcas importadas de países como Alemanha e Estados Unidos devem se beneficiar da mudança do perfil de consumo dos coreanos nos próximos meses.

No longo prazo, porém, a Coreia do Sul tende a diminuir suas importações. Isso deve se dar, segundo analistas, a partir de uma reforma no sistema de tributação de bebidas, que já está em estudo.

A atual matriz tributária coreana é considerada bastante desfavorável para o produtor, o que coloca o mercado local em uma posição bastante dependente dos produtos importados. Hoje, uma a cada seis garrafas de cerveja consumidas no país vem de fora.

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